Saberes ancestrais e segurança alimentar pautam participação da Semas em painel na COP30
O evento reuniu gestores públicos, agricultores familiares, comunidades tradicionais e representantes de diferentes Estados brasileiros para discutir como a alimentação ancestral se conecta à sustentabilidade, à conservação ambiental e às políticas públicas
A relação entre cultura alimentar, regularização ambiental e fortalecimento dos territórios tradicionais marcou o painel “Cozinha Show - Saberes e Fazeres de Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil”, realizado na tarde deste sábado (15), na AgriZone, espaço da Embrapa durante a COP30, em Belém. O evento reuniu gestores públicos, agricultores familiares, comunidades tradicionais e representantes de diferentes estados brasileiros para discutir como a alimentação ancestral se conecta à sustentabilidade, à conservação ambiental e às políticas públicas.
O painel contou com participação do secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, e do presidente do Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, além de demais convidados.
O secretário adjunto destacou os avanços recentes da política ambiental do Pará e a ampliação da assistência direta aos agricultores familiares.
“A partir da parceria entre os entes federal e estadual, vários assentamentos rurais no Pará passaram a ser atendidos por uma política de regularidade ambiental sólida e consistente. Recentemente, nós realizamos oito mutirões do programa Regulariza Pará em um só dia de atendimento ao agricultor familiar, e quatro desses mutirões foram exclusivamente em parceria com o Incra, em assentamentos rurais. Isso tem permitido que a gente dê maior escala à regularização, trazendo o assentado beneficiário para o sistema de regularidade ambiental e, portanto, garantindo também acessibilidade às políticas públicas, como o crédito rural”, afirmou.
Em seguida, o presidente do Incra, César Aldrighi, reforçou a relação entre regularização territorial, soberania alimentar e preservação da cultura das comunidades rurais e tradicionais. “A alimentação está muito ligada aos povos que ocupam as áreas que a Semas, junto ao Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e ao Incra, buscam regularizar. Eu tenho muito a agradecer ao Estado do Pará por toda a nossa parceria”, disse.
Culinária ancestral: instrumento de sustentabilidade - o painel também apresentou práticas culinárias tradicionais de diversas regiões do país. Representando dois territórios, o Quilombo do Brejal (Minas Gerais e o Morro do Salgueiro (Rio de Janeiro), o chef Marcelo Rocha compartilhou como a alimentação é expressão de resistência, identidade e ancestralidade.
“Preparamos aqui comida de verdade, ligada às nossas memórias e ao território. A segurança alimentar passa por entender saúde de forma integrada. Nossos quintais produtivos, nossas ervas medicinais e nossas práticas tradicionais são patrimônio imaterial do Brasil”, explicou.
Marcelo destacou ainda a importância da valorização dos saberes tradicionais dentro das políticas de sustentabilidade, lembrando que alimentos, plantas, técnicas de cultivo e práticas culturais são transmitidos há séculos pelas comunidades.
O secretário adjunto da Semas ressaltou como o poder público pode fortalecer esse reconhecimento. “Ao fortalecer os territórios de agricultura familiar, os assentamentos e as comunidades tradicionais, nós estamos fortalecendo a base alimentar do País. O trabalho que fazemos juntos resgata culturas alimentares e dá segurança para que esses produtores mantenham seus sistemas tradicionais de produção, garantindo subsistência às famílias e gerando excedentes para comercialização”, finalizou o secretário adjunto da Semas.
