Sespa e Unicef capacitam jovens indígenas em Paragominas
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), através das coordenações de Hepatites Virais, DST/ Aids, Mobilização Social, Saúde Indígena e Populações Tradicionais, certificou 60 jovens índios Tembé, nas aldeias Cajueiro e Teko Haw, que se inscreveram em outubro de 2014 no projeto Tecendo Redes Formando Jovens Indígenas (Tereji), no município de Paragominas, nordeste do Pará.
O objetivo da qualificação é formar adolescentes e jovens indígenas proporcionando o aprofundamento das questões referentes à saúde sexual e reprodutiva, prevenção das DSTs, Aids e hepatites, prevenção do uso abusivo de álcool e outras drogas e promoção da cultura de paz. “A ideia é torná-los responsáveis pela promoção de uma cultura de paz entre eles, além de fomentar a construção da metodologia de educação baseada na realidade sociocultural das aldeias indígenas”, explicou a coordenadora estadual de Hepatites Virais, Cisalpina Cantão.
O Tereji é pioneiro no Estado, e foi proposto pelo Unicef em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Sespa e a Secretaria Municipal da Educação e Cultura (Semec) de Paragominas. O projeto deve continuar com a coordenação apenas de jovens identificados como líderes, com plano de ação a ser desenvolvido no período de julho a novembro deste ano, com a supervisão dos profissionais da saúde e educação das aldeias.
A definição para desenvolver as atividades com adolescentes e jovens indígenas Tembé das Aldeias Cajueiro e Teko Haw no município de Paragominas foi baseada no critério epidemiológico. “Paragominas ocupa 13° lugar no ranking da taxa de detecção de casos de Aids notificados em municípios com mais de 50 mil habitantes na região Norte nos anos de 2001 e 2012, seguindo Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde”, acrescentou Cisalpina.
O Ministério da Saúde registra que no Brasil foram notificados 43.326 casos de Aids no período de 1980 a 2013 na faixa etária de 10 a 24 anos. Considerando os últimos dez anos, o perfil etário dos casos de Aids mudou para indivíduos jovens, tanto entre homens quanto entre mulheres. Observa-se uma tendência de aumento de detecção entre jovens de 15 a 24 anos. Entre as regiões do país com aumento, destacam-se as regiões Norte e Nordeste, que aumentaram 111% e 72,1% respectivamente.
No Pará, no período de 2009 a 2013, foram notificados 13.506 casos de Aids, com taxa de detecção no ano de 2012 de 19 por 100 mil habitantes. Em jovens de 15 a 24 anos a taxa de detecção no Estado para o ano de 2012 foi de 12 a cada 100 mil habitantes. O coeficiente de mortalidade por Aids no Pará no ano de 2012 foi de 6,7 a cada /100 mil habitantes – o maior coeficiente da Amazônia Legal Brasileira.
Foram parceiros na formação a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), através do Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá Tocantins, a Secretaria Municipal de Educação de Paragominas, o deputado estadual Sidney Rosa, o oficial de Programas do Unicef na Amazônia, Carlos Cabral, a Rede Jovens + Pará, facilitadores e professores indígenas.