Projeto apoiado pela Fapespa analisa cadeia produtiva do dendê no Pará
O Pará é o maior produtor de dendê do Brasil. São mais de 150 mil hectares de área plantada em todo o estado, o que coloca a cadeia produtiva da palmeira em posição de destaque na economia paraense. O dendê, também conhecido como palma de óleo, é considerado uma das grandes fontes com potencial para a produção de biodiesel, além de abastecer as indústrias de alimentos e de cosméticos.
Por tudo isso, a produção foi escolhida como objeto do projeto “Determinação de custos ambientais e de insumos na produção de palma de óleo no Estado do Pará”, coordenado pelo pesquisador Alfredo Homma, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, e que tem apoio da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa).
Aprovado pelo edital nº 006/2010 – Programa de Apoio a Projetos e de Pesquisa e Extensão Tecnológica Inovadora à Agricultura Familiar da Fapespa, o projeto foi elaborado para avaliar a viabilidade e a rentabilidade econômica do sistema de produção de dendê para as famílias de pequenos produtores, bem como para desmitificar as diversas críticas a esta cadeia.
A equipe do projeto realiza pesquisas de campo na Comunidade Arauaí, no munícipio de Moju, nordeste paraense. Os pequenos produtores são integrados a empresas nacionais e multinacionais para a elevação da produtividade do dendezeiro.
Uma das críticas sobre o cultivo do dendezeiro é que este não garante retorno ao investimento. Contudo, observando os produtores do Arauaí, o projeto revelou que a atividade do dendezeiro proporciona um rendimento líquido mensal médio de quase quatro salários mínimos. “Poucas atividades agrícolas na Amazônia, adequadas à agricultura familiar, permitem uma remuneração como essa mesmo com a crise nacional. Na verdade, houve uma mudança no padrão de vida”, explica o professor Alfredo Homma.
Até 2016, quando esse projeto deverá ser finalizado, a equipe da Embrapa ainda pretende estudar o potencial de dendezeiros híbridos (geneticamente modificados) cultivados nos munícipios de Santa Izabel do Pará, Santa Bárbara, Santo Antônio do Tauá e Castanhal.
Para a integrante do projeto Kátia Garcez, o investimento da Fapespa é fundamental para o fomento da cadeia produtiva do dendê. “Dada a relevância que hoje a cadeia da palma possui e o número de pesquisadores e universidades envolvidas com o estudo do dendê, o projeto vai fomentar e direcionar resultados para as políticas públicas do Estado, que hoje lidera o mercado produtor nacional”, concluiu.