Câmara setorial discute problemas do óleo de palma em Belém
Produtores de óleo de palma (dendê) estão preocupados com a baixa do preço do produto no mercado internacional, que vem reduzindo a margem de lucro do setor. A questão foi discutida na noite desta terça-feira, 19, durante a reunião da Câmara Setorial da Palma de Óleo, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).
Como medida de proteção do mercado interno, os produtores querem o aumento do imposto de 10% para 25%, quando o preço do óleo de palma no mercado externo ficar abaixo de US$ 800. Hoje a tonelada do produto está custando US$ 600.
A taxa do imposto de importação foi reduzida de 10% para 2% no caso do palmiste, beneficiando mais as indústrias do que o setor produtivo, que ainda sofre a concorrência desleal de países como a Colômbia, onde o produto é exportado com tarifa zero. O pedido de elevação do imposto será encaminhado numa nota técnica elaborada pela Câmara Setorial da Palma de Óleo à ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
A produção do óleo de palma, extraído da polpa do dendê, atende a metade da demanda brasileira e o palmiste, extraído da semente, apenas 15%. Por isso o Brasil precisa importar 85% para suprir as necessidades das indústrias de alimentos, cosméticos e de sabão.
O Pará é o maior produtor de óleo de palma do país, com mais de 140 mil hectares de área plantada e uma produção de quase 800 mil toneladas que correspondem a 90% da produção brasileira. Mas, o Estado também detém os principais problemas que emperram o desenvolvimento da cultura, como as questões fundiária e de conflitos sociais.
Há três anos, a Biopalma enfrenta problemas com os índios Tembé, em Tomé-Açu, onde as atividades foram paralisadas causando a demissão de funcionários. Há três meses a empresa também luta contra a invasão das áreas de conservação de suas fazendas para retirada ilegal de madeira.
A questão do defensivo agrícola para o plantio do dendê é outro grave problema que deixa os produtores em situação de “ilegalidade involuntária”, já que o uso do único herbicida que combate as gramíneas (capim), o glifosato, não é autorizado para a palma. Um estudo para a descoberta de um novo produto está em andamento, mas a pesquisa levará mais de dois anos para ser concluída, fora o período necessário à fase de testes.