Profissionais de saúde são capacitados pelo método Canguru
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sespa) está capacitando um total de 30 profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) e das Unidades Básicas de Saúde de Belém para serem tutores do método Canguru. O procedimento é um modelo de assistência humanizada ao recém-nascido de baixo peso, que é mantido em contato pele a pele com a mãe. Realizado com o apoio da Coordenação Geral da Saúde da Criança e Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, a atividade prossegue até a quinta-feira, 7, na sala de treinamento da Santa Casa, principal maternidade pública do Estado e referência na técnica desde 1998.
Durante a solenidade de abertura da atividade, as boas vindas aos profissionais foram dadas pela médica pneumologista e presidente da Santa Casa, Rosângela Brandão Monteiro, e pela médica neonatologista do órgão, Salma Saraty. Além delas, a médica pediatra e coordenadora estadual de Saúde da Criança, Ana Cristina Guzzo, foi quem destacou os benefícios do método no atendimento a bebês prematuros de alto risco e a extensão dessa iniciativa após a alta hospitalar. “Nesse aspecto é que reside a importância da capacitação dos servidores da Atenção Básica, que são essenciais na condução do tratamento para crianças egressas de unidades neonatais, aperfeiçoando a articulação entre o cuidado hospitalar e a manutenção no meio familar”, explica.
O Método Canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para a melhoria da qualidade do cuidado. A partir do princípio da atenção humanizada, reduz o tempo de separação entre mãe e recém-nascido e favorece o vínculo entre os dois. Também permite o controle térmico adequado do bebê e contribui para a redução do risco de infecção hospitalar, além de reduzir o estresse e a dor do recém-nascido.
Dessa forma, aumenta as taxas de aleitamento materno, melhora a qualidade do desenvolvimento neurocomportamental e psicoafetivo do bebê e propicia um melhor relacionamento da família com a equipe de saúde, possibilita maior competência e confiança dos pais no cuidado do seu filho, inclusive após a alta hospitalar, reduz o número de reinternações e contribui para a otimização dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva e de Cuidados Intermediários Neonatais.
Etapas
O método funciona na Santa Casa de Misericórdia do Pará há 13 anos, com 16 leitos disponíveis no terceiro andar da Unidade Almir Gabriel, e é executado em três etapas. Na primeira, é feito atendimento individualizado ao bebê e sua família. Também é realizado o contato pele a pele entre a mãe e o bebê (posição canguru), promoção do aleitamento materno, envolvimento dos pais nos cuidados com o bebê.
Na segunda etapa, o bebê fica alojado com sua mãe em uma enfermaria e pode receber alta hospitalar precoce, com peso de 1.750g. Na terceira etapa, o recém-nascido e sua família vão para casa, mas continuam sendo acompanhados pela mesma equipe que esteve presente na sua internação. É necessário levar o bebê ao hospital duas vezes por semana, já que sua alta é acompanhada pelos profissionais do programa. O bebê será atendido até atingir dois quilos e meio.
“O foco central é dar uma assistência qualificada, capacitada, para esse momento tão especial”, afirmou uma das tutoras do Ministério da Saúde que conduz a capacitação, a médica pediatra Mari Elisia Andrade, durante sua explanação, dando ideia de alguns temas previstos durante o curso, como apresentação da metodologia, a abordagem de como desenvolver a metodologia dentro da maternidade, bem como fora dela, parte importante, já que é a terceira etapa do procedimento.