Conselho gestor do Funcacau discute combate à Vassoura de Bruxa no Pará
Um plano emergencial de controle da principal doença do cacau, a Vassoura de Bruxa, foi apresentado nesta terça-feira, 9, durante a reunião extraordinária do conselho gestor do Fundo de Desenvolvimento da Cultura Cacaueira no Pará (Funcacau). O plano será executado a partir deste ano, com ações até 2017, para evitar o avanço da doença e a perda na produção.
O programa, apresentado pelo técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), Raul Guimarães, se constitui em uma estratégia para minimizar os prejuízos, já que não se pode exterminar a Vassoura de Bruxa, endêmica na região amazônica, mas é possível reduzir a taxa de incidência. “Em 2014, a taxa foi de apenas 23,7%, o que significa que grande parte dos produtores não fez o controle da Vassoura de Bruxa, por falta de mão de obra na propriedade ou negligência”, disse Raul.
Numa área de 115 milhões de cacaueiros, a perda pode chegar a R$ 3,3 milhões. O plano emergencial pretende reduzir em 50% o nível de infecção da doença no primeiro ano de execução. Entre as ações estão a capacitação de técnicos e produtores, implantação de unidades demonstrativas das tecnologias de manejo e controle e a elaboração de um projeto de crédito rural para recuperação e manutenção da capacidade produtiva de 16.410 hectares de lavoura cacaueira infectados pela Vassoura de Bruxa.
Para isso serão necessários recursos de R$ 3,8 milhões, que correspondem a 70% do saldo total do Funcacau. Para não comprometer outras atividades financiadas pelo fundo, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hildegardo Nunes, que presidiu a reunião do conselho gestor, realizada na Sedap, sugeriu que outras instituições sejam envolvidas como parceiras do programa, inclusive, o Ministério da Agricultura, já que o Pará é o segundo maior produtor nacional de cacau, um dos principais produtos da pauta de exportação brasileira.
A Ceplac fará os ajustes necessários ao plano emergencial de combate à Vassoura de Bruxa, que poderá ter ampliado o prazo de execução até 2018, para reduzir as parcelas anuais de recursos e não comprometer as ações que serão iniciadas em agosto.
