Semas fortalece protagonismo de catadores e catadoras na agenda pós-COP30 no Pará
Evento realizado na Semas Bosque reforça a centralidade dos catadores e catadoras na agenda climática, na economia circular e nas políticas ambientais
A experiência vivida durante a COP 30 (30ª Conferência Mundial sobre Mudanças do Clima), realizada em novembro passado, em Belém, fortaleceu o reconhecimento da atuação de catadores de resíduos sólidos, no âmbito das discussões ambientais.
Para o secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Bastos, o diálogo pós-COP é fundamental para transformar reconhecimento em política pública efetiva.
“Os catadores deixaram de ser vistos apenas como parte da ponta do sistema e passaram a ocupar o lugar que sempre lhes pertenceu: o de protagonistas da economia circular. O papel do Estado é construir políticas estruturantes que garantam dignidade, estabilidade e inclusão produtiva”, afirmou.
Neste contexto, a Semas tem buscado fortalecer o trabalhos de catadores, e, neste mês, promoveu o evento “Diálogos Pós COP 30: o protagonismo dos catadores e catadoras no Estado do Pará”, no Auditório Samaumeira, no Centro de Treinamento da unidade Semas Bosque, em Belém.
A iniciativa reuniu lideranças do movimento de catadores, representantes da Universidade Federal do Pará e parceiros estratégicos para debater os avanços, desafios e perspectivas da atuação dos catadores no cenário pós-COP30.
A atividade contou com apoio da Semas à Concaves (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis), entidade responsável pela mobilização dos catadores e catadoras, reafirmando o compromisso do Governo do Pará com uma agenda ambiental que reconhece o papel social, econômico e ambiental desses trabalhadores.
Catadores no centro da agenda climática
Durante o evento, foi destacado que a COP30 marcou um ponto de virada na visibilidade dos catadores e catadoras, especialmente no debate sobre resíduos sólidos, economia circular e justiça socioambiental. A experiência vivida durante a Conferência fortaleceu o reconhecimento desses trabalhadores como agentes essenciais da sustentabilidade.
Parcerias que geram transformação
Representando o movimento dos catadores, a presidente da Concaves, Débora Bayer, destacou que os avanços conquistados são resultado direto da articulação coletiva e das parcerias institucionais. “O diferencial da nossa caminhada sempre foi a parceria. Foi assim que conseguimos chegar onde chegamos. Quando o poder público acredita e caminha junto, o trabalho dos catadores ganha força, visibilidade e respeito”, ressaltou.
Ela também lembrou que a presença ativa dos catadores nos espaços da COP30 ampliou o alcance do debate sobre resíduos sólidos e economia circular. “Foi uma COP em que se falou como nunca de catadores e catadoras. Isso é um marco para o Pará e para o Brasil”, completou Débora.
Protagonismo, educação ambiental e justiça social
O evento também evidenciou a importância da educação ambiental como eixo estruturante da política de resíduos. Para Jonas de Jesus, catador, ambientalista e coordenador do movimento dos catadores, no Pará, a atuação desses trabalhadores vai além da coleta. “Os catadores são educadores ambientais na prática. Quando falamos de resíduos, falamos de sobrevivência, de futuro e de justiça social. A COP30 mostrou ao mundo que os catadores do Pará estão organizados, unidos e preparados para assumir esse protagonismo”, afirmou.
O pós-COP abre uma nova estrada de oportunidades para o Estado. “Hoje, o Brasil e o mundo querem conhecer o Pará e os catadores fazem parte dessa história”, disse Jonas.
Compromisso da Semas com políticas estruturantes
Durante os diálogos, a Semas reafirmou seu papel na construção de políticas públicas que integrem os catadores às estratégias estaduais de sustentabilidade, incluindo apoio à estruturação de cooperativas, fortalecimento da economia circular e articulação com municípios e parceiros privados. “A Semas tem ampliado sua atuação para além das macro-políticas ambientais. Trabalhamos para construir soluções concretas, ouvindo quem está na ponta e reconhecendo os catadores como peças centrais desse sistema”, destacou Rodolpho Bastos.
O encontro consolidou um espaço de escuta, troca de experiências e alinhamento institucional, reforçando que o protagonismo dos catadores e catadoras é indispensável para o avanço da agenda climática, social e ambiental no Pará.
Texto de Lucas Maciel / Ascom Semas
