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Sespa investe na capacitação de profissionais de residências terapêuticas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/04/2015 19h22

Cerca de 50 pessoas participam do curso voltado para trabalhadores das residências terapêuticas, na Escola Técnica do SUS (ETSUS). A capacitação, realizada durante os dias 29 e 30/04, é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e tem como objetivo capacitar os profissionais que irão cuidar dos pacientes das novas residências terapêuticas.

A residência terapêutica é hoje a única alternativa de alta hospitalar de longa permanência. São pessoas que estão hospitalizadas há muito tempo, que não possuem vínculo com a família e que foram abandonadas no sistema de psiquiatria do Estado. “Nesse momento estamos seguindo o que propõe a Política Nacional de Saúde Mental do Brasil: as pessoas precisam retornar para a sua vida comunitária”, explicou Marilda Couto, coordenadora estadual de Saúde Mental, Álcool e Drogas.

Cerca de 50 pessoas participam do curso. “Estamos com um processo de desinstitucionalização. Trata-se da mudança dos pacientes psiquiátricos que ficaram internados muito tempo em hospitais. E nós estamos no processo de retirada das pessoas desses espaços. Aqui no Estado são 22 pacientes nessa condição que agora vão morar em casas residenciais com acompanhamento”, disse Marilda.

Por se tratar de uma metodologia de trabalho relativamente nova, é ncessário capacitar os profissionais que atuarão como cuidadores desses pacientes nas moradias criadas especificamente para trabalhar o processo de reinserção social desses pacientes, que não tem pra onde ir. “Os acompanhantes terapêuticos são profissionais que estão saindo das unidades para cuidar desses pacientes que encontravam-se há muito tempo internados”, disse Lindiane Silva, psicóloga do Centro Integrado de Assistência Social (Ciaspa).

O Pará conta hoje com duas residências terapêuticas. Outras duas estão previstas para ser inauguradas ainda este ano. Cada moradia possui limite para receber até dez pessoas. “Essa iniciativa é uma necessidade. Esse curso está direcionado na questão da capacitação dos cuidadores que são pessoas primordiais nesse processo da residência terapêutica”, afirma a palestrante e terapeuta ocupacional, Elecilda Raiol, que buscou inspiração no Estado de Minas Gerais, onde mais de 20 residências terapêuticas funcionam atualmente.

De acordo com Marilda, trata-se de uma conquista importante para a política de saúde mental, no Pará. “Esse é o momento da reforma psiquiátrica. É o fim dos manicômios, o fim dos espaços asilares. É gratificante devolver a cidadania para essas pessoas, a autonomia para que elas saiam da condição de doente e possam fazer a própria história”, concluiu Marilda Couto.