Semas reúne comunidades tradicionais em painéis sobre a construção do SJREDD+
A Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade do Pará (Semas) realizou, nesta terça-feira (18), dois painéis no Pavilhão Pará, durante a COP30, em Belém, para discutir a construção participativa do Sistema Jurisdicional de REDD+ no Estado. Embora com focos distintos, os debates convergiram na importância da governança climática com protagonismo das populações tradicionais.
Governança climática e engajamento comunitário - no primeiro painel, “Governança climática e engajamento comunitário: a construção do REDD+ jurisdicional no Pará”, a Semas apresentou os avanços do processo iniciado em 2022 e que envolve diálogo permanente com indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares.
A secretária adjunta de Gestão de Águas e Clima da Semas Renata Nobre reforçou que a política busca valorizar o conhecimento tradicional, fortalecer o protagonismo das comunidades e garantir a repartição de benefícios.
A fala da liderança Giandra Munduruku destacou a importância da participação indígena, da tradução e das metodologias adequadas para cada povo. “Estamos na governança. Queremos ser ouvidos e respeitados nas nossas diferenças. A construção é conjunta”, afirmou.
Lideranças extrativistas também enfatizaram o papel da informação e da construção de confiança com o Estado ao longo do processo.
Territórios vivos e participação social - o segundo painel, “Territórios vivos: a voz das populações tradicionais na construção das políticas públicas”, tratou da participação das comunidades na formulação e no fortalecimento das políticas climáticas. A mesa contou com representações de técnicos da Semas, de organizações parceiras e de redes comunitárias.
O extrativista Maurício Azevedo, do Marajó, destacou o caráter inédito da política por envolver diretamente as populações da floresta: “agora estamos construindo juntos, do menor ao maior, essa política pública”.
As discussões reafirmaram que o diferencial do REDD+ jurisdicional do Pará é sua construção coletiva. Até agora, já foram realizadas oficinas informativas, capacitação de multiplicadores e o início da fase de consultas formais, que prevê 47 rodadas com indígenas, quilombolas, extrativistas e agricultores familiares, das quais 15 já foram realizadas.
Os dois painéis demonstraram que a política avança com forte participação social, consolidando uma governança climática que reconhece e incorpora o protagonismo das comunidades tradicionais na proteção da floresta e no enfrentamento às mudanças climáticas.
