Força-tarefa deve garantir o retorno da água em 10 bairros da Grande Belém ainda hoje
Um incêndio provocado por um curto-circuito nos quadros de comando da Estação Bolonha provocou um atraso na normalização do abastecimento de água na Grande Belém. O desligamento das linhas de distribuição já estava previsto desde a sexta-feira, 3, para a execução de serviços no sistema de energia elétrica, visando à compatibilização técnica e ambiental com as obras no Parque Estadual do Utinga (PEUt). Vinte e dois bairros ficariam sem água neste domingo, mas o curto-circuito - que atingiu um transformador de de 5 mil KVA, que alimentava justamente a Estação do Bolonha - impediu o cumprimento do cronograma.
Uma ação rápida do Corpo de Bombeiros evitou que o fogo se alastrasse e permitiu que as equipes da Cosanpa iniciassem os trabalhos ainda na noite de domingo, 5, avançando pela madrugada desta segunda-feira, 6, para garantir o restabelecimento da distribuição de água no menor tempo possível. Em coletiva à imprensa na manhã de hoje, o presidente da Cosanpa, Luciano Dias, e o diretor de Operações, Antonio Crisóstomo, detalharam o trabalho que está sendo feito para restabelecer o fornecimento na Região Metropolitana de Belém. "Logo depois que o incêndio foi controlado colocamos em operação um transformador reserva, com a mesma voltagem do que foi atingido, para energização das bombas. Mas devido à pressurização na tubulação, o retorno será gradativo. Em alguns bairros, portanto, o abastecimento de água só será normalizado na manhã desta terça-feira", informou.
Dias enfatizou que o acidente não teve qualquer relação com as obras de compatibilização técnica e ambiental no Parque Estadual do Utinga (PEUt), realizadas neste fim de semana pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), com o apoio da Celpa, que havia programado um desligamento das linhas de distribuição para garantir a segurança da equipe.
Desde o início da manhã, o fornecimento de água nos bairros do Arsenal, Cidade Velha, Comércio, Batista Campos, Nazaré, Umarizal, Reduto, Curió-Utinga, Souza e parte do Marco e do Telégrafo começou a ser normalizado. Nos demais bairros, a regularização do serviço ocorrerá na medida em que os trabalhos avançarem. Assim será na Campina, Jurunas, Guamá, Cremação, Condor, São Brás, Fátima, Canudos, Terra Firme, Pedreira, Sacramenta, Barreiro, Marambaia, Jaderlândia e Guanabara além de parte dos conjuntos Cidade Nova e Guajará, em Ananindeua, na Região Metropolitana.
"A causa ainda é desconhecida. Considerando que houve uma destruição completa de todos os 16 quadros de comandos da Estação, que haviam sido fruto de uma revitalização há cerca de cinco anos, e eram considerados novos, esse curto foi de grande proporção, mas somente a perícia dos Bombeiros, que terá o apoio da Celpa e da Eletronorte, poderá apontar as causas. O que se sabe de antemão é que o relé de desarme (proteção) deveria ter atuado assim que iniciou o curto, o que não aconteceu”, explicou Luciano Dias.
Medidas preventivas
Nos hospitais administrados pelo Estado foram adotadas medidas emergenciais para garantir os serviços que dependem diretamente do abastecimento de água. No Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua, um sistema complementar ao que é utilizado normalmente pela unidade foi colocado em operação. Ainda durante madrugada, uma força-tarefa garantiu o restabelecimento da água no HMUE, que desde o incêndio no Pronto Socorro de Belém, no final de junho, tem recebido uma demanda maior de pacientes. Após o ocorrido, o Metropolitano serviu, inclusive, de apoio aos pacientes transferidos do PSM.
Para não comprometer o atendimento de pacientes e usuários, a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) providenciou o abastecimento das cisternas da unidade; já no Centro de Hemodiálise Monteiro Leite (CHDML), localizado no bairro de Batista Campos, esse trabalho está sendo feito pelo Corpo de Bombeiros. A priorização da distribuição da água é para os setores de UTI, emergências, centros cirúrgicos e obstétricos. Nos demais setores, o abastecimento será liberado por um período de 15 minutos, a cada hora, até que a Cosanpa restabeleça o fornecimento.
A direção do Gaspar Vianna esclarece que a suspensão da sessão de diálise no CHDML nesta segunda-feira, 6, ocorreu em virtude do processo de desinfecção da cisterna da clínica, feito no último domingo. Como o abastecimento não foi restabelecido no tempo previsto, não foi possível atender aos pacientes, sendo que a água entregue pelos bombeiros precisa passar por um minucioso processo de desinfecção antes de ser utilizada. Os pacientes que não puderam fazer diálise na CHDML foram avaliados e triados. Aqueles considerados prioritários foram encaminhados para realizar o procedimento no 4º e 5º turnos do Hospital de Clínicas ainda hoje.
O presidente da Cosanpa pediu a compreensão da população e garantiu que o trabalho prosseguirá sem pausas para que o problema seja resolvido no menor tempo possível. “Trabalhamos com um bem imprescindível, e por esse motivo todos os esforços estão sendo feitos pra que o fornecimento de água seja normalizado”.