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Na COP30, Adepará destaca pioneirismo do Pará na valorização da bioeconomia e da agricultura familiar

Atualmente, o Estado conta com cerca de 400 agroindústrias produzindo  alimentos seguros e de qualidade, impulsionadas por políticas públicas inovadoras de inclusão produtiva

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
11/11/2025 17h19

O Pará apresentou, no segundo dia da COP30, seu protagonismo na promoção de uma bioeconomia sustentável e inclusiva, que fortalece a agricultura familiar sem causar desmatamento. Atualmente, o Estado conta com cerca de 400 agroindústrias produzindo  alimentos seguros e de qualidade, impulsionadas por políticas públicas inovadoras de inclusão produtiva.

Pioneiro na implementação do Selo Artesanal Vegetal, o governo do Pará, por meio da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), apresentou, na conferência, os resultados dessa política que estimula a agroindustrialização no campo e fomenta a produção sustentável de alimentos. O tema foi abordado no painel “Selo de Inspeção Artesanal Vegetal: inclusão produtiva e resiliência climática a partir do registro de estabelecimentos de alimentos tradicionais na Amazônia paraense”, realizado nesta segunda-feira (10), no Pavilhão Pará, na zona verde.

O painel reuniu representantes da Agência de Defesa, do terceiro setor e da agricultura familiar, que compartilharam experiências e perspectivas sobre o fortalecimento da bioeconomia amazônica.

Gerente de Inspeção e Classificação Vegetal da Adepará, Joselena Tavares, participou do painel

A gerente de Inspeção e Classificação Vegetal da Adepará, Joselena Tavares, explicou que a política do selo artesanal vegetal tem sido implementada em diversas regiões do Estado e destacou o caráter inovador da iniciativa.

“A agroindustrialização surge como alternativa para aumentar a vida útil dos produtos, garantir renda aos produtores durante todo o ano e evitar o desperdício de alimentos. Assim, geramos mais renda no campo e reduzimos a pressão sobre a floresta. Não existe transição climática justa sem inclusão produtiva”, ressaltou a agrônoma.

Segundo a agrônoma, o registro formal também combate a clandestinidade e agrega valor aos produtos, permitindo que pequenos produtores deixem a informalidade e conquistem reconhecimento legal.

“É um modelo amazônico que pode ser replicado em outros estados e até em outros países. Já recebemos comitivas de várias regiões interessadas em adotar essa experiência”, afirmou.

O pesquisador do Ipam, Edivan Carvalho, ressaltou a importância das parcerias

O pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Edivan Carvalho, reforçou a importância das parcerias para o fortalecimento dessa política pública e seus impactos ambientais positivos.

“Essas agroindústrias evitam a abertura de novas áreas de cultivo, aproveitam sistemas agroflorestais e utilizam fontes de energia limpa, como a solar, com equipamentos adequados às pequenas produções”, explicou. Atualmente,  12% das agroindústrias registradas na Adepará mantêm parceria com o Ipam e receberam apoio técnico para o processo de regularização.

Entre os estabelecimentos registrados, mais de 170 trabalham com derivados da mandioca, como farinhas, farofas, tucupi e goma de tapioca. Produtos da bioeconomia paraense que hoje ocupam espaço nas prateleiras de grandes redes de supermercados e até em mercados internacionais.

Rastreabilidade e qualidade garantida

O painel apresentou casos de sucesso da agroindustrialização paraense, que assegura a rastreabilidade da matéria-prima até o produto final. Um dos exemplos é a Farinha Quebec, produzida em Tomé-Açu, que já é exportada para cinco países. O empreendimento é liderado pela agricultora Ginelda Lima, que coordena uma rede com mais de 50 fornecedores de mandioca e já possui dez produtos registrados.

A agricultura e proprietária da Casa da Farinha Quebec, Ginelda Lima

“O selo artesanal agregou valor ao meu produto e melhorou a nossa qualidade de vida. Meus clientes consomem com confiança e carinho, porque sabem que a farinha é feita com responsabilidade e seguindo todas as normas de higiene”, comemora Ginelda.

 Como obter o registro

Para receber o Selo Artesanal Vegetal, o produtor precisa se adequar às Boas Práticas de Produção, realizando melhorias nas instalações, garantindo higiene na manipulação e transporte adequado dos alimentos. A Adepará oferece visitas técnicas e orientações para auxiliar os produtores no cumprimento das normas sanitárias, assegurando alimentos de qualidade à população.

Os interessados em registrar sua agroindústria e comercializar seus produtos legalmente em todo o estado devem procurar o escritório da ADEPARÁ no município onde atuam.

Adepará na COP30

A Adepará segue com programação na COP30. Na próxima semana, a Agência participará de debates sobre saúde animal e rastreabilidade da pecuária, com foco nas ações do Programa Pecuária Sustentável do Pará, que reforça o compromisso do estado com a produção responsável e a preservação ambiental.

Sobre a Adepará 

A Adepará é responsável pela execução das políticas públicas de defesa sanitária animal e vegetal, inspeção de produtos de origem agropecuária e fiscalização do trânsito agropecuário. Sua atuação garante a segurança alimentar, a sustentabilidade produtiva e o fortalecimento da economia rural no estado.

Com presença em todos os municípios paraenses, a Adepará tem papel estratégico na promoção de uma agropecuária rastreável e sustentável.

 Programação – Adepará na COP30

📍 10/11 | 17h30 | Sala Castanheira – Pavilhão Pará (Green Zone)
 Painel: Guia de Trânsito Vegetal (GTV) – Rastreabilidade, inclusão produtiva e sustentabilidade na agricultura familiar amazônica.

📍 11/11 | 9h30 | Sala Seringueira – Pavilhão Pará (Green Zone)
 Painel: Selo de Inspeção Artesanal Vegetal – Inclusão produtiva e resiliência climática a partir do registro de alimentos tradicionais amazônicos.

📍 13/11 | 17h30 – 18h30 | Green Zone
 Roda de conversa: Raiva: o elo invisível entre humanos, animais e ambiente.

📍 16/11 | 8h | Inhangapi (visita técnica)
 Tema: Pecuária sustentável – visita com o Ministro da Noruega.

📍 17/11 | 14h | Agrizone
 Apresentação: Rastreabilidade e desenvolvimento da defesa agropecuária do Pará – reunião com diretoria da OMSA.

📍 18/11 | 7h – 12h30 | Inhangapi e Castanhal
 Visitas técnicas: Propriedade rural e frigorífico Mercúrio – participação da diretoria da OMSA. 

📍 19/11 | 15h | Auditório Faepa
 Roda de conversa: Saúde animal, saúde de todos.

📍 20/11 | 11h – 12h | Blue Zone
 Visita oficial da diretoria da OMSA.