PM capacita moradores da Cidade Velha para ajudar na segurança do bairro
Desde maio, os moradores do bairro da Cidade Velha, em Belém, participam de cursos de capacitação para se prevenir de assaltos no local. A iniciativa foi uma ação conjunta da comunidade e do 2º Batalhão da Polícia Militar, que atende os bairros do Reduto, Campina e Cidade Velha. Chamado de “Vizinhança em Alerta”, o projeto já acontece em outras capitais do país e foi trazido dos Estados Unidos. “O projeto tem alguns fundamentos da criminologia ambiental, e consiste em estudar o crime sob determinados aspectos. A ideia é atuar em dois deles: vítima e ambiente propício”, explica o Tenente Coronel Marcelo Ronald, coordenador da ação.
Assim que assumiu o comando do Batalhão, em fevereiro, o Coronel recebeu um pedido dos moradores: uma maior aproximação do sistema de segurança com a comunidade. Começou então uma série de reuniões que antecederam a criação do projeto “Vizinhança em Alerta”, que já capacitou mais de 80 pessoas e prevê a formação de novas turmas nos próximos meses. Dona Rosa Kawhage, administradora, 54 anos, está preocupada com os assaltos na área depois que dois filhos foram abordados por ciclistas. “Vou fazer o curso para me sentir mais tranquila. Todo mundo deveria fazer”, aconselha a administradora.
Os ensinamentos são práticos. “A gente ensina pra eles como se dá o crime e depois do crime, o que a pessoa precisa saber para agir. Criamos uma rede de WhatsApp com os moradores que nos permite trocar informações e muitas vezes conseguir uma intervenção precisa junto aos meliantes”, reforçou o Coronel.
A capacitação já teve quatro turmas, todas orientadas pelo Capitão Alan Sullivan. “As maiores dúvidas das pessoas estão relacionadas com a prevenção e a punição dos meliantes. Aqui (Cidade Velha) temos muitas casas preservando a arquitetura antiga, que não trazem segurança. Ajudamos a reforçá-las criando o sentido de alerta”, informa Sullivan.
Os moradores que passam pela capacitação recebem um adesivo da ação para colocar na porta das casas. A dona de casa Mariete Beltrão, de 56 anos, moradora da Rua Alenquer, já tem a “patente” na fachada de casa. “Agora, eu ando mais tranquila pelas ruas da Cidade Velha, mas sempre em alerta”, disse a dona de casa.
Mas, a lição mais importante da capacitação o servidor Ivan Costa já aprendeu. Morador da Carlos de Carvalho, ele foi o responsável pela aproximação entre comunidade e PM. “Esse caminho traçado entre comunidade e polícia não tem volta na redução da criminalidade. A gente fez um pacto com a Polícia e tem tudo para dar certo”, destaca o morador da Cidade Velha.