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Jatene e presidente da Natura debatem crescimento de polo industrial

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/05/2015 16h40

É no Estado do Pará que se concentra a maioria das famílias extrativistas que fornecem matéria-prima para os cosméticos da empresa Natura. Das 2,8 mil famílias, apenas 200 delas estão fora do território paraense, um reflexo do potencial econômico natural das florestas da região. As potencialidades paraenses foram um dos temas que nortearam o diálogo entre o governador Simão Jatene e o presidente da indústria, Roberto Lima, em encontro ocorrido no fim da manhã desta sexta-feira, 22, no Palácio do Governo.

O desenvolvimento do complexo industrial da Natura, conhecido como Ecoparque, também foi apresentado durante a reunião. Localizado no município de Benevides, na região metropolitana de Belém, em uma área de 172 hectares, o local abriga uma unidade industrial que produz massa de sabonetes; e uma área de extração de óleos vegetais, onde são transformados e usados óleos retirados de espécies nativas da região para a composição de sabonetes e diversos produtos de cuidados pessoais. Os produtos ganham os mercados do Brasil e de outros seis países, entre eles Argentina e Chile.

Roberto Lima destacou os resultados alcançados com o Ecoparque no primeiro ano de funcionamento e comemorou a chegada da empresa Symrise, de origem alemã, que tem forte atuação no ramo de fragrância e perfumaria – a primeira organização que não faz parte do conglomerado da Natura a se instalar no complexo industrial, que tem capacidade para abrigar empresas que estão em sinergia com os planos da indústria. Segundo o executivo, a expectativa é que seriam atraídas apenas empresas do setor industrial, mas a realidade mostrou-se diferente.

“Inicialmente imaginávamos que as empresas interessadas seriam do setor industrial com necessidade de fábrica, mas hoje a gente percebe que existe um espaço muito grande para organizações de pesquisa e desenvolvimento. Estamos muito satisfeitos com nosso primeiro empreendimento de grande porte, que é o Ecoparque, e com a chegada da Symrise, porque uma das intenções é fazer com que o complexo seja um espaço inclusivo, com empresas que buscam o desenvolvimento social”, explicou o presidente da Natura.

Benefícios – Ao falar dos planos de continuar investindo no Pará, mesmo diante das dificuldades econômicas que o país atravessa, o presidente da Natura afirmou que a empresa vai continuar apostando no Estado. “Esse é um ano muito difícil para o Brasil, mas isso não nos inibe, e vamos continuar investindo no processo de atrair novas empresas para estarem conosco no Ecoparque. Daremos bastante ênfase a esse setor durante todo o ano de 2015”, reiterou Roberto Lima, ao falar da oportunidade de estar com o governador Simão Jatene e poder alinhar as expectativas da Natura no Pará com as políticas públicas do governo estadual.

Jatene disse que o Estado vê com bons olhos as iniciativas privadas que estão comprometidas com o desenvolvimento da região e que buscam a sustentabilidade investindo na biodiversidade do Pará. Além da importância de indústrias que trabalham na verticalização da matéria-prima e na geração de emprego e renda para a sociedade local, o governador destacou a importância do comprometimento das entidades na preservação do meio ambiente e lembrou que a nova política de incentivos fiscais do Estado estabelece como critérios a inovação, sustentabilidade e verticalização da produção, para a concessão de benefícios fiscais.

“É fundamental que se gerem emprego e renda no Pará para que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas que moram aqui, e assim termos condições reais de reduzir a pobreza e a desigualdade. Não queremos ser apenas exportadores de matéria-prima, queremos agregar, aqui mesmo, o valor aos produtos porque isso acaba atraindo outras indústrias complementares. É nessa direção que estamos trabalhando e temos total intenção de privilegiar as empresas que investem na verticalização da produção”, afirmou o governador.

A Natura faz parte da lista de organizações privadas instaladas no Pará que recebem incentivos ficais do Estado, a exemplo de benefícios na aquisição de insumos, como o óleo de palma, e a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na aquisição de máquinas e equipamentos, além de insumos nas operações internas com sabonete industrializado, no Pará, que tenha na formulação matéria-prima regional.A fábrica de sabonetes da empresa, de base amazônida, gera 240 empregos diretos, e 90% desses empregados são paraenses, dos quais 15% são oriundos de Benevides.

Ao final da reunião o governador assistiu a um vídeo sobre o novo produto da Natura, que usa a ucuuba como matéria-prima. A semente avermelhada, nativa de área de alagado, tem alto poder de hidratação e está sendo usada como base material de hidratantes da linha Ekos. Parte das sementes está sendo fornecida por comunidades localizadas na ilha de Cotijuba, o que, além de gerar fonte de renda para as famílias, ajuda na preservação da Ucuubeira, espécie em risco de extinção devido à exploração madeireira para a fabricação de cabos de vassoura.