Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico reúne 300 lideranças em Altamira
Cerca de 300 representantes de empreendedores, do setor público e da sociedade civil participaram do Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico do Xingu, nesta terça, 16, e quarta-feira, 17, em Altamira, sudoeste paraense. A iniciativa articulada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) mobiliza um conjunto de órgãos estaduais para discussão da economia regional a fim de subsidiar novos projetos para o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRSXingu).
"O que chama a atenção de todos é o impressionante potencial econômico local. A região tem forte produtividade na agricultura familiar, pecuária de corte e leiteira, além do turismo e do cultivo do cacau orgânico que desponta com foco no exterior, com sucesso”, disse a secretária adjunta da Sedeme, Maria Amélia Enriquez, que está à frente dos trabalhos.
Segundo Maria Amélia, a cultura do cacau é tão promissora na região, que durante as discussões chegou-se a considerar a criação da ‘Rota do Cacau’, iniciativa empreendedora capaz de reunir o turismo no entorno da hidrelétrica de Belo Monte e a produção do cacau, considerando toda a cadeia produtiva, da seleção das sementes ao produto final à venda, conforme já acontece na cidade de Medicilândia com a fábrica de chocolate Cacau Way, instalada no município, no formato de cooperativa sob a administração de 40 associados que já vendem para o exterior.
O diretor de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Local da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Luiz Pinto, reitera que a região do Xingu concentra 10 municípios cacaueiros que, juntos, já produzem 70% do cacau no Pará. Com isso, o Estado desponta como um grande produtor do Brasil, atrás somente da Bahia.
“A safra do cacau começou em abril, nossa projeção é de que o Pará produzirá 106 mil toneladas este ano. A Bahia projeta 146 mil toneladas em 2015. Dentro de quatro anos, a produção paraense superará a baiana’’, afirmou o diretor da Sedap. Ele ressaltou ainda que o cacau do sudoeste paraense tem o padrão de mercado mundial, resistindo bem às altas temperaturas.
Investimento - A Sedap investe no Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau), financiando boa parte da produção de sementes geneticamente melhoradas pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). "Atualmente a produção paraense é de 828 quilos de amêndoas secas por hectare, nossa meta é atingir 900 quilos por hectare'', assegurou Pinto.
Na quarta-feira, as discussões abordaram a estruturação das cadeias produtivas locais, qualificação empreendedora, instrumentos de regulação, crédito e financiamento. Na mesa de debates da regulamentação dos negócios, representantes dos municípios de Altamira e Vitória do Xingu, demandaram questionamentos à Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), Emater e Programa Municípios Verdes. A principal reivindicação reside em maior agilidade no fornecimento de informações e orientação.
O Seminário de Desenvolvimento Socioeconômico se encerrou ontem, 17, com oficinas práticas. Além da Sedeme, presente com representantes de todas as suas Diretorias (Mercado, Incentivo Fiscais, Desenvolvimento da Indústria, Mineração, Comércio e Serviços). O Estado contou com profissionais da Junta Comercial do Pará, Banpará, Emater, Sedap, Uepa, Municípios Verdes, Setur e Sectec. O evento registrou também a presença de órgãos que já compõem normalmente as Câmaras Técnicas do PDRS Xingu, como Fapespa, Seplan, Sespa, Semas, Segup, Seaster, Casa Civil, Seduc e Ideflor.