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Agricultores de Tracuateua têm compensação financeira para preservar floresta

Iniciativa é parceria do Governo do Pará com o Governo Federal e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 

Por Governo do Pará (SECOM)
30/10/2025 12h15
Em Tracuateua, agricultores contribuem para a preservação da floresta e a Emater e o Programa Regulariza Pará os ajudam a acessar remuneração pelo Projeto Floresta + Amazônia

Metade dos cerca de cinco hectares do Sítio do Major, na comunidade Campo Novo, em Tracuateua, no Rio Caeté, é de floresta preservada: “E a outra metade é nossa plantação de mandioca. Produzimos uns 150 quilos de farinha d’água por mês. É um arranjo que tem compensado”, diz o referido “Major”, apelido do agricultor João da Rosa, de 63 anos.

O agricultor vive com a esposa, Deusa Ivone de Araújo, de 44 anos, mais dois filhos e dois enteados: Luciana, de 17 anos; Lucivan, de 21 anos; Luciano, de 22 anos, e Luziele, de 25 anos. 

A propriedade é uma das atendidas pelo escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) no âmbito do  Programa Regulariza Pará e do Projeto Floresta + Amazônia, com o objetivo de remuneração direta pela manutenção sustentável dos ecossistemas amazônicos no município.

O mecanismo de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), articulado pelo Governo do Pará e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF), é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 

Esta semana, 27 famílias sem pendências ambientais e moradoras de 15 comunidades de Tracuateua receberam a parcela de adesão, no valor individual de R$ 1.500. As próximas etapas exigem cadastro ambiental rural (car) validado e cadastro nacional da agricultura familiar (car), documentos emitidos pela Emater.

As propriedades de três a 50 hectares têm, principalmente, plantio e beneficiamento de mandioca, plantio de açaí e plantio de grãos.

Mobilização
Em uma reunião, nesta quinta-feira (30), na Biblioteca Municipal Francisco de Paula Pinheiro, no bairro Centro, a equipe da Emater dirimiu dúvidas e aprofundou esclarecimentos. “É um movimento de mobilização, de conscientização e arrisco até nomear como revolucionário, porque não só discursa sobre preservação: injeta recursos e concretiza a política pública como oportunidade real de transição e adaptação dos sistemas produtivos", disse o chefe do escritório local da Emater em Tracuateua, o técnico em pesca e gestor ambiental, Nadson Oliveira.

Ele acrescentou: "O acompanhamento da Emater, com a colaboração imprescindível do programa 'Regulariza Pará' e trabalho conjunto com as comunidades, respeita as tradições, a viabilidade sociocultural e econômica dos empreendimentos da agricultura familiar e as demandas dos mercados de Tracuateua e região”.

Nadson Oliveira destaca como resultados a efetividade de práticas sustentáveis, que geram renda e ao mesmo tempo conservam os recursos naturais, a exemplo de manejo: “Existe, ainda, um fator inerente de melhoria da qualidade de vida das famílias, pelo contexto de habitação em áreas mais saudáveis e pela expectativa de aumento de lucro, na ressignificação de mercados. Também consideramos que as comunidades passem, cada vez mais, a gerir com responsabilidade e autonomia os recursos naturais”, diz. 

Texto de Aline Miranda