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Santa Casa incentiva o aleitamento materno no trabalho

Por Redação - Agência PA (SECOM)
05/08/2015 16h36

Lucca acabou de completar um ano. Ele é um menino curioso, que rola no tapete, investiga e testa cada item do escritório da mãe, escala o sofá, a cadeira, ri com os olhos apertados de alegria e só para por uma coisa: a hora de mamar. A enfermeira Milce Oliveira é uma das várias mães brasileiras que tem a iniciativa de levar o filho ao trabalho para amamentar. E, para incentivar esta prática, a Fundação Santa Casa de Misericórdia participa da campanha da 24º Semana Mundial de Aleitamento Materno, com o tema “Amamentação e trabalho: para dar certo o compromisso é de todos!”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o aleitamento materno nos seus primeiros seis meses de vida evita a mortalidade dos bebês, infecções respiratórias, diarreia, risco de alergias, hipertensão, colesterol alto, diabetes, obesidade, além de garantir melhor nutrição, redução de gastos com alimentação, proteção contra o câncer de mama e colaborar para o vínculo afetivo entre mãe e filho. Em uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, divulgada recentemente, foi constatada a relação positiva entre o tempo de amamentação e a inteligência de crianças 30 anos depois.

Milce trabalha no Hospital Adventista de Belém e sonhava em amamentar o seu primeiro filho logo no dia de seu nascimento, mas infelizmente, houveram complicações na gravidez e Lucca nasceu prematuro. Ele precisou ficar internado antes de receber o leite da mãe.

“Eu fui amamentar o Lucca depois de 15 dias e tinha receio, pois geralmente os bebês de UTI neonatal têm dificuldades de aceitar o aleitamento materno, mas graças a Deus assim que ele entrou para mamar no seio não parou mais e continua até hoje”, diz a mãe, que sorri a cada troca de olhar com o filho que ainda não fala, mas sabe expressar muito bem o carinho que recebe da mãe. “Ele é muito carinhoso comigo. Adora esse contato e isso faz muito bem pra gente”, diz Milce.

A mãe começou a levar o filho ao trabalho quando a licença maternidade terminou. O período previsto por Lei é de quatro meses, mas o recomendado é que a criança seja alimentada exclusivamente com o leite materno até os seis meses de idade. Para isso, Milce deixava reservas de leite em casa ou levava Lucca para mamar no trabalho.

A campanha da Semana do aleitamento materno reforça ainda mais a necessidade das mães e, principalmente, das empresas se conscientizarem para dar suporte às mulheres que precisam amamentar seus filhos após o término da licença.

“Infelizmente, nós temos uma CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que ainda permite apenas quatro meses de licença maternidade, porém a criança precisa de seis meses. Então, a nossa estratégia é oferecer para a mãe, por meio do seu local de trabalho, uma sala de apoio a amamentação. Nesta sala é necessária uma geladeira para conservar o leite que ela ordenhará no intervalo de trabalho, para que possa levar para casa”, relata a presidente da Fundação