Bombeiros alertam para aumento da incidência de raios
As fortes pancadas de chuva ocorridas nos últimos dias em Belém e região metropolitana marcam o início do período de transição entre o verão e o inverno amazônico. E com ele, vem a preocupação com outro fenômeno próprio desse período: a maior incidência de raios, o que merece atenção e cuidados especiais de toda a população.
De acordo com Antônio Sousa, diretor de Hidrologia e Meteorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), as regiões do Pará mais próximas ao centro-oeste brasileiro são onde o período chuvoso inicia de fato já neste mês de outubro e, por isso, terão maior incidência de raios do que a região metropolitana.
“Tratando-se de Belém, os meses de outubro e novembro têm um menor volume de chuvas por se tratar de um período de transição entre essas duas estações, porém, já é comum a ocorrência de chuvas mais intensas, com raios e rajadas de vento. Climatologicamente, o período chuvoso começa mesmo primeiro nas regiões sul, sudeste e sudoeste do estado, onde o cuidado deve ser maior com os raios”, explica o meteorologista.
Mas, quem pensa que apenas abrigar-se em um local que pareça seguro é o suficiente, vai um alerta. Mesmo sob edificações podem ocorrer fortes descargas elétricas, que trazem uma série de prejuízos. “Falar ao celular durante uma chuva com incidência de raios, por exemplo, é algo que não se deve fazer em hipótese alguma”, ressalta o coronel Arthur Vieira, do Corpo de Bombeiros do Pará.
Fique atento a algumas dicas de prevenção durante esses eventos. “A primeira coisa a se notar é o tipo de nuvem que está se formando. Se ela for negra é sinal de que junto com a chuva virão os raios. Se você sentir os pelos do corpo e os cabelos arrepiarem é sinal de que no espaço em que você se encontra há uma polaridade - nuvem positiva e terra negativa -, por isso a necessidade de se proteger melhor”, detalha.
Se estiver em área descampada, como campos de futebol, fazendas, piscinas ou praias, o ideal é que você se mantenha agachado simulando a posição fetal (curvada). “No caso específico da praia, a pessoa deve manter-se fora da água. O líquido é o maior condutor de eletricidade. Se um raio cair a 100 metros de distância, por exemplo, ainda assim a pessoa que estiver dentro desse ambiente será atingida”, alerta o cel. Arthur Vieira.
Buscar abrigo embaixo de árvores também é outra situação que se deve evitar durante uma chuva. Qualquer local com altura maior que o chão é perigoso, pois funcionam como “pontas” que atraem os raios. “O ideal é se abrigar em casas e prédios de alvenaria, mas longe de portas e janelas com grade, que também são condutores. Outra boa alternativa são os veículos, isso porque a estrutura metálica dos carros e dos ônibus funciona como uma espécie de cápsula, isolada eletricamente. Mas se você estiver do lado de fora ou perto de um veículo, a situação fica bem perigosa”, orienta.
Outro cuidado importante é com a manutenção dos pára- raios prediais. Eles de fato são muito eficientes para prevenir os raios, mas desde que estejam em perfeitas condições. “Aqui em Belém, o que costumamos ver, são para raios que não tem mais a fiação de cobre por ocorrência de furtos, então esse mecanismo deixa de funcionar e o que deveria ser um aliado durante tempestades com raios, passa a ser um vilão”, finalizou o bombeiro.