Paragominas vai abrigar o primeiro frigorífico de suínos do Pará
O primeiro frigorífico de suínos e ovinos do Pará, o Forte Frigo, está prestes a entrar em atividade no município de Paragominas. Com as instalações físicas todas prontas, o início da operação depende agora apenas da liberação do registro do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Além dos empregos diretos que irá gerar, o empreendimento também vai ajudar a aumentar a renda dos produtores familiares e pequenos produtores da região porque irá operar em sistema de integração, ou seja, vai fornecer animais, assistência técnica e ração para os produtores que irão trabalhar na engorda e, ainda, ter garantia de compra integral da produção pelo frigorífico.
Na terça-feira, 12, os secretários de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes, e de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, Adnan Demachki, participaram de uma reunião com os diretores do novo frigorífico para conhecer o estágio de implantação do projeto e definir estratégias de apoio. “Este é um projeto considerado prioritário para o governo do Estado porque implanta o modelo de integração da produção familiar com a agroindústria, já utilizado com sucesso do setor de palma de óleo, na cadeia da pecuária paraense”, afirma o secretário Hildegardo Nunes.
Também participaram da reunião, o prefeito de Paragominas, Paulo Tocantins, o presidente do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Daniel Lopes, o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-PA), Paulo Pedroso, e representantes do Banco da Amazônia. Com relação às questões fundiárias, o presidente do Iterpa assegurou que nos últimos meses o Instituto avançou bastante na titulação da região e que, atualmente, quase todos os agricultores familiares de Paragominas já estão regularizados.
Da parte da Emater também já houve avanços na identificação dos produtores familiares com potencial e interesse para participar do sistema integrado. O órgão identificou, para a etapa inicial do projeto, 60 produtores em cinco comunidades distantes entre 60 e 90 quilômetros da sede do frigorífico com interesse em criar suínos. Cada um deles deve receber 500 animais que ajudarão a complementar a renda familiar.
O frigorífico também vai trabalhar com o abate de bovinos, onde também será utilizado o sistema integrado. Neste caso serão envolvidos os pequenos produtores, com propriedades de até 300 hectares. A ideia é aproveitar as áreas de pastagem degradada, utilizando boas práticas de criação e sistema rotacionado para a engorda dos bois. O acompanhamento técnico, mais uma vez, será dado pelo frigorífico, assim como a garantia de compra da produção.
Paragominas foi escolhida para abrigar o empreendimento porque é hoje o maior polo produtor de soja do Estado, o que significa ração garantida e a um custo menor para a engorda dos animais. Dos 300 mil hectares de soja plantados no Pará, mais de 170 mil estão localizados em Paragominas e municípios vizinhos. A região também é responsável por 63% da produção paraense do grão. “Com isso estaremos fechando uma cadeia completa que vai do plantio de grão, passando pela ração e chegando até o produto final”, explica Hildegardo Nunes.
E uma cadeia completa mesmo. Com capacidade de abate de 700 suínos e 420 bovinos por dia, em duas linhas separadas, o frigorífico espera, ao final do primeiro ano de operação, estar comercializando uma linha de produtos para venda ao consumidor que vai de cortes selecionados, até presunto fatiado, linguiças e hambúrguer. A meta é vender para o mercado nacional e também destinar a produção para a exportação, principalmente para o cada vez mais cobiçado mercado consumidor da China.