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AGRICULTURA

Agricultores locais são responsáveis por 70% do mercado de hortaliças na RMB

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/04/2015 16h16

As hortaliças vendidas na Região Metropolitana de Belém (RMB) têm uma origem mais próxima do que o consumidor imagina. Cerca de 70% da produção de alface, cheiro verde, repolho, jambu, entre outras folhosas são produzidas por 200 famílias distribuídas nos cinco municípios da RMB. Os produtores são orientados pela Emater do Pará (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) que ajuda a aprimorar a qualidade dos alimentos, além de fomentar a criação de cooperativas e a participação em programas do Governo Federal.

No município de Benevides, bairro do Murinin, a 25 quilômetros da capital paraense, esconde-se entre casas e estradas de terra uma fonte de renda para 23 famílias. Lotes pequenos cobertos do verde das hortas se destacam na paisagem. Organizados em uma cooperativa e também com produções individuais, a produção neste município pode chegar a 120 toneladas por ano. Só a cooperativa de agricultores da região é responsável por 50% da produção de Benevides.

Dona Maria Eulina é presidente da Cooperativa Agropecuária de Benevides (Copaben) e desde 2007 decidiu expandir o seu plantio, que antes se limitava apenas à folha da maniva. “Eu queria expandir a minha plantação, mas não tinha informação. Depois de procurar alguns bancos eu fui orientada a falar com a Emater e nem sabia que existia esse órgão na época. Vim ao escritório do Murinin e, a partir daí descobri que podíamos montar uma cooperativa para organizar o trabalho de todos aqui na área. Foi assim que começamos a produzir melhor e também a participar de alguns financiamentos”, diz Eulina.

Após receber as orientações, adequar às exigências do Governo Federal, a cooperativa conseguiu entrar no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em 2010, no qual se mantém até hoje.

“PNAE é muito bom pra gente, pois temos a certeza de que seremos pagos e não temos problemas com atravessadores. As nossas hortaliças também são mais valorizadas porque e a gente não usa agrotóxicos. Isso dá mais trabalho, mas melhora a imagem do produto para o consumidor. Um maço de cheiro verde produzido aqui pode durar cinco dias sem murchar. A Emater tem nos ajudado principalmente com informações técnicas e também em como lidar com as pragas”, explica a produtora.

Para o técnico da Emater responsável pelos projetos no município de Benevides, Nonato Martins, o acompanhamento é um trabalho fundamental. “Nós precisamos acompanhar esses agricultores desde o início para a organização de uma cooperativa. Não estamos aqui para impor ou substituir o conhecimento de vida que eles já possuem. O nosso trabalho é ajudar para que eles se organizem e possam melhorar a produção para consumo interno e para a venda externa”, explica Nonato.

José Roberto Conceição trabalhava em uma serraria e largou tudo para investir no campo, em um terreno em Benevides. Cinco anos depois ele já colhe os frutos do seu trabalho. “A gente tira uma média de mil maços de cheiro verde por mês e nos meses de verão a produção das outras hortaliças é maior ainda. Já tenho clientes fixos e a gente vai expandindo o terreno aos poucos. Valeu muito sair da serraria, pois aqui o trabalho e o lucro é muito melhor”, diz o agricultor.

De acordo com a Emater, existem empreendimentos agrícolas tanto na RMB quanto nas ilhas como Cotijuba e Mosqueiro. E estas hortaliças têm ajudado a fortalecer a economia local destas comunidades.

“Hoje a agricultura familiar dispõe de excelentes programas para comercialização da produção, como o PNAE, o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), entre outros. Estes são canais de comercializações seguros porque o produtor tem a certeza de que vai receber pelo produto vendido, diferente de quem vende a sua produção para o atravessador. E ainda, nós colaboramos com o produtor levando conhecimento sobre recursos tecnológicos, como a horta coberta, que pode diminuir os prejuízos neste período de chuva”, explica Paulo Lobato, coordenador técnico da Emater.