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Pará discute bases da bioeconomia em painel técnico no Museu Goeldi

O encontro reuniu especialistas, gestores públicos e representantes da sociedade civil do Brasil e do mundo para discutir políticas, infraestrutura e iniciativas que fortalecem a bioeconomia no Estado

Por Jamille Leão (SEMAS)
16/11/2025 11h33

O governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas), participou, neste sábado (15), no Museu Paraense Emílio Goeldi, do painel “Caminhos da Bioeconomia para uma Transição Justa e Sustentável”, que reuniu especialistas, gestores públicos e representantes da sociedade civil do Brasil e do mundo para discutir políticas, infraestrutura e iniciativas que fortalecem a bioeconomia no Estado.

Entre os presentes, esteve o diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Bráulio Dias, que elogiou a iniciativa do governo do Pará de estruturar modelos inovadores de política pública voltados à sociobioeconomia e à valorização dos saberes tradicionais.

Estruturas para escalar a bioeconomia - a secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, destacou a consolidação como modelo econômico em construção e o papel do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia na integração entre ciência, comunidades e mercado.

“A bioeconomia valoriza a ancestralidade, mas exige bases institucionais, ciência e inovação para ganhar escala, e é a escala que define uma política pública. O Parque cria sinapses entre negócios comunitários, startups e indústria, oferecendo um ambiente concreto para inovação. A beleza e diferencial do Parque de Bioeconomia é que permite alavancar tanto os negócios comunitários em suas especificidades e potencialidades quanto as startups da bioeconomia, trazendo assim o potencial da coexistência das bioeconomias que definem nosso território”, frisou.

Inovação e desenvolvimento tecnológico - o coordenador José Carlos Boareto (Fundação CERTI) apresentou a estrutura do Parque, que reúne o Centro de Negócios, com incubadoras, aceleradoras e o Balcão Único, e o Laboratório Fábrica, voltado ao desenvolvimento de produtos amazônicos com maior valor agregado.

“O laboratório reúne tecnologias de alto investimento, como biorreatores e linhas de extração, essenciais para desenvolver ingredientes amazônicos em escala”, destacou.

Gastronomia como vetor econômico - a diretora executiva do Instituto Paulo Martins, Joanna Martins, apresentou o conceito do Centro de Gastronomia Social, que integra saberes tradicionais, criatividade e formação profissional para valorizar a gastronomia amazônica como patrimônio cultural e ativo econômico.

“O Centro de Gastronomia Social valoriza os conhecimentos da floresta e apresenta novas possibilidades para que nossos ingredientes alcancem o Brasil e o mundo. É um espaço que une cultura, ciência e mercado”, ressaltou. 

Fomento a empreendimentos comunitários - o diretor executivo da Trama Brasil Projetos, Pedro Leitão, apresentou a Casa Sociobio, construída com a participação direta de povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais.

“A Casa Sociobio nasce das prioridades das comunidades. O processo de escuta definiu uma missão comum: promover uma sociobioeconomia que conserve a floresta viva e fortaleça modos de vida tradicionais, garantindo que participar do mercado não signifique abrir mão das próprias visões de mundo”, observou.

Saberes da floresta como base de conhecimento - a professora Suze Oliveira (Cesupa) apresentou a Escola de Saberes da Floresta, construída a partir da escuta de povos indígenas, quilombolas e extrativistas.

“A Amazônia concentra enorme diversidade biológica, mas grande parte do conhecimento vem das comunidades. A Escola busca proteger esses saberes, promover repartição justa de benefícios e integrar conhecimentos científicos e tradicionais, formando jovens preparados para atuar no mercado sem perder a conexão com seus territórios”, enfatizou.