Hospitais públicos fazem ação conjunta pela doação de sangue
A drástica redução de 50% no comparecimento de doadores voluntários de sangue na Fundação Hemopa, que abastece a rede hospitalar do estado, mobilizou ações de sensibilização, com palestras e distribuição de material educativo, organizadas pelos Hospitais Jean Bitar (HJB), em Belém; Geral de Tailândia (HGT); Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas; Regional do Marajó (HRPM), em Breves; e a Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), em Tucuruí.
Com exceção da Unacon, que tem estrutura ambulatorial para tratamento de pacientes com câncer, os hospitais reunidos somam mais de 260 leitos, distribuídos entre a capital e o interior do Estado, com as mais diversas especialidades, entre elas, traumatologia, oncologia, obstetrícia, incluindo Unidades de Terapia Intensiva (UTI), Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), além dos serviços de Urgência e Emergência, que demandam maior necessidade de atendimento transfusional aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Três deles têm Agência Transfusional própria: o Jean Bitar, Geral de Tailândia e Regional do Marajó, que garantem não apenas o atendimento à demanda própria, como também de unidades dos municípios próximos, em parceria com o Hemopa, que abastece todas as unidades do Pará.
Desde o início deste mês, o hemocentro enfrenta dificuldade com a insuficiência do número de coletas na hemorrede estadual, que é composta pelo hemocentro Coordenador em Belém, Unidade de Coleta Castanheira; Hemocentros Regionais em Santarém, Castanhal e Marabá; e os Hemonúcleos em Redenção, Capanema, Abaetetuba, Altamira e Tucuruí.
A hemorrede paraense conta, ainda, com 44 Agências Transfusionais, entre elas, a do Jean Bitar, que atende uma média de 120 transfusões/mês.
A gerente de Captação de Doadores do Hemopa, a assistente social Juciara Farias, ressalta a importância da adesão do corpo clínico na sensibilização de familiares e amigos de pacientes internados. "As parcerias são fundamentais para o sucesso das ações e o alcance do objetivo de reforçar o estoque técnico do hemocentro".
Para a o diretor executivo do Jean Bitar, o especialista em administração hospitalar Giovani Merenda, o fortalecimento da relação entre a rede hospitalar e o Hemopa é fundamental para regularização e manutenção do estoque de sangue. “A captação de doadores deve ser diária junto aos nossos públicos, porque todos os dias têm pacientes precisando de sangue para sobreviver ou melhorar sua qualidade de vida. Doe sangue”.
No Hospital Regional em Breves, que oferece assistência de alta complexidade, a demanda mensal está em torno de 110 atendimentos transfusionais, o que contempla usuários internados e de hospitais do 8° Centro Regional de Saúde (8°CRS), composto pelos municípios de Bagre, Curralinho, Anajás, Portel, Melgaço, Gurupá e Breves, numa população estimada em 270 mil habitantes.
O atendimento no HGT, que presta assistência para cerca de 240 mil habitantes da mesorregião do nordeste paraense, garante média mensal superior a 40 bolsas de sangue. No HRPL, a demanda transfusional dos usuários do hospital chega até 130 hemocomponentes/mês.
A Unacon já tem parceria firmada com o Hemonúcleo de Tucuruí. Em junho, por exemplo, a unidade encaminhou candidatos à doação de sangue, por ocasião da campanha Junho Vermelho. “Os pacientes oncológicos são os que mais necessitam de transfusão. Daí nossa contribuição constante em atuar na sensibilização de novos doadores e incentivar a coleta regular de sangue”, comentou o diretor executivo da Unacon, Thiarle Dassi.
Nos primeiros oito meses do ano, a Unacon em Tucuruí efetuou mais de 4.900 atendimentos de pacientes de 14 municípios, sendo que desses, 152 usuários de primeira vez com diagnóstico de câncer e a maioria oriunda do próprio município. O tipo da doença mais recorrente em tratamento na unidade é o da próstata.
Para o diretor de Operações do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), que administra essas unidades no Pará, Adriano de Lima, o momento é de união em favor da doação de sangue para salvar vidas. No entanto, ele reforça que esse compromisso deve ser constante. “Cada um de nós tem que ter a compreensão da corresponsabilidade no processo da doação voluntária de sangue. Não podemos comprar esse produto. Ele só existe no braço de todos e, os mais solidários doam voluntariamente para salvar a vida de pessoas que certamente nunca vão conhecer. Isso é generosidade”, disse o gestor.