Novo Terminal Hidroviário do Porto de Belém comemora um ano de funcionamento
Há quatro anos sem usar o terminal hidroviário de Belém, a missionária Rosana Rocha se surpreendeu com as mudanças feitas pelo Governo do Estado no local. “Senti o conforto e o bem estar de um espaço novo como esse. Eu estou aguardando um amigo, mas esperar aqui é uma tranquilidade”, comenta. Em um ano, cerca de 600 mil passageiros utilizaram o terminal, em mais de 1.700 viagens.
O novo Terminal Hidroviário do Porto de Belém “Luiz Rebelo Neto” completa o primeiro ano neste sábado, 23 de maio, realizando até cinco viagens por dia. O local recebeu um milhão de visitantes ao longo desses 12 meses e vem incrementando o setor turístico na região do Marajó. Uma programação em comemoração ao aniversário do terminal será oferecida neste sábado para os usuários. Começa com missa, às 9h, e em seguida será partido o bolo.
Quem usa o complexo de forma frequente também atesta a importância da renovação do terminal para a qualidade de vida da população. “Eu venho aqui duas ou mais vezes por semana deixar alguém ou receber encomendas, já faço isso há muito tempo e agora sim é um espaço bom para esperar. Antes isso era quente e sujo, muito diferente do que é hoje”, comenta a autônoma Izabel Assis, 49 anos. Utilizando os serviços do terminal pela primeira vez, o vendedor Bruno Ferreira, de 29 anos, também elogiou o espaço. “Estou indo para Macapá e nunca tinha entrado aqui, não sabia que estava tão bom. Fui bem atendido”.
Para o representante do Sindicato das Empresas de Embarcações do Estado do Pará, Carlos Bannach, o investimento no modal fluvial impulsionou os empresários a também melhorar os serviços. “Eu era operador no antigo terminal e sei que o novo veio para fomentar o crescimento. Na área do Marajó, por exemplo, a gente repara que teve incremento na parte turística, o ambiente favorece isso. Hoje a empresa que eu represento no sindicato, a Banav, oferta mais de três mil lugares e, embora a taxa de ocupação anual ainda seja de 35% a 40%, estamos apostando que vamos aumentar isso. A gente se sente responsável por fazer essa união de ponta, a gente é intermediário”, afirma.
Mesmo que o turismo seja uma ambição do empresariado local, atender melhor aos usuários cotidianos já é uma realidade. “A maior parte dos passageiros é formada por quem mora nas ilhas, ou seja, 90% são os ilhéus. Eles já precisavam embarcar e desembarcar com dignidade. Isso era um clamor das empresas e dos usuários. A acessibilidade para as pessoas com deficiência foi resolvida e isso nos fomenta a melhorar também. Havia muitos portos clandestinos na orla de Belém e hoje eles podem vir pra cá. Isso melhorou até a fiscalização da Capitania dos Portos, que tinha que percorrer o rio de lancha atrás das embarcações”, relata Bannach.
A impressão do empresário é compartilhada pelo aposentado Carlos Alfredo Rodrigues, 62 anos. “Sou filho de Soure, mas moro em Belém há 16 anos. Sempre tenho que vir ao terminal para buscar alguém da família. Agora sento aqui, lancho, leio jornal, fico esperando sem pressa. Antes isso aqui era uma desorganização, mudou tudo”, afirma.
Histórico
O complexo foi construído em uma área de cerca de cinco mil metros quadrados, na Companhia das Docas do Pará (CDP), às margens da Baía do Guajará. Atualmente o terminal hidroviário é um prédio totalmente climatizado, que não oferece apenas serviços de compra de passagens, embarque e desembarque de passageiros, mas lojas, praças de alimentação, atendimento turístico, apoio logístico, além de rede de fiscalização social e fiscal.
Segundo o presidente da Companhia de Portos e Hidrovias (CPH), Abraão Benassuly Neto, a satisfação é transformar os portos em lugares dignos e confortáveis. “Sempre falamos que queríamos igualar os nossos portos com o modal aeroviário. A gente tem sido vigilante na questão de horários, de maneira que o passageiro se sinta a cada viagem mais prestigiado. As empresas nos ajudam fazendo com que isso se torne um instrumento para servir à sociedade, também orientando os passageiros”, relata.
Ao longo desse ano, com a rotina do terminal, a Companhia percebeu novas demandas que precisaram ser executadas para a manutenção da qualidade do espaço, como o reforço nas defensas dos flutuantes na área de embarque e desembarque. “E nós estamos com outros projetos, como a construção de terminal hidroviário na margem esquerda do rio Amazonas e do terminal do município de Santarém”, revela.