Ignácio de Loyola Brandão dedica coluna no Estadão à Feira do Livro
A XIX Feira Pan-Amazônica do livro ganhou destaque na coluna cultural do escritor e jornalista Ignácio de Loyola Lopes Brandão, 78 anos, na edição desta sexta-feira (12) do “Estadão”, de circulação nacional. O escritor participou do Projeto Sarau Livro Solidário, desenvolvido simultaneamente com a Feira do Livro, levando autores convidados até escolas e outras instituições.
Com o título “Tem quem vai mudar este país”, a coluna de Ignácio Brandão descreve, cuidadosamente, a experiência positiva que ele teve ao dialogar com os 28 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas unidade administrada pela Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) em Benevides.
Foi o primeiro sarau literário feito em uma unidade de ressocialização paraense. A experiência deixou o escritor emocionado. “Adrenalina geral, ansiedade, alegria, nervosismo...Naquele momento, percebemos que criar é escapar, fugir de uma realidade que nos aflige. Conversei longamente com os meninos. Fala difícil, minha garganta travada pela emoção”, escreveu.
A Fasepa conta com um Espaço de Leitura Livro Solidário desde 2012, estimulando a prática entre os adolescentes que cometeram atos infracionais e que cumprem medidas de internação. Desde 2011, início do projeto, já foram implantados seis espaços de leituras e doados 13,5 mil livros para mais de 30 instituições. Iniciativa da Imprensa Oficial do Estado em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e a Fasepa, e que agora ganha destaque e serve de exemplo para o país.
Imaginário – A diversidade cultural também chamou a atenção do escritor paulista durante a Feira Pan-Amazônica do Livro. “Belém, haja fôlego! Mais de 80 escritores, poetas, críticos, cineastas, ensaístas, teatrólogos, blogueiros, sociólogos, músicos, participaram de 120 eventos, incluindo palestras, exibição de filmes japoneses, conferências, debates, shows, aulas, moda, fotografia, fóruns, oficinas, teatro, internet, blogs, novas mídias. O orgulho gerou o desafio, trouxe a energia, a Pan-Amazônica flutuou de vento em popa. Como flutuaram e se libertaram em seu imaginário os meninos de Benevides”, completou Ignácio Brandão.
O jornalista termina o texto revelando que é apreciador da culinária paraense. “Impossível ir a Belém e não falar de comidas, principalmente peixes. Comi ali um caranguejo refogado que me deixou descansado; um picadinho de tambaqui sobre colchão de banana-da-terra que me elevou; depois um silveirinha de camarão, que me fez levitar. Tudo em dias diferentes, claro, olhando o rio Guamá. Sem esquecer o pirarucu fresco com redução de tucupi e o doce de cupuaçu com queijo da ilha de Marajó”, finalizou.