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Simpósio em Belém debate atualizações médicas sobre hepatites

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/07/2015 17h35

A Sociedade Brasileira de Hepatologia, com apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), iniciou nesta segunda-feira, 27, a programação científica do Simpósio de Hepatologia do Norte, focado na atualização médica da área, com recomendações para Hepatite B e Delta em meio a 75 palestrantes nacionais e oito internacionais. O evento prossegue nesta terça-feira, 28, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.

Dois auditórios comportam a programação do simpósio: um para a área científica e outro com proposta multidisciplinar voltada para profissionais de saúde, que poderão conferir experiências bem sucedidas em torno do diagnóstico ao tratamento da sífilis, HIV e hepatites virais. Na terça-feira, um representante de cada capital do país falará sobre a situação do seu Estado. Além disso, secretários de saúde de oito municípios paraenses também darão o diagnóstico local.

Durante a abertura do Simpósio, a médica hepatologista e uma das organizadoras do evento, Deborah Crespo, explica que as atenções estão voltadas para as hepatites virais porque a atualização dos temas avançou com as novidades implantadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ao tratamento e julgou natural que profissionais tenham o compromisso de atualizarem seus conhecimentos. Também na ocasião, o secretário de Estado de Saúde, Vitor Mateus, ressaltou a importância de se manter um espaço de debate entre os profissionais de saúde e estudantes para que todos aprimorem seus conhecimentos.

Segundo a extensa programação, estão sendo abordados temas de interesse nacional, internacional e também com foco regional. Márcia Iasi, médica hepatologista da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, deu um panorama de como são oferecidos os novos tratamentos para Hepatite C aos pacientes do Pará, cuja referência é a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará. O atual tratamento leva de 48 a 52 semanas e tem chances de cura que vão de 40 a 47%. Além disso, não pode ser aplicado caso o paciente tome uma série de outros medicamentos. O novo tratamento, que leva de 12 a 24 semanas, diminui essa interação medicamentosa e tem chances de cura superiores a 90%.

A mini conferência “Hepatotoxicidade na Amazônia”, doença hepática induzida por medicamentos e/ou suplementos alimentares e vitaminas, encerrará o Simpósio com o objetivo de alertar sobre a utilização de medicamentos para a modelação do corpo e perda de peso, que no decorrer do ano ou ao longo de muitos anos, expõe a população ao risco de lesões hepáticas.

Considerada uma das maiores endemias mundiais da atualidade, a doença acomete cerca de 180 milhões de indivíduos em todo o mundo, sendo que dois milhões deles estão no Brasil. A doença é responsável hoje por cerca de 50% das indicações de transplantes de fígado, como também até 70% dos casos de câncer de fígado no país.

No Estado do Pará, entre 2007 e 2014 foram confirmados 2.211 casos do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Só no ano passado, surgiram 242 casos de hepatite B, além de 91 do tipo C. Este ano, até o início da campanha “Julho Amarelo”, iniciada em 22 de maio pela Sespa, já eram 299 pessoas com hepatites, das quais 148 com o tipo A; 102 com o vírus B e outras 49 para a tipagem C. Após 60 dias de campanha, foram diagnosticados 30 novos casos de hepatite C e apenas um caso com o vírus B. Há previsão de que mais confirmações aconteçam, na medida em que cheguem à Sespa relatórios enviados sobre as campanhas realizados pelos 13 Centros Regionais de Saúde nos municípios de abrangência.