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Fórum debaterá tratamento para câncer de útero avançado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/09/2017 00h00

Como parte do aperfeiçoamento da rede de assistência para o controle do câncer de colo do útero no Pará, implantada em fevereiro deste ano, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realiza na sexta-feira (29), em Belém, um fórum de discussão para a elaboração do protocolo paraense de tratamento da doença em estágio avançado. Voltado para profissionais de saúde, o evento contará com palestras proferidas por médicos de duas instituições de referência nacional: o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o Hospital Napoleão Laureano, de João Pessoa, na Paraíba.

A ser realizado no hotel Atrium Quinta de Pedras, das 8 às 17 h, o Fórum compõe uma série de iniciativas que a Sespa tem feito para conter o avanço da doença, que só no ano causou 329 mortes no Estado, e elevou o agravo uterino como a primeira causa de morte por câncer entre mulheres no Pará, ultrapassando o de mama.

O Fórum tem o apoio dos oncologistas Williams Barra e Sandro Cavallero, que mediarão as palestras “Atualização no manejo da mulher com câncer de colo uterino, persistente, recorrente e metastático”, com Daniela Freitas, oncologista do Icesp, e “Compartilhando a aplicação do protocolo clínico no tratamento da mulher com câncer de colo uterino avançado no serviço público de saúde”, com Dalva Arnaud, médica oncologista do Hospital Napoleão Laureano.

Treinamentos - Dois dos três momentos anteriores ao Fórum foram os treinamentos oferecidos para profissionais de saúde, ocorridos entre 27 e 28 de setembro nos municípios de Belém e Santa Izabel do Pará, como para atualizar profissionais de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde sobre medidas mais eficazes para o rastreamento desse tipo de câncer.

Outra linha de treinamento desenvolvida entre a comissão da Sespa e a empresa Roche é a “Siga-me”, que consiste na capacitação de 55 técnicos de Enfermagem que alimentarão o sistema de dados com mensagens enviadas às usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas mensagens vão acompanhar, orientar e avisar sobre o tratamento do colo de útero.

Tanto o Fórum como os treinamentos fazem parte de uma estratégia traçada pela secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães, e ampliada em forma de ações e debates que estão sendo realizados por integrantes das coordenações estaduais de Saúde da Mulher, Atenção Oncológica e Educação Permanente em Saúde, pela Assessoria Técnica do Gabinete e pelo Núcleo de Gestão na Atenção à Mulher no Controle do Câncer de Colo do Útero e Mama (Nagam). Os treinamentos contam com o apoio da empresa Roche, pioneira na área da saúde com produtos e serviços inovadores para detecção precoce, prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças.

Cenário da doença - O câncer de colo do útero é o tumor com maior potencial de prevenção e cura quando diagnosticado em estágio inicial. Segundo Heloísa Guimarães, o conhecimento insuficiente sobre a doença e as ferramentas de prevenção e tratamento, até mesmo por profissionais de saúde, pode estar entre as causas das altas taxas de incidência, morbidade e mortalidade no Pará. A secretária adjunta reiterou que o papel de quem está na atenção básica é fundamental para desmistificar algumas barreiras culturais associadas à falta de informação, como a vergonha de realizar exame ginecológico ou proibição por parte de maridos e namorados.

“Tudo passa pela comunicação e a maneira de informar sobre as sobre as ferramentas de prevenção, como a vacina, exame preventivo de papanicolau e avanços no tratamento”, enfatizou Heloísa Guimarães, acrescentando que “o objetivo desse Fórum é discutirmos a elaboração de um protocolo que possa garantir as pacientes o acesso a terapias mais ativas”.

Em 2013, o Hospital Ophir Loyola, em Belém, recebeu 488 casos novos desse tipo de câncer; 547 em 2014, e 564 em 2015. “De 2005 a 2010, a instituição recebeu 3,5 mil casos novos de câncer do colo do útero por ano. Desse total, 1.437 já chegaram em estágio avançado e foram diretamente para cuidados paliativos. Muitos casos poderiam ser curados, se diagnosticados precocemente. Em 2014, no Pará morreram 271 mulheres devido à doença. No ano seguinte, esse número subiu para 323 e, em 2016, avançou para 329.

Rede de tratamento - Em todo o Pará já existem 20 Serviços de Referência para Diagnóstico e Tratamento de Lesões Precursoras do Câncer do Colo do Útero, onde são feitos diagnósticos e tratamentos precoces desse tipo de câncer. A  Sespa tem se empenhado em fortalecer as ações de controle do câncer de mama por meio da campanha “Outubro Rosa”, e intensificará a prevenção do câncer de colo do útero, garantindo tratamento de lesões precursoras, sobretudo na inserção da população feminina de 25 a 64 anos, por região de saúde e município.

A meta é quantificar 40% da população feminina para o Exame de Rastreamento do Câncer de Colo do Útero (PCCU). Por isso, é primordial a participação e o engajamento das equipes de saúde básica, especialmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS).