Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
AGRICULTURA E PESCA
English Version

Espaço do Pará na Green Zone atrai visitantes com produtos com Indicação Geográfica e artesanato da agricultura familiar

Coordenado pela Sedap e Seaf, estande destaca saberes tradicionais e identidade produtiva de diversas regiões do estado durante a COP30

Por Rose Barbosa (SEDAP)
13/11/2025 21h35

O estande do Governo do Pará no espaço do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, um dos mais visitados da Green Zone da COP30, tem chamado a atenção do público nacional e internacional ao apresentar produtos com Indicação Geográfica (IG) e artesanato oriundos da agricultura familiar. A ação é coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf).

Localizado no Parque da Cidade, o espaço integra a programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém, e reúne os nove estados que compõem a Amazônia Legal.

Produtos com identidade regional e reconhecimento do INPI

Entre os produtos com IG expostos estão a tradicional farinha de Bragança, o cacau de Tomé-Açu e o guaraná Andirá-Marau, este último produzido na Terra Indígena Andirá-Marau, na divisa entre o Amazonas e o Pará. Todos foram reconhecidos pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) como Indicação de Procedência.

A exposição também apresenta itens que estão em processo de certificação, como o açaí paraense e o mel de São João de Pirabas, além de produtos artesanais de Icoaraci, que também já formalizaram pedido de IG.

Para Elionara Pinheiro, mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação pelo IFPA, o potencial da Amazônia para esse tipo de reconhecimento ainda é subutilizado. “Cada comunidade guarda um produto com identidade única que merece ser protegido e promovido. A IG é uma ferramenta importante para valorizar o saber tradicional e a origem dos nossos produtos”, avaliou.

Elionara também destacou que seu projeto de mestrado visa propor uma IG para o tucupi de Belém, com o objetivo de valorizar o produto como patrimônio cultural e garantir reconhecimento e valorização aos produtores locais.

Reconhecimento institucional e visita de autoridades

O estande paraense também recebeu a visita do ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do presidente da Sudam, Paulo Rocha, que conheceram os produtos com IG e as iniciativas em andamento para novas certificações.

Ministro Waldez Góes prestigiou o espaço coordenado pela Sedap no Consórcio da Amazônia Legal

O titular da Sedap, Giovanni Queiroz, e o diretor agropecuário Marcos Grande acompanharam a visita e destacaram o valor cultural e econômico dos produtos apresentados. “É essencial mostrar o que o Pará tem produzido com base no saber tradicional, que expressa a diversidade das nossas regiões e das nossas comunidades”, afirmou o secretário.

Catálogo com QR Code conecta público e produtores

A engenheira agrônoma da Sedap e coordenadora do Programa Estadual de Incentivo às IGs e Marcas Coletivas, Márcia Tagore, explicou que todos os produtos estão devidamente catalogados com tarjas informativas e QR Codes que remetem a uma descrição e ao contato dos produtores.

“É uma forma de contar a história de cada produto e também de aproximar o consumidor final dos produtores. Muitos visitantes têm interesse em adquirir os itens, então estamos facilitando essa conexão direta”, ressaltou Márcia.

Licores e chocolate estão entre os produtos expostos no espaço

Ela também informou que, apesar de estarem apenas em exposição até o dia 21, data de encerramento da programação, os produtos estarão disponíveis para venda no próprio local no último dia do evento.

Diversidade de produtos e riqueza amazônica

Além dos produtos reconhecidos com IG, o estande também apresenta inovações como o açaí liofilizado (desidratado), mel de açaí (produzido a partir da polinização do açaizeiro por abelhas) e licores do arquipélago do Marajó. A Casa Suzuki, de Tomé-Açu, marca presença com chocolates e licores produzidos com amêndoas de cacau com IG.

O espaço reforça o potencial da Amazônia para transformar sua biodiversidade e saber tradicional em produtos de alto valor agregado, com respeito à origem e identidade dos territórios.

Integração regional

Além do Pará, o espaço do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal reúne os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins, promovendo a cooperação entre as regiões para valorização dos ativos socioprodutivos da floresta.