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SOLIDARIEDADE

Iniciativas solidárias mostram a força do voluntariado

Por Redação - Agência PA (SECOM)
19/07/2015 13h54

Toda semana os estudantes Ruber Sarmento, 20, Isadora Lourenço, 23, Kahwana Pantoja, 21, e Bianca Caldas, 20, trocam as roupas habituais por um figurino extravagante e colorido. Tudo para garantir a diversão das crianças internadas na ala pediátrica do Hospital de Clínicas, em Belém. Com os rostos pintados e o carcterístico nariz de palhaço, o grupo dá vida à Trupe dos Curativos, composta pela “Tupinha 220 Volts”, o “Trapo”, a “Oferecida” e a “Nuvem”. Durante as visitas voluntárias, eles envolvem pais, crianças e até os funcionários em uma atmosfera de alegria e bem estar, com as brincadeiras que fazem.

O grupo, criado há cerca de três meses, surgiu da vontade dos jovens em aliar os ensinamentos do teatro a práticas lúdicas voltadas àqueles que mais necessitam. Isadora conta que a ideia ganhou força durante seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Foi aí que chamei os meus amigos, que embarcaram na ideia junto comigo. Mesmo em meio aos estudos e ao trabalho, eles tiram tempo para vir até aqui trazer uma mensagem de alegria e otimismo para essas crianças. E a cada vinda, a gente volta pra casa melhor do que a gente era. Em troca das nossas palhaçadas elas nos ensinam a ser melhores como pessoas”, comenta.

Estimuladas pelas brincadeiras, as crianças mostram toda a alegria própria da infância. Mesmo em meio ao tratamento ou à espera por algum procedimento cirúrgico, elas esbanjam disposição para entrar nos jogos criados pelo grupo. A pequena Estefani dos Santos, 8 anos, circulava pelo corredor nesta sexta-feira, 17, quando os palhaços surgiram no elevador do hospital. Numa reação espontânea, a menina fez a festa com a trupe ali mesmo e, depois, com o início dos jogos, interagiu com as outras crianças na ‘brinquedoteca’ da pediatria.

A pedagoga Vanise Cavalcante, que há quatro anos trabalha no Hospital de Clínicas, fez questão de destacar os benefícios da atividade, não só para os pequenos, mas para todos que frequentam o hospital. “Ajuda muito a amenizar o ambiente, sobretudo para as crianças, porque existe um tempo de espera para cada tratamento. A presença do grupo remete a um ambiente mais característico delas, mais lúdico. E no final eles acabam envolvendo a todos pelos corredores, mesmo os adultos que estão aqui no hospital”, observou.

É o caso da psicóloga e professora universitária Eleci Silva, 55. Há quase dois meses, ela acompanha a recuperação do marido, Manoel Araújo, 54, que se submeteu a uma cirurgia de peito aberto após um infarto. Ao encontrar a trupe pelo corredor, a professora riu e cantou com eles. “Sou fã do trabalho deles desde a primeira vez que os vi por aqui. É bom saber que existem jovens com essa mentalidade, preocupados em fazer o bem. Sempre é uma alegria quando encontro com eles por aqui, porque tudo fica mais leve, mesmo a nossa espera”, declarou a professora.

Além da Trupe dos Curativos, outros grupos apoiam os serviços do Hospital de Clínicas. Pelas manhãs, outro grupo de voluntários se dedica ao preparo e à distribuição diária de café da manhã àqueles que aguardam por consultas no ambulatório. Para acolher os grupos, Vanise informa que um setor de voluntariado foi criado. Através dele, os interessados podem apresentar projetos ou ainda fazer doações de diversos materiais aos pacientes carentes, como brinquedos, roupas e materiais de higiene. “Para nós, eles são fundamentais”, ressalta a pedagoga.

Doadores

Assim também é para o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). “Sem eles, não temos como abastecer todos os hospitais. Eles que dão vida a todas as nossas campanhas, assim como os nossos parceiros”, destaca a gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias. Ela informa que e média de doações diárias no hemocentro varia de 200 a 250, o que corresponde a mais de cinco mil bolsas coletadas por mês. Entretanto, o número ainda está abaixo do necessário, que seria em torno de 300 pessoas por dia.

