Jornada pedagógica de Moju prepara mais de 2 mil profissionais
Mais de dois mil professores, técnicos e funcionários que atuam nas escolas da rede estadual e municipal de ensino participam, desde a tarde desta terça-feira, 28, das formações da terceira edição da Jornada Pedagógica, em Moju, no Baixo Tocantins. São 36 oficinas ofertadas pela Secretaria Municipal de Ensino, em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa) e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Para abordar a temática “Currículo e diversidade racial nos anos iniciais do fundamental”, as representantes da Coordenação de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir) da Seduc, Creuza Santos e Deusilene Lisboa Melo, tiveram cinco horas de tarefas e dinâmicas de grupo com os professores do primeiro ao nono ano do ensino fundamental.
Segundo a coordenadora da Copir, Creuza Santos, a proposta da oficina foi integrar os conteúdos curriculares oficiais com os conhecimentos das temáticas relacionadas à cultura africana e indígena, contribuindo para minimizar a discriminação entre alunos e professores. “A intenção é que eles possam ter um direcionamento sobre como integrar o conteúdo oficial ao conteúdo da valorização da história africana, porque essa é a maior dificuldade entre eles”, disse ela.
Segundo ela, é preciso “desmistificar o olhar” sobre o conteúdo a ser trabalhado em sala de aula, em relação à diversidade racial. “É preciso desmistificar duas coisas, existe legislação para uma modalidade de ensino que é a educação escolar quilombola e existem as diretrizes especificas para a promoção da igualdade racial que diz respeito às demais escolas, que não estão exclusivamente no contexto escolar quilombola”.
Na oficina, ministrada em uma das salas do campus da Uepa, o professor Falcão Almeida, nascido e criado na comunidade de Jambuaçu, a 42 km de Moju, agora tenta aprender um pouco mais para melhorar a atuação na sala de aula. Ele leciona na escola São Manoel, formada por estudantes das 60 famílias de remanescentes de quilombolas. “É uma oficina que tem a ver com a diversidade racial e nós vivemos num território que existe essa diversidade. É uma maneira que busquei para trabalhar melhor com os meus alunos”, disse ele, que leciona no ensino fundamental do quarto e quinto anos.
Também participou da formação o professor Wanderley Gonçalves, que trabalha no Sistema Modular de Ensino (Some) lecionando matemática para os alunos da rede estadual e municipal de ensino. “Escolhi esse tema porque acho importante me atualizar e ver o que está sendo trabalhado, porque a gente sabe que ainda existe muito preconceito e o professor também deve aprimorar os conhecimentos para melhorar as práticas na sala de aula”, disse ele, que leciona na escola Rio dos Valadares, na comunidade Jacundaí, a 80 km de Moju.
Segundo a secretaria municipal de Moju, Lúcia Cristo, a Jornada Pedagógica é o maior momento de formação que a Semed, em parceria com a Seduc, pode proporcionar aos servidores da educação. “Todos os segmentos da educação estão participando, inclusive garantimos sucesso de público de inscrição nas oficinas das nossas merendeiras, que estão aprendendo a manipular os alimentos para melhorar o cardápio das escolas. Também focamos muito na formação do professor. Por ser um município continental, Moju tem muitas escolas multisseriadas e o professor precisa estar preparado”, disse ela.
A Jornada Pedagógica de Moju segue nesta quarta-feira, 29, das 14 às 17h, nas salas do campus da Uepa e do Centro Municipal de Ensino Fundamental Básico e Integral Prefeito Oton Gomes de Limas, com oficinas voltadas para o ensino fundamental, EJA, educação física, incentivo à pesquisa, educação especial, educação do campo, arte, gestão escolar, entre outras.