Campanha de vacinação contra poliomielite pretende vacinar mais de 600 mil crianças
A partir do dia 15 de agosto, pais e responsáveis por crianças com idades de seis meses a menores de cinco anos terão o compromisso de levá-las até o posto de saúde. O objetivo é vacinar as crianças contra poliomielite e também atualizar a caderneta de vacinação. A mobilização segue até o dia 31 deste mês, com o propósito de vacinar 666.157 crianças contra a paralisia infantil, o que corresponde à meta de 95% do público-alvo.
Para a atualização vacinal não ficou estabelecida meta, segundo informa a nota técnica da Divisão de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), que já recebeu do governo federal 700 mil doses orais contra a poliomielite, que já foram distribuídas pela Sespa aos 13 Centros Regionais de Saúde, que por sua vez já estão encaminhando as vacinas aos municípios de abrangência. A Sespa esclarece que toda e qualquer campanha de vacinação é executada pelas secretarias municipais de saúde, que têm nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) os principais locais de referência para a aplicação de doses.
Sendo assim, no território paraense serão 3.306 locais fixos, como as UBS’s, e 74 fluviais que estarão disponíveis para aplicação das vacinas, além dos 360 postos volantes que funcionarão exclusivamente para o Dia D de Mobilização Nacional para as duas campanhas, que acontecerá no sábado, 15 de agosto, quando no Estado será também feriado por ocasião da Adesão do Pará à Independência do Brasil.
Indicada para crianças de seis meses a menores de cinco anos, a vacina contra a poliomielite será aplicada em gotas. No informe técnico, a coordenadora estadual da Divisão de Imunizações da Sespa, Jaíra Ataíde, explica que a criança deverá ser novamente alvo da campanha e tem como objetivo “manter elevada a cobertura vacinal contra a poliomielite de forma homogênea em todos os municípios, visando evitar a reintrodução do vírus selvagem da poliomielite no país. Para isso, a população alvo deve ser vacinada indiscriminadamente”.
Em relação à campanha de atualização de vacinas, o informe técnico chama a atenção dos responsáveis pelas crianças para que cumpram, com rigor, o calendário nacional de imunização. A ideia é que, ao levar a criança para tomar a vacina de pólio, as equipes de vacinação façam uma conferência no cartão para liquidar as pendências existentes.
Para a atualização vacinal somente de crianças de seis meses a menores de cinco meses, estarão disponíveis doses de BCG (contra as formas graves de tuberculose); Febre Amarela; Hepatites A e B; Menincocócica C; Oral de Rotavírus Humano; Pentavalente (que previne difteria, tétano, coqueluche, infecções por Haemophilus Influenzae B e Hepatite B); Pneumocócica 10 valente (que protege as crianças de bactérias tipo pneumococo, que causam doenças graves como meningite, pneumonia, otite média aguda, sinusite e bacteremia); Tetraviral (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela) e Triviral (sarampo, caxumba e rubéola).
Segundo informações do Ministério da Saúde, desde 1990, quando deixou de registrar casos, é que o Brasil está livre da poliomielite e, em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem em seu território. Porém, a continuidade das campanhas se dá porque dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstram que, entre 2013 e 2014, 10 países registraram casos da doença e três deles, Paquistão, Nigéria e Afeganistão, são endêmicos para esse agravo de ordem infectocontagiosa, por via oral. Na maioria dos casos, a vítima não morre quando infectada, mas desenvolve lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia irreversível, principalmente nos membros inferiores.
Para as duas campanhas no Pará, estarão envolvidos na mobilização 22.380 trabalhadores, entre profissionais de saúde e de cunho técnico-administrativos, além de 822 carros, 32 barcos, 18 lanchas, 22 motocicletas, três cavalos e dois búfalos.