Registros de dengue continuam caindo no Pará
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou nesta quarta-feira, 3, o sexto Informe Epidemiológico sobre a situação da dengue no Pará, que confirma 1.561 casos confirmados da doença este ano em todo o Estado, até o dia primeiro de junho. Os números continuam apontando redução no comparativo ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 2.105 ocorrências, o equivalente a uma diminuição de 26%.
Os municípios com maior incidência de casos confirmados neste ano são: Belém (520), Altamira (202), Parauapebas (174), Senador José Porfírio (139), Alenquer (77) e Ananindeua (53). Três mortes por dengue foram confirmadas este ano, duas na capital paraense e uma vítima de Rurópolis, sudoeste do estado. A Sespa orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem em um período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas.
Para a confirmação de óbitos é necessária a investigação epidemiológica com aplicação do Protocolo de Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em laboratórios credenciados do Estado, como Laboratório Central (Lacen) e Instituto Evandro Chagas (IEC) – que são preconizados pelo Programa Nacional de Controle da Dengue – para o correto encerramento de casos graves e óbitos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da dengue, e distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para o controle. A secretaria também faz visitas técnicas aos municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar a capacitação sobre a febre chikungunya.
Quando há necessidade, a Sespa também faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos sólidos. Também fazem parte das ações atividades de educação e mobilização, visando a participação da população no controle da dengue.
Zika e chikungunya - A Sespa também confirma o primeiro caso de vírus Zika no Pará: aconteceu em Dom Eliseu, cidade localizada no nordeste do Pará, divisa com o Maranhão. Trata-se de uma moradora do próprio município, que apresentou sintomas parecidos com a dengue: febre intermitente, coceira e dor muscular. Como de praxe, a confirmação de que não era dengue, mas sim o Zika, foi feita pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), localizado em Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém.
A paciente já está bem, em casa e fora de perigo, até porque o zika vírus é muito menos agressivo que o vírus da dengue: não há registro de mortes relacionadas à doença. A evolução é benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. Por questões éticas, a Sespa não está autorizada a dar o nome e nem a localização da paciente.
Por outro lado, uma equipe de profissionais de saúde destacados pela Coordenação Estadual do Programa de Controle de Dengue será enviada a Dom Eliseu nesta quinta-feira, 4, para fazer bloqueio químico, que é a borrifação e nebulização para o controle vetorial com inseticida. O procedimento deve durar 28 dias e é adotado pela Sespa a partir da demanda de municípios ou quando os próprios não dão conta de intensificar o controle de infestação do Aedes aegypti, mosquito transmissor das três doenças: dengue, chikungunya e zika. Só em 2015, Dom Eliseu já confirmou 37 casos de dengue e nenhuma morte relacionada à doença.
Com a parceria da Secretaria de Saúde de Dom Eliseu, deve ser incluído nas ações o bloqueio mecânico, que consiste na eliminação de focos do mosquito e sensibilização da população para que colabore mais em não jogar lixo nas ruas, controlar melhor o lixo doméstico, ser mais vigilante nas caixas de água e ser assídua na limpeza de quintais.
A propósito, o vírus da febre chikungunya também está controlado, e não há registros de transmissões ocorridas dentro do Estado. Em 2015, cinco casos importados da doença foram confirmados no Pará por critério laboratorial adotado pelo Instituto Evandro Chagas, em Belém.
Os vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e levam a sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças têm gravidades diferentes, sendo a dengue a mais perigosa.
A dengue, que pode ser provocada por quatro sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença é caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.
O chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e morte são muito raras. Já a febre por zika vírus leva a sintomas que se limitam a no máximo 7 dias e não deixa sequelas. Não há registro de casos de morte provocados pela doença.
A Sespa também deixa claro que a preocupação com a zika segue os mesmos procedimentos em relação à dengue e à chikungunya. Logo, o Estado está preparado para seguir com o esquema já adotado. O tratamento é apenas paliativo, de suporte e de correção de sequelas. Logo, é preciso diminuir a incidência do mosquito transmissor.
Serviço - Mais informações sobre dengue e febre chikungunya são fornecidas pelas Secretarias Municipais de Saúde de Ananindeua - (91) 3073-2220; Marabá - (94) 3324-4904; Marituba - (91) 3256-8395; Santarém - (94) 3524-3555 e Tucuruí - (94) 3778-8378. Em Belém, além dos telefones (91) 3344-2475, 3344-2459 e 3277-2485, estão disponíveis os telefones dos Distritos Administrativos da Prefeitura: Daben (3297-3275), Daent (3276-6371), Dagua (3274-1691), Daico (3297-7059), Damos (3771-3344), Daout (3267-2859), Dasac (3244-0271) e Dabel (3277-2485).