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Feira do Livro abre espaço para a poesia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
08/05/2015 09h32

A poesia feminina terá lugar garantido na XIX Feira Pan Amazônica do Livro, que será realizada pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult) no período de 29 de maio a 7 de junho, no Hangar. Um Encontro Literário especial vai tratar do tema, com convidados como a poetisa e professora de Teoria Literária Giselle Ribeiro.

Paraense, do município de Capanema, Giselle tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria do Texto Poético, Fundamentos da Teoria Literária, Língua e Literaturas Francesa e Francófonas. Em 2004 escreveu “Objeto Perdido”. É autora também dos livros de poemas, “69” (2009), “Pequeno livro de poemas para vestir bem” (2011) e “Isso não é um livro. Isso é um caracol” (2013), lançado na XV Feira Pan-Amazônica do Livro.

“O Pará apresenta uma paisagem distorcida da poesia. Diria que a voz dos silenciados mora na poesia feminina e paraense. A poesia encadeia, conecta os fios do nosso pensamento. E pensar criticamente dá muito trabalho. É disso que alguns professores fogem, é disso que também alguns editores fogem. O que se quer na nossa região é o lucro fácil. Essa é a lei do mercado”, provoca a escritora Giselle Ribeiro, que estará em parceria com Luciana Brandão Carreira no Encontro Literário sobre “Poesia Feminina”, no dia 1º de junho, às 17h30, no Auditório Dalcídio Jurandir.

Com ênfase no desafio da poesia erótica e feminina, a escritora não se desliga do tema nunca. “Eu guardo a voz poética e erótica da mulher, entendendo que o amor é coisa natural e que faz parte de toda humanidade na sua composição masculina e feminina. E para tanto, relembro a dedicatória do livro 69 quando diz ao que veio: ‘aos que se libertam do pudor, porque deles é o reino do amor", explica, lembrando que o “69” será relançado nesta Feira.

Sob o olhar da escritora o gênero (poesia) ainda não é muito valorizado pelos leitores na região. “Eu lhes entrego a certeza de que esse é o gênero renegado no Norte. Outro dia ouvi dizer que um editor teria se negado a publicar livros de poesia porque os professores, nas escolas, se recusam a trabalhar esse gênero, pelo grau de dificuldade que ele apresenta”, conta.

A escritora compara o cenário da poesia local e nacional, afirmando que em outras regiões do país ela percebe maior produção e incentivo a este trabalho. “Tenho a impressão de que do lado de lá a poesia ainda respira, tem sangue e vida. Quando troco de paisagem, quando vou a um evento em outra região percebo lançamento de livros de poesia, roda de conversa sobre o gênero, ou até ganho livros de poesia publicados. Do lado de lá os ventos sopram mais puros”, observa Giselle.

Sobre a XIX Feira Pan Amazônica do Livro, a poetisa ressalta. “Podemos chamá-la de pororoca, alvoroço das produções locais, nacionais e internacionais. É quando os ouvidos se voltam para a escuta do que se produz aqui e fora daqui. É quando os olhos se prendem nas nossas falas poéticas. É nesse sentido que considero importante para o meu trabalho estar na Feira”, diz.

A escritora considera as homenagens da Feira, este ano, o escritor Ariano Suassuna e o país Japão, primordiais para a literatura e cultura. O primeiro é considerado por ela um dos literatos mais completos. “Sem freio percorreu as mais variadas formas de linguagem poética: do romance à dramaturgia, e não se conteve jamais, avançou nas formas de expressão populares tradicionais, enquanto um homem ligado diretamente à cultura”, avalia Giselle.

Quanto ao país homenageado, a poetisa afirma que a Feira possibilita apagar as distâncias geográficas e “morando no Japão em tempo de Feira, escaparemos dos limites dessas águas para ancorar em outros portos”, diz.

Serviço:
?XIX Feira Pan-Amazônica do Livro, de 29 de maio a 7 de junho, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia. Encontro Literário Paraense – Poesia Feminina, com Giselle Ribeiro e Luciana Brandão Carreira, dia 1º de junho, às 17h30 – Auditório Dalcídio Jurandir.