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Tratamento anti-fumo assegura o fim da dependência em 90% dos casos

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/05/2015 16h58

Para celebrar o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), a equipe do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), realizou nesta quinta-feira, 28, uma série de ações destinadas a alertar a população sobre os males provocados pelo fumo, sobretudo os de origem ilegal, falsificados ou contrabandeados. Essa conduta preventiva é a que está sendo adotada em 2015 por países, dos quais o Brasil, no sentido de seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para que, juntos, possam acabar com o comércio ilícito dos produtos do tabaco.

A programação aconteceu no hall de Cardiologia da Unidade de Referência (URE) Presidente Vargas, localizada na avenida de mesmo nome, em Belém.  A coordenadora do centro, médica pneumologista Fátima Amine, explica que existem mais de 50 doenças relacionadas ao consumo do tabaco, que é a principal causa de morte evitável no mundo. “Se com o cigarro original já é perigoso, imagine com marcas falsificadas, ou seja, a pessoa corre riscos múltiplos de morte, uma vez que o cigarro contrabandeado está à margem do controle sanitário e tem grande probabilidade de apresentar componentes não previstos na legislação e que ainda podem promover contaminações e complicações de toda a ordem à saúde do usuário”, explica, ao se referir sobre o tema atual da campanha.

A manhã festiva da programação serviu para destacar os riscos à saúde associados ao tabagismo, por meio de palestras, exposições e testemunhos de usuários que pararam ou tentar largar o vício do cigarro, apresentações artísticas e ofertas de serviços, como aferições de pressão arterial, glicemia, do grau de intoxicação pelo monóxido de carbono e de dependência da nicotina, além de uma sessão completa de ginástica laboral. A atriz Maria Borges animou os presentes com a personagem Matinta Pereira, que representou o contexto sombrio de quem continua refém do vício do fumo.

Apesar das brincadeiras, Fátima Amine afirma que o assunto é sério e que o objetivo maior da mobilização foi de conscientizar e motivar o fumante, junto do apoio de seus familiares, a deixar o vício. Segundo ela, os malefícios relacionados ao tabagismo tem tido ampla repercussão junto ao público, o que pode ter refletido num maior poder de discussão sobre o assunto em favor da qualidade de vida da sociedade. Para se ter uma ideia, informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) dão de 14,7% da população brasileira é fumante, porém este número está em queda devido a vários fatores, como a lei antifumo e os programas de apoio às pessoas que desejam parar com o hábito.

Um desses programas é executado pelo Centro de Referência e Abordagem ao Tratamento do Fumante (CTF), criado pela Sespa em 2004 e que chega ao final deste mês com 4.370 pacientes matriculados e efetivamente atendidos, com uma média de 90% de alta a cada ano. Só no ano passado, 876 pessoas iniciaram tratamento no espaço. Em 2013, foram 973 e em 2011 o quantitativo chegou a 1.349, quando 87% dos usuários conseguiu chegar até ao final do tratamento, livres do cigarro.

Apesar do sucesso obtido no serviço prestado, vale lembrar à população em geral que o Centro não é o único do Pará a oferecer tratamento gratuito pelo SUS a título de referência. Existem mais um em Belém, na Unidade Municipal de Saúde da Marambaia, e o restante no interior do Estado. No entanto, a médica orienta que quem decidir parar de fumar, pode se inscrever no próprio Centro, sem necessidade de ser referenciado por unidade de saúde. Caso opte por procurar logo o Centro, o paciente será submetido à avaliação de uma equipe multiprofissional composta por médicos psiquiatra e pneumologista, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico e apoio nutricional. Primeiro, os interessados passarão por uma avaliação individual. Durante a avaliação, os profissionais identificarão o grau de dependência química pela nicotina.

Serviço: O Centro de Referência em Abordagem do Tratamento do Fumante da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) funciona das 7 às 13 horas, na avenida Presidente Vargas, entre ruas Aristides Lobo e Oswaldo Cruz, no bairro do Comércio. O atendimento é gratuito. Informações também pelo telefone (91) 3242-5645.

