Hemopa apresenta experiência pioneira de retrofit sustentável em painel da COP30
Fundação destaca projeto de retrofit sustentável que moderniza o prédio-sede e coloca a saúde pública do Pará na agenda climática da COP30
A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) apresentou, nesta quarta-feira (19), na Green Zone da COP30, em Belém, sua experiência inédita de retrofit sustentável em prédio público. A instituição, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), é a única unidade de saúde da rede estadual com participação oficial na conferência, reforçando o compromisso do Governo do Pará em integrar inovação, gestão ambiental e serviços públicos essenciais.
Realizado na sala Castanheira, o painel reuniu especialistas do Hemopa para discutir como soluções de eficiência energética, bioeconomia e arquitetura sustentável podem transformar edifícios públicos da área da saúde. O retrofit do prédio-sede foi apresentado como um marco para o SUS no Pará, unindo tecnologia, humanização e redução de custos operacionais.
O presidente do Hemopa, Paulo André Castelo Branco Bezerra, destacou que levar o projeto à COP30 simboliza o protagonismo da Fundação como o primeiro hemocentro do Brasil a adotar um modelo completo de reabilitação ambiental. Segundo ele, a iniciativa “melhora o conforto térmico, qualifica os fluxos internos e cria um ambiente mais humanizado para servidores, doadores e pacientes”, ao integrar refrigeração de alta eficiência, energia solar e sistemas de captação de água. O dirigente reforçou que o retrofit representa “uma transformação física e operacional que reduz custos e eleva a qualidade da assistência”.
O administrador Luís Renato Franco Hagmann de Figueiredo detalhou que a Avaliação Pós-Ocupação (APO) foi decisiva para orientar as intervenções. Os achados identificaram, por exemplo, o excesso de calor absorvido pela cobertura, que comprometia a refrigeração e o desempenho energético do prédio. Também foram apontadas oportunidades de reaproveitamento de água e ajustes nas diferenças de temperatura entre setores internos. “Com o novo sistema de climatização e as melhorias no envoltório do prédio, corrigimos essas distorções e avançamos para alcançar a etiquetagem energética nível A”, afirmou.
O painel também contou com a participação de representantes da Companhia de Habitação do Pará (Cohab), que apresentaram o Programa Sua Casa, iniciativa que utiliza tecnologias ecológicas e materiais regionais em habitação social. Embora o projeto tenha enriquecido o debate, o case do Hemopa permaneceu como centro da discussão sobre como serviços essenciais podem adotar práticas sustentáveis de forma consistente.
A mesa trouxe ainda o relato da Comunidade do Combu, apresentado pelo ativista social Paulo Cohen, demonstrando como soluções ecológicas vêm sendo incorporadas ao cotidiano ribeirinho.
As iniciativas dialogam diretamente com os eixos estratégicos da COP30, como mitigação e adaptação às mudanças climáticas, cidades sustentáveis, transição justa e inovação baseada na bioeconomia. Com participação ativa na conferência, o Hemopa reafirma que sustentabilidade e saúde pública caminham juntas e que modernizar estruturas do SUS é fundamental para construir um futuro mais resiliente para a Amazônia.
