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Painel discute bioeconomia regenerativa e destaca potencial agroecológico do Pará

Discussão envolve poder público, setor privado, desenvolvedores de tecnologia social e ambiental e boas práticas para a economia limpa

Por Governo do Pará (SECOM)
19/11/2025 11h39

A bioagricultura regenerativa com base social foi assunto do painel ‘Bioeconomia Regenerativa – soluções para sistemas produtivos circulares, resilientes e de baixo carbono’ realizado no Pavilhão Pará da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, a COP 30, em Belém, na tarde desta terça-feira (18).

O evento reuniu poder público, setor privado, desenvolvedores de tecnologia para a sustentabilidade, agentes financiadores e outros atores do processo de regeneração ambiental e produção sustentável na floresta. 

“Nosso objetivo é transformar o Pará num hub de produção de usinas de fabricação de biochar (bioinsumo) para toda a região norte brasileira”, declarou Ricardo Figueiredo, diretor executivo da empresa Net Zero, que participou do painel.

Potencial
A Net Zero quer transformar resíduos agrícolas como cascas de café e cacau, bagaços de cana de açúcar, cascas ou fibras de coco, cachos e cascas de dendê, entre outros, em bioinsumo regenerativo, como já faz em outros lugares do país.

Ricardo apontou que o Pará está entre os seis estados brasileiros mais importantes pelo potencial de produção de resíduos agrícolas, que tem no Brasil o terceiro maior produtor, atrás somente de China e Estados Unidos.

“O Governo do Pará tem hoje uma orientação de fazer uma transformação no modelo de desenvolvimento rural”, frisou o secretário de Estado de Agricultura Familiar, Cássio Pereira, que integrou o painel e destacou o comprometimento do governo paraense em promover a transição de baixo carbono que todo mundo precisa. 

“Nós temos uma Política Estadual de Mudança Climática, o Plano Estadual chamado Amazônia Agora (Plano Estadual chamado Amazônia) que tem metas e um portfólio em implementação. Temos um plano de bioeconomia discutido com a sociedade, monitorado com transparência, exposto nos meios com acesso. E dentro dessa política, bastante inovadora, nós temos o conjunto das startups, discussão, tem a parte das indústrias e máquinas para desenvolvimento de novas tecnologias”, complementou Cássio Pereira. 

Júnior Serra, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Pará (OCB/PA) e Clóvis Zapata, representante da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial - UNIDO para o Brasil também participaram da discussão, moderada por João Teixeira, gerente de Sustentabilidade da Natura, empresa que atua com mais de 40 comunidades tradicionais cooperativas e associações aqui na Amazônia. 

“São mais de 10 mil famílias que atuam na ponta dessa base, seja no extrativismo sustentável, seja em sistemas agroflorestais ou cultivos regenerativos, tudo isso para fornecer os ingredientes únicos que a gente usa nos nossos produtos”, detalhou João que acrescentou que a empresa também apoia mais de 20 agroindústrias que agregam mais valor aos produtos dessas comunidades.

Júnior Serra defendeu o papel estratégico das cooperativas para fortalecer essas economias locais e avançar no mercado e citou que há cooperativas da agricultura familiar que chegam a faturar R$ 46 milhões. “As cooperativas têm um papel social e econômico essencial para que essa população, os nossos ribeirinhos, nossos quilombolas e os nossos indígenas possam estar, não só verticalizando, mas acessando esses mercados como um todo”, pontuou.

Clóvis Zapata ressaltou que o UNIDO está estabelecendo um fundo de cerca de R$ 500 milhões para financiar a construção de fábricas de biofertilizantes a partir de resíduos urbanos “Espero que aqui no Pará tenhamos uma ou várias dessas plantas, essa é a nossa expectativa, que vão receber o apoio do fundo. Também vamos ter uma parte de assistência técnica, que vai tanto para o governo como para as comunidades locais e já contamos também com a parceria do Sebrae para fazer o treinamento”, explicou Clóvis que reforçou que o fundo está à disposição para poder pensar em projetos mais específicos com o governo do Pará.