Outros locais no Estado que oferecem tratamento pelo SUS:

Abaetetuba: Centro de Saúde Roberto Contente. Rua Barão do Rio Branco, sem número. Centro.
Belém 1: Unidade Municipal de Saúde de Icoaraci. Rua Manuel Barata, 480. Fone: 3227-0270.
Belém 2: Unidade Municipal de Saúde do Telégrafo. Rua do Fio, s/n, entre passagens São José e São Pedro. Fone: (91) 3244-0471.
Belém 3 - Unidade Municipal de Saúde do Jurunas. Rua Fernando Guilhon, s/n, entre Breves e Bernardo Sayão. Fone: (91) 3272-4848.
Cametá: Centro Municipal de Saúde de Cametá. Rua Coronel Raimundo Leão, Centro.
Castanhal: Unidade Municipal Luiz Charlet. Travessa Pio XII, nº 72, Centro.
Goianésia do Pará: Hospital Municipal de Goianésia. Rua Tiradentes, nº 64. Fone: (94) 3779-0223.
Marabá: Unidade de Saúde de Laranjeiras – Rua José Bandeira, s/n, Laranjeiras. Fone: (94) 3323-2088.
Redenção: Centro Municipal Antônia Pinheiro Cavalcante - Avenida Araguaia, Setor Alto Paraná, nº 1.500.
Xinguara: Programa de Saúde da Família Tanaka. Rua Walter Fernandes, s/n. Setor Tanaka.

HOL reforça ações de conscientização e combate ao fumo

Para alertar a população sobre os danos causados pelo cigarro, o Hospital Ophir Loyola realizará nesta sexta-feira, 29, das 9h às 13h, em frente à instituição, uma ação de orientação com o tema “Pode respirar fundo: ambientes coletivos 100% livres de fumaça”. A ação reunirá serviços de odontologia, fonoaudiologia, psicologia e da Divisão de Prevenção do Câncer do HOL.

O oncologista Antenor Madeira explica que mais de 50 doenças estão relacionadas ao tabagismo, como o câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas. A previsão do Instituto Nacional do Câncer é que até o final de 2015 surjam no Pará 320 casos novos de câncer de pulmão, 160 somente na capital. Destes, 260 no sexo masculino, com uma prevalência de 6,5% para cada 100 mil homens. Entre as mulheres poderão surgir 160 casos, com incidência de 4,2% para cada 100 mil delas.

Uma pesquisa realizada com pacientes de câncer de pulmão atendidos de janeiro de 2010 a dezembro de 2011, no HOL, e publicada na Revista Paraense de Medicina, constatou que 72,22% deles eram do sexo masculino, a maioria (58%) morava no interior do Estado e a faixa etária de maior frequência estava entre 61 e 70 anos (35,56%). Nesse período, houve uma sobrevida de 52,78% e mortalidade de 47,22%.

“O fumo está associado à mortalidade por diversos tipos de câncer e é responsável por 90% das mortes nesse tipo de ocorrência”, alertou Madeira. O índice de pessoas que consomem cigarros e outros produtos derivados do tabaco é 20,5% menor que o registrado cinco anos atrás. Para o oncologista, as campanhas de conscientização e a legislação antifumo influenciam na redução de número de fumantes, mas a lei não é complementada, com exceção de São Paulo, único estado do Brasil que pune que a infringe.

“Se as pessoas deixassem de fumar, 30% dos cânceres não existiriam mais. O conhecimento da causa é essencial para que as pessoas percebam que fumar não é nada democrático. Atualmente a população está mais bem informada, tem acesso a  jornais, internet, campanhas e palestras. Isto traz a percepção de um modelo de vida diferente daquele amplamente divulgado na indústria cinematográfica e pela propaganda durante décadas", afirmou.

(Com colaboração de Leila Cruz - Ascom HOL)