Vice-governadora Hana Ghassan participa do lançamento do Programa 'Road to Belém'
Evento no Museu Emílio Goeldi reforça a parceria internacional entre Brasil e Suíça na proteção da floresta e construção de uma agenda sustentável rumo à COP30
A um dia do início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, a vice-governadora Hana Ghassan representou o Governo do Pará no lançamento do Programa “Road to Belém”. A cerimônia, realizada neste domingo (9), no Museu Paraense Emílio Goeldi, oficializou uma nova doação da Suíça ao Fundo Amazônia, no valor de 5 milhões de francos suíços, o equivalente a R$ 33 milhões. O evento também marcou o início da programação do Time Suíça na COP30, reforçando o protagonismo da capital paraense na agenda climática mundial.
Participaram da solenidade a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva; o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante; o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco; a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello; a presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana; o embaixador da Suíça no Brasil, Hanspeter Mock, e o embaixador suíço para o Meio Ambiente, Felix Wertli.
“Estamos muito felizes por viver este momento em que Belém é anfitriã do maior evento sobre meio ambiente do planeta. É uma alegria poder sediar algo tão importante: falar sobre a Amazônia no coração da Amazônia. Receber o mundo todo e participar, junto com a Suíça, de mais uma contribuição para o Fundo Amazônia, em projetos de combate e prevenção ambiental, nos honra e fortalece o papel do Pará como casa da COP30”, afirmou Hana Ghassan.
Com esse novo aporte, o país dobra o valor total de suas contribuições, que agora ultrapassam R$ 60 milhões. O investimento fortalece o maior instrumento mundial de financiamento para ações de prevenção e controle do desmatamento.
A ministra Marina Silva destacou que o novo aporte representa o reconhecimento internacional pelos resultados concretos obtidos pelo Brasil na redução do desmatamento. “Toda vez que atingimos um bom resultado, conseguimos fazer a captação de recursos. Nestes três primeiros anos de governo do presidente Lula, evitamos lançar mais de 700 milhões de toneladas de CO₂ (dióxido de carbono) na atmosfera, em função da redução do desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Esses resultados são catalisadores de mais recursos, mas, sobretudo, de mais benefícios para os povos indígenas, comunidades tradicionais, ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável”, afirmou Marina Silva.
Ciência, inovação e parcerias sustentáveis - O Programa “Road to Belém”, apresentado pelo embaixador Hanspeter Mock, conecta ciência, inovação e sustentabilidade em uma série de ações que antecedem a COP30. A iniciativa busca promover o desenvolvimento econômico e social a partir de soluções sustentáveis e compartilhadas.
Durante a conferência ambiental, o Museu Paraense Emílio Goeldi sediará mais de 200 eventos, e será a Casa Suíça na COP30, com debates sobre bioeconomia, manejo florestal, agricultura rastreável e governança de recursos hídricos.
“Por meio dessa parceria, apoiamos os esforços do Governo Federal para fortalecer a capacidade dos órgãos ambientais responsáveis pelo monitoramento, pela prevenção e pelo combate ao desmatamento ilegal, à degradação ambiental e aos incêndios florestais. O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciou, recentemente, resultados impressionantes na redução do desmatamento na Amazônia, alcançando, no último ano, o terceiro menor índice já registrado na história da região. Sentimo-nos honrados em contribuir para esse avanço, e em caminhar ao lado do Brasil nesse trabalho”, afirmou Hanspeter Mock.
Aloizio Mercadante destacou que a contribuição suíça reforça a confiança internacional na governança ambiental brasileira. “A nova doação da Suíça confirma que estamos no caminho certo. O Fundo Amazônia alcançou um patamar inédito: passamos de cerca de R$ 300 milhões anuais para mais de R$ 1,2 bilhão por ano em financiamentos, apoiando 650 instituições em 75% dos municípios da Amazônia. Nosso desafio, agora, é transformar o arco do desmatamento no arco da restauração, com ciência, tecnologia, inclusão social e cooperação internacional. Proteger a Amazônia é proteger o futuro do planeta, e fazemos isso junto com quem acredita nessa agenda”, enfatizou o presidente do BNDES.
Referência global - Criado em 2008, o Fundo Amazônia é uma referência mundial em cooperação internacional para o clima, reunindo ações de proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e melhoria da qualidade de vida na região amazônica. Desde a retomada das doações, em 2023, o mecanismo já contratou R$ 1,6 bilhão adicionais, ampliou o número de doadores de três para nove e beneficiou cerca de 260 mil pessoas, por meio de mais de 600 organizações comunitárias e 144 projetos.
Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e operacionalizado pelo BNDES, o Fundo é essencial para o cumprimento das metas climáticas brasileiras, em alinhamento com o Acordo de Paris e o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm).
A Suíça integra o grupo de países doadores, ao lado de Alemanha, Noruega, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Irlanda e União Europeia, e sua nova contribuição reforça o modelo de governança, transparência e credibilidade, que faz do Fundo Amazônia uma referência global em resultados mensuráveis.