Em julho, quando as pessoas costumam deixar a capital rumo ao interior para aproveitar as férias escolares, é que a participação dos voluntários se torna ainda mais essencial. Segundo Jaciara, o número de doações costuma cair em mais da metade durante o veraneio. “Isso acaba tendo um impacto muito grande no nosso estoque porque, em contrapartida, é quando observamos que existe um aumento no número das solicitações de bolsas (de sangue) por parte dos hospitais, devido aos acidentes que acabam sendo frequentes durante o mês de julho nesse período do ano”, afirma.

A advogada Grace Fagundes, de 42 anos, é uma das que fazem a sua parte. Desde que doou pela primeira vez, há dois anos, ela conta que sempre que pode faz questão de marcar presença no Hemocentro. “Só deixo de ir quando estou viajando a trabalho, e mesmo assim, quando chego faço questão de ir lá. Acredito que esse tipo de atitude não tem dinheiro que pague. É tão simples e ao mesmo tempo ajuda a salvar inúmeras vidas”, defende, acrescentando que, sempre que possível, também procura levar os amigos para doar.

No ano passado, Grace chegou a levar um ônibus cheio até o Hemocentro. Tudo porque a advogada decidiu comemorar seu aniversário de um jeito diferente. Como presente, pediu aos amigos e familiares que fossem até o Hemopa doar sangue. A ação deu certo e ganhou repercussão na mídia. Além da data marcada, que foi o dia do aniversário (10 de setembro), ao longo da semana outras pessoas foram aderindo à campanha. No total, Grace consegui 36 doadores de sangue e outros dois de medula óssea.

A nutricionista Nilce Gomes, 52 anos, também tem muita história para contar quando o assunto é doação de sangue. Portadora de um tipo sanguíneo raro, o A Negativo, há 24 anos ela ajuda a salvar vidas. Para doar, ela conta que teve que vencer seu pânico de agulhas. “Meu marido era doador e ele me ajudou bastante na época. Eu chorava e só consegui porque estava muito determinada”, recorda. Hoje, tudo é diferente. “Não tem mais nada disso porque eu me dei conta de como era simples e rápido. Eu até olho para a agulha”, orgulha-se.

Em julho do ano passado foram registrados 7.226 comparecimentos. Para quem vai curtir as férias no interior do Estado, a Fundação Hemopa informa que possui unidades em Castanhal, Marabá, Santarém, Abaetetuba, Altamira, Tucuruí, Capanema e Redenção. Além disso, aos veranistas que optarem por pegar a estrada, Juciara lembra que ainda é possível fazer uma paradinha para colaborar com o Hemocentro. "O Hemopa está literalmente no caminho das férias, com uma unidade instalada no térreo do Pórtico Metrópole, no KM 1 da BR-316”, destaca.

Quem pode doar sangue - Candidatos com boa saúde; idade entre 16 anos completos e 69 anos, e peso acima de 50 kg. Menores de 18 anos podem doar somente com autorização dos pais ou responsáveis legais. É necessário portar documento de identidade original e com foto. Não precisa estar em jejum, ao contrário, recomenda-se uma boa alimentação antes da doação. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher a cada três.

Serviços: A Fundação Hemopa fica na travessa Padre Eutíquio, 2109, e realiza coleta de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e aos sábados, das 7h30 às 16h. A Estação de Coleta Hemopa Castanheira fica no térreo da passarela Pórtico Metrópole, que dá acesso ao Castanheira Shopping, e funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e aos sábados, das 7h30 às 16h (sendo que este horário de funcionamento para os sábados será somente em julho). Mais informações pelo Alô Hemopa: 0800 280 8118.

Já o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna fica na Travessa Alferes Costa, entre Visconde de Inhaúma e Marquês de Herval. As doações de roupas e outros materiais, como livros, brinquedos e produtos de higiene pessoal podem ser feitas no próprio local, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Da portaria, o doador deve se dirigir à sala do voluntariado. Mais informações sobre as doações e os projetos voluntários pelo (91) 4005-2661.