Governo do Estado inicia planejamento para qualificação de mão de obra
O Pará fechou o ano de 2014 com mais de 410 mil novos postos de trabalho gerados. E vem conseguindo manter índices positivos mesmo diante do momento que vive o País, marcado pela retração do mercado e queda na geração de emprego. No ano passado, o Estado registrou cinco meses consecutivos de queda, que se alternaram a outros sete de crescimento dos índices. E de acordo com o secretário adjunto de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda, Everson Costa, a perspectiva para os próximos quatro anos é positiva. "Temos conseguido manter um ritmo crescente na geração de empregos, comprovado pelo aumento no número de contratações. A julgar pelo cenário atual, temos boas perspectivas".
A afirmação do secretário adjunto da Seaster baseia-se não apenas no comportamento dos índices do setor. Um relatório divulgado recentemente pela Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) aponta que o Estado deverá receber até 2020 investimentos da ordem de R$ 200 milhões em infraestrutura e desenvolvimento nas áreas mineral, energética, extração, serviços, comércio, etc.
Atento a esse movimento, o governo do Estado vem investindo na qualificação da mão de obra paraense por meio de parcerias entre os órgãos que atuam na área da geração de emprego e renda, incuindo as prefeituras municipais, a partir de um esforço coordenado pela própria Seaster, com a finalidade de monitorar as demandas de cada região conforme o mercado de trabalho. Além das ações voltadas ao trabalhador em geral, o Estado também promove cursos de capacitação e atualização voltados ao funcionalismo, por meio da Escola de Governança do Estado do Pará (EGPA), para garantir a qualidade e eficiência nos serviços públicos.
"Já conseguimos mapear uma série de atividades que terão acesso a esses recursos e isso será discutido durante a realização das audiências públicas nos municípios do interior para elaboração do Plano Plurianual do Estado. Ali serão definidos os investimentos proporcionais para cada região, incluindo as demandas no que diz respeito à geração de emprego”, antecipa o secretário.
Ainda este ano, a Seaster colocará em prática o Plano Estadual de Qualificação Social e Profissional do Pará, criado com o intuito de integrar e gerenciar todas as iniciativas relacionadas à qualificação, educação profissional e geração de emprego no Estado.
“Temos conversado com diversos setores e secretarias para ver que caminhos estão ganhando esses investimentos. Paralelamente às oficinas voltadas à elaboração do PPA nos municípios, também faremos a identificação das demandas locais. Utilizaremos convênios estaduais e federais com o Pronatec, os dados do Sistema Nacional de Empregos, além da aplicação do Plano Estadual de Qualificação Social e Profissional do Pará, que será apresentado aos municípios. Para isso estamos dialogando com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Técnica e Tecnológica (Sectet), que nos ajudará com a oferta de educação profissional (cursos técnicos com duração de um ano ou mais) e também com a qualificação profissional, responsável pela atualização imediata do profissional que já está no mercado", acrescenta.
Fernanda Batista, 25, conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada em 2014, um mês após se inscrever para um curso de atendimento oferecido pela Unidade Pro Paz do bairro da Sacramenta. Hoje, oito meses depois, ela celebra as conquistas trazidas por essa mudança.“Eu estava esperando por um curso e sempre passava no Pro Paz para perguntar se havia algum disponível. Na primeira oportunidade que surgiu em me inscrevi e antes do final do curso eu já tinha conseguido um emprego. Agora eu posso pagar a escola do meu filho, ajudar nas despesas da casa e já penso em me atualizar para conseguir um emprego melhor”, diz a jovem, que trabalha como atendente.
Servidor
Na Escola de Governança do Pará cerca de 1.400 servidores passam por cursos de atualização, capacitação ou qualificação profissional mensalmente. A instituição promove cursos abertos para qualquer servidor e também cursos específicos demandados por secretarias e demais órgãos do Estado e das administrações municipais conveniadas.
“Ofertamos uma média de 16 a 24 cursos abertos e de 12 a 14 cursos específicos por mês. Fora isso ainda temos um grande programa de municipalização que atende, por meio de caravanas, as necessidades de qualificação dos servidores dessa esfera”, explica o diretor de desenvolvimento dos programas estratégicos de governança pública, Manoel Reis.
Os cursos são disponibilizados conforme a demanda e muitas vezes precisam ser ofertados duas ou três vezes para atender a quantidade de pessoas inscritas. Por isso, a EGPA mantém uma avaliação constante para manter a qualidade dessa qualificação oferecida ao servidor.
“Alguns cursos apresentam maior demanda e costumam se esgotar muito rápido. Às vezes temos 60 inscrições para 35 vagas. Para não ultrapassar a capacidade da sala de aula, procuramos trazer esses cursos novamente, e também fazemos avaliações por meio do Levantamento de Necessidade de Qualificação (LNQ), para atender as demandas dos alunos que já passaram pelos nossos cursos. A partir daí temos dados estatísticos e podemos investir em determinadas áreas”, explica o diretor.
Além dos cursos oferecidos na capital, a EGPA também possui, há oito anos, um programa de municipalização em parceria com as prefeituras do Estado. Para garantir a qualificação de seus servidores, a gestão municipal precisa entrar em contato com a Escola de Governança e solicitar os cursos e oficinas necessários, garantindo, dessa forma, a capacitar do seu quadro nas próprias regiões de origem.
Atualmente, a EGPA está finalizando um cronograma dos municípios que deverão receber, prioritariamente, esse atendimento, além de um calendário de ações integradas que envolvem outras secretarias e também atividades ofertadas pelo programa Pro Paz.
