Espaço do Pará na Green Zone atrai visitantes com produtos com Indicação Geográfica e artesanato da agricultura familiar
Coordenado pela Sedap e Seaf, estande destaca saberes tradicionais e identidade produtiva de diversas regiões do estado durante a COP30
O estande do Governo do Pará no espaço do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, um dos mais visitados da Green Zone da COP30, tem chamado a atenção do público nacional e internacional ao apresentar produtos com Indicação Geográfica (IG) e artesanato oriundos da agricultura familiar. A ação é coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).
Localizado no Parque da Cidade, o espaço integra a programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, e reúne os nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Produtos com identidade regional e reconhecimento do INPI
Entre os produtos com IG expostos estão a tradicional farinha de Bragança, o cacau de Tomé-Açu e o guaraná Andirá-Marau, este último produzido na Terra Indígena Andirá-Marau, na divisa entre o Amazonas e o Pará. Todos foram reconhecidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) como Indicação de Procedência.
A exposição também apresenta itens que estão em processo de certificação, como o açaí paraense e o mel de São João de Pirabas, além de produtos artesanais de Icoaraci, que também já formalizaram pedido de IG.
Para Elionara Pinheiro, mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pelo IFPA, o potencial da Amazônia para esse tipo de reconhecimento ainda é subutilizado. “Cada comunidade guarda um produto com identidade única que merece ser protegido e promovido. A IG é uma ferramenta importante para valorizar o saber tradicional e a origem dos nossos produtos”, avaliou.
Elionara também destacou que seu projeto de mestrado visa propor uma IG para o tucupi de Belém, com o objetivo de valorizar o produto como patrimônio cultural e garantir reconhecimento e valorização aos produtores locais.
Reconhecimento institucional e visita de autoridades
O estande paraense também recebeu a visita do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do presidente da Sudam, Paulo Rocha, que conheceram os produtos com IG e as iniciativas em andamento para novas certificações.
O titular da Sedap, Giovanni Queiroz, e o diretor agropecuário Marcos Grande acompanharam a visita e destacaram o valor cultural e econômico dos produtos apresentados. “É essencial mostrar o que o Pará tem produzido com base no saber tradicional, que expressa a diversidade das nossas regiões e das nossas comunidades”, afirmou o secretário.
Catálogo com QR Code conecta público e produtores
A engenheira agrônoma da Sedap e coordenadora do Programa Estadual de Incentivo às IGs e Marcas Coletivas, Márcia Tagore, explicou que todos os produtos estão devidamente catalogados com tarjas informativas e QR Codes que remetem a uma descrição e ao contato dos produtores.
“É uma forma de contar a história de cada produto e também de aproximar o consumidor final dos produtores. Muitos visitantes têm interesse em adquirir os itens, então estamos facilitando essa conexão direta”, ressaltou Márcia.
Ela também informou que, apesar de estarem apenas em exposição até o dia 21, data de encerramento da programação, os produtos estarão disponíveis para venda no próprio local no último dia do evento.
Diversidade de produtos e riqueza amazônica
Além dos produtos reconhecidos com IG, o estande também apresenta inovações como o açaí liofilizado (desidratado), mel de açaí (produzido a partir da polinização do açaizeiro por abelhas) e licores do arquipélago do Marajó. A Casa Suzuki, de Tomé-Açu, marca presença com chocolates e licores produzidos com amêndoas de cacau com IG.
O espaço reforça o potencial da Amazônia para transformar sua biodiversidade e saber tradicional em produtos de alto valor agregado, com respeito à origem e identidade dos territórios.
Integração regional
Além do Pará, o espaço do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal reúne os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins, promovendo a cooperação entre as regiões para valorização dos ativos socioprodutivos da floresta.
