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Expedição ajuda a desenvolver potencial do Pará para o turismo de pesca esportiva

Iniciativa integra parceria entre o Governo do Pará e o setor privado, com ênfase na conservação ambiental, geração de renda e fortalecimento do turismo de base comunitária

Por Israel Pegado (SETUR)
15/11/2025 08h30

A expectativa de um futuro em que o turismo sustentável se torna uma das principais engrenagens do desenvolvimento da Amazônia. Assim pode ser resumida a Expedição Exploratória Jari 2025, realizada na Floresta Estadual do Paru (Flota Paru), localizada no oeste do Pará, na Calha Norte do Rio Amazonas, com o objetivo de reconhecer e mapear áreas de alto potencial para a pesca esportiva e o turismo de base comunitária. A ação foi conduzida pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e iniciativa privada, entre os meses de outubro e novembro.

“O turismo de pesca esportiva é uma oportunidade concreta de unir conservação ambiental, geração de renda e valorização da cultura amazônica. Projetos como este, realizados de forma legal e sustentável, mostram o compromisso do Governo do Pará em transformar nossos recursos naturais em desenvolvimento, garantindo que comunidades locais sejam protagonistas desse processo”, afirmou o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa.

A Floresta Estadual do Paru, onde está o Rio Jari, é uma unidade de conservação ambiental, compreendendo os municípios de Almeirim, Monte Alegre, Alenquer e Óbidos. Abriga rica diversidade de fauna e flora, além de uma paisagem exuberante do bioma Amazônia. Cerca de 96% de sua área é coberta por florestas bem conservadas. Atualmente, a Flota do Paru conta com algumas atividades de turismo de natureza, como cachoeiras e corredeiras, destacando-se Panama, Bacuri e Santo Antônio.

Para Fábio Oti, do Ideflor-Bio, responsável técnico pelo projeto, a presença de atividades reguladas e de baixo impacto é essencial para garantir o equilíbrio ambiental e social da região. “Ter uma atividade legalizada, ordenada e de baixo impacto ambiental agrega conhecimento e sensibilidade ao meio ambiente, além de gerar desenvolvimento econômico e social para as populações locais. Estamos monitorando a água, os peixes, os animais e as árvores, encaminhando esses dados aos órgãos gestores para uma gestão mais qualificada da unidade”, explicou.

Trabalho de campo - A expedição marca a continuação de um trabalho iniciado em 2022, quando uma equipe de campo fez o primeiro reconhecimento da região e confirmou o grande potencial do Rio Jari para a prática da pesca esportiva. Agora, com as autorizações emitidas e a base técnica consolidada, o projeto entra em uma nova fase — com foco em ordenamento turístico, conservação ambiental e fortalecimento comunitário.

"O próximo passo é dar apoio técnico para viabilizar os investimentos necessários para operação do turismo de pesca esportiva, com o objetivo de garantir um ambiente favorável para tal, visto que o potencial identificado precisa ser transformado em produto turístico em operação de fato. Todo esse planejamento integrado entre o público e o privado tem grandes possibilidades de geração de emprego e renda para as comunidades do entorno da Flota do Paru", ressaltou o gerente da Diretoria de Produtos Turísticos da Setur, Allyson Neri.

Durante os dias de expedição, a equipe realizou levantamentos técnicos, medições e análises ambientais, além de testar iscas e registrar espécies de peixes de grande porte, muitas delas superiores à média amazônica. Também foram definidos pontos estratégicos para futuras operações turísticas, como locais de pouso para avião anfíbio, garantindo maior acessibilidade para visitantes e pesquisadores.

Referência - Para Wellington Melo, operador de turismo da expedição, o Pará reúne condições únicas para se tornar uma referência mundial em pesca esportiva, superando destinos já consolidados. “No mercado americano, a pesca esportiva movimenta mais de 200 bilhões de dólares por temporada. E nós, aqui na Amazônia, temos uma biodiversidade muito maior — mais de 3 mil espécies de peixes catalogadas, e muitas ainda desconhecidas. Essa riqueza natural, somada a um modelo sustentável e à parceria entre governo e comunidades, pode colocar o Pará à frente de estados tradicionalmente conhecidos, como o Amazonas. É um potencial fantástico”, informou.

Com uma equipe multidisciplinar formada por biólogos, engenheiros florestais, advogados ambientais e professores, a operação atua com base em pesquisa científica e envolvimento das comunidades tradicionais (ribeirinhas, indígenas e quilombolas), com respeito ao território e à transformação do conhecimento em oportunidades.

A próxima etapa da Expedição Jari 2025 será a consolidação dos dados técnicos, aperfeiçoamento dos protocolos de manejo e o planejamento para receber pescadores esportivos e turistas interessados em vivências ambientais de baixo impacto.