Construção da ponte Igarapé-Miri, na PA-151, chega à reta final
Nesta quinta-feira, 29, enquanto aguardava para realizar a travessia de balsa para a cidade de Igarapé-Miri, o mecânico João Paulo Mendes, de 31 anos, aproveitou para observar de perto os avanços na construção da primeira ponte de grande porte da PA-151, que ligará Igarapé-Miri a diversos outros municípios do Baixo Tocantins, entre eles, Mocajuba, Baião e Cametá. “Desde o início tenho observado ela daqui. Tenho a impressão de que a obra já esteve bem mais longe, e agora vejo que falta bem pouco. Então a expectativa é grande, porque tenho certeza que vai melhorar muito o deslocamento das pessoas”, disse.
O comerciante João Favacho da Paixão, 36, que seguia com a esposa e as duas filhas para Cametá, para aproveitar os últimos dias das férias escolares também falou sobre a expectativa com a nova ponte. “Vou para Cametá pelo menos duas vezes ao ano porque minha sogra mora lá. Essas travessias de balsa são complicadas porque ficamos reféns dos horários e do fluxo de carros. Num percurso direto, com certeza o tempo e o desgaste são bem menores. Já vim aqui antes, quando a ponte já estava erguida, mas agora vi que tem as máquinas de asfalto, então deve faltar pouco”, disse.
A observação de João Paulo e de João Favacho não está errada. Este mês, a obra da construção da nova estrutura alcançou 98%. E nesta semana, a pista da ponte já começou a receber a última camada de asfalto. Agora, restam apenas os últimos ajustes na iluminação, que contará com um moderno sistema de energia solar, e o término da instalação dos “dolfins”, um sistema de proteção para os pilares da ponte, para que a obra seja entregue a população. Segundo o engenheiro Luiz Duarte, da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), tudo deverá ser concluído até o final de setembro.
Diferente do sistema de proteção flutuante da ponte no Rio Capim, Luiz Duarte explica que os dolfins que estão sendo instalados na ponte de Igarapé-Miri são fixos. “É um sistema de treliça que interliga os blocos, revestido com madeira e que pode trocar quando houver necessidade. Isso protege os pilares que estão na água caso haja algum choque de embarcações na ponte. Todo o impacto é absorvido por esse sistema, o que garantirá ainda mais a segurança dessa estrutura”, explica o engenheiro. Fora isso, a estrutura ainda foi projetada como vão livre, com base na maior maré dos últimos 30 anos.
Quanto ao sistema de iluminação, Luiz Duarte explica que já foram instaladas as placas que captam a energia solar. “Elas são capazes de carregar as baterias que fornecem a energia para as lâmpadas. Com isso, as lâmpadas vão ligar e desligar automaticamente”, explica. Contudo, o engenheiro acrescenta que o novo sistema ainda passará por testes. “Quando finalizarmos a instalação das baterias, vamos testar uma por uma até que tudo funcione da forma correta”, garante.
Obra - Orçada em R$ 60.771.629,04, a nova estrutura terá 560 metros de extensão e mais 200 metros de rampa de encontro. Atualmente, o transporte ocorre através da travessia via balsas rebocáveis. Além do sistema de iluminação solar, a estrutura contará com sistema de proteção dos pilares, os “dolfins”, para evitar possíveis impactos com embarcações que navegam no rio Igarapé-Miri. Segundo a Secretaria de Transportes, ao todo, o trabalho mobilizou mais de duzentos funcionários. Destes, cerca de 90% são moradores da região.