Produção de açaí em terra firme é alternativa para aumentar a oferta do produto
O crescimento da demanda interna e externa pelo açaí – sem contar o consumo dentro do Estado – abre espaço para a expansão da cultura. A estratégia que vem sendo pensada pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) para aumentar a produção de frutos prevê a intensificação das práticas de manejo e enriquecimento dos açaizais nas áreas de várzea e a ampliação do plantio nas áreas de terra firme, utilizando terrenos degradados com o emprego de tecnologias adequadas, como sistemas de irrigação e sementes melhoradas.
A terra firme se apresenta com uma alternativa para aumentar a produção porque as áreas de açaizais nativas de várzea já estão sendo exploradas em todo o seu potencial. Existem atualmente diversos projetos em curso no Estado de plantio de açaí em terra firme com irrigação, alguns com área plantada variando entre 400 e 1,4 mil hectares. Esses projetos já são responsáveis por cerca de 40% da safra anual do primeiro semestre, época de escassez natural do produto.
É possível crescer mais e fazer com que os plantios de terra firme ajudem a reduzir significativamente a sazonalidade da oferta, que impacta diretamente sobre os preços. Para isso, no entanto, é preciso superar barreiras como, por exemplo, o alto custo para a implantação de sistemas de irrigação que impedem, por exemplo, uma maior participação de agricultores familiares.
Nesta sexta-feira, 29, a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) promove o II Seminário Sobre Cultivo do Açaizeiro no Pará, para discutir o cenário econômico da cultura do açaí no Estado, o potencial dos sistemas de produção e os gargalos que atrapalham a expansão do cultivo. As discussões vão servir de subsídio para a elaboração do Programa Estadual para a Expansão da Cultura do Açaí no Estado.
Técnicos, produtores, empresas de extensão rural e assistência técnica, associações de produtores, agroindústrias, universidades e institutos de pesquisa foram convidados para participar do seminário. Os debates vão ocorrer no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).