Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
ARTE

Museu do Artesanato paraense valoriza tradição, cultura e  saberes 

O evento reúne uma ampla diversidade de aMais de 60 empreendedores participam da exposição no Espaço São José Liberto, na Praça Amazonas, bairro Jurunas, aberta diariamente das 16h às 22h até o dia 21 de novembro, prtes manuais produzidas com insumos da floresta amazônica

Por Aldirene Gama (SEDEME)
16/11/2025 09h30

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) apoia o Museu do Artesanato Paraense (MAP), iniciativa que valoriza a produção local e fortalece a geração de renda por meio da economia criativa. Mais de 60 empreendedores participam da exposição no Espaço São José Liberto, na Praça Amazonas, bairro Jurunas, aberta diariamente das 16h às 22h até o dia 21 de novembro, período em que Belém recebe a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

O evento reúne uma ampla diversidade de artes manuais produzidas com insumos da floresta amazônica, que vão do artesanato tradicional, como os brinquedos de miriti, cestos e mandalas confeccionados com a palha do tucumã — árvore nativa da região amazônica — , cerâmicas marajoaras e tapajônicas , às tradicionais cuias feitas do fruto da cuieira, de profundo valor cultural e histórico A mostra também apresenta biojoias, cosméticos elaborados com matérias-primas regionais e outras criações que refletem a identidade amazônica.

A programação inclui apresentações de artistas locais, reforçando o caráter cultural da iniciativa. A exposição oferece ao público uma experiência que alia cultura, tradição e saberes, destacando o potencial criativo do Pará e sua contribuição para a economia verde em um momento em que o mundo volta os olhos para Belém.

Os visitantes do ESJ podem conferir uma variedade de artesanatos produzidos com insumos da floresta Amazônica, que traduzem a cultura, as tradições e os saberes dos povos amazônicos. Entre os expositores estão indígenas da etnia Wai Wai, apresentando produtos típicos do artesanato local.

Para Izaías Wai Wai, participar do evento é uma oportunidade de valorizar e divulgar o artesanato indígena.

Para Izaías Wai Wai, participar do evento é uma oportunidade importante para apresentar e valorizar o artesanato indígena. Entre os produtos comercializados estão colares, pulseiras, braçadeiras e chocalhos feitos a partir de sementes de morototó (Schefflera morototoni), além de cestos, bolsas e abanos produzidos com palha de arumã (Ischnosiphon arouma), conhecido pelos Baniwa como “arumã verdadeiro” ou póapoa kántsa, devido à maior resistência de suas fibras.

Já Rose Mescouto, 59 anos, trouxe para o evento a tradicional cerâmica Chicano, produzida em Santa Bárbara do Pará. Ela conta que trabalha há 26 anos com cerâmica, integrando um grupo formado por cinco mulheres. Rose lembra que iniciou com a produção de peças para jardinagem — vasos de diversos tamanhos e formatos, modelados em cerâmica e pintados à mão — e que, ao longo do tempo, o grupo passou também a criar biojoias em cerâmica. Ela reforça que participar de eventos com artesãos de diferentes regiões é extremamente enriquecedor. “Nessas ocasiões, temos a oportunidade de conhecer novas pessoas, compartilhar experiências, ampliar nossos conhecimentos e, quem sabe, estabelecer parcerias que possam gerar futuros negócios”, disse.

Rose Mescouto exibe a tradicional cerâmica Chicano, produzida em Santa Bárbara do Pará.

O Coletivo Nunghara, do município de Santarém, também marca presença no evento com a exposição de biojoias feitas com sementes e insumos naturais da floresta, unindo tradição, saberes e sustentabilidade. 

A CEO do coletivo, Nathasia Santana, ressalta que os insumos são adquiridos de quatro comunidades ribeirinhas: duas da Floresta Nacional do Tapajós (Flona), uma comunidade que vive no entorno do rio Arapiuns — afluente do Tapajós — e a comunidade do Eixo Forte, composta por cerca de 90 mulheres, localizada entre a sede do município de Santarém e a Aldeia de Alter do Chão. ”‘Participar de eventos com artesãos de diferentes regiões é extremamente enriquecedor. Nessas ocasiões, temos a oportunidade de conhecer novas pessoas, compartilhar experiências, ampliar nossos conhecimentos e, quem sabe, estabelecer parcerias que possam gerar futuros negócios,” disse.

Nathasia Santana apresenta biojoias feitas com insumos das florestas do Tapajós e Arapiuns.

A diretora de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços da Sedeme, Sherry Brom Rodrigues, destaca que o Governo do Pará apoia iniciativas voltadas ao fortalecimento do empreendedorismo local, à geração de renda e ao desenvolvimento socioeconômico no estado. Ela ressalta a importância da economia criativa como vetor de inovação, emprego e renda, além de contribuir para a preservação da cultura e para um modelo de crescimento sustentável. “Nosso principal objetivo é ampliar a visibilidade dos produtos locais, criar oportunidades de expansão para os empreendedores e reafirmar o compromisso do Estado com o desenvolvimento sustentável, valorizando a economia criativa e a matéria-prima regional”, afirmou.

O MAP promove um espaço estratégico de valorização da diversidade sociocultural e da sustentabilidade. Ao reunir diferentes atores sociais, fomenta o diálogo, a troca de experiências e a difusão de práticas sustentáveis que fortalecem políticas públicas voltadas ao desenvolvimento inclusivo.

 Entre os expositores, destacam-se  também os povos indígenas, comunidades tradicionais e  agricultores familiares, cuja participação reafirma o compromisso do Governo do Pará com a preservação dos saberes ancestrais, a promoção da justiça social e o fortalecimento da economia criativa.

O Museu do Artesanato Paraense (MAP) é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PA) e os Correios.

Programação 

A programação promete animar o público com apresentações de artistas locais e regionais, trazendo ritmos que vão do carimbó ao samba, passando pelo brega, pop rock e MPB. Entre os destaques estão o Grupo Paranativo, Mariza Black, Beatles Forever, Nilson Chaves, Banda Sayonara, Fruto Sensual e Markinho Duran. O evento também abre espaço para projetos culturais como Saia de Flores, Sons Atípicos e o Madrigal da Uepa, reforçando a diversidade artística paraense. A programação completa pode ser conferida na íntegra aqui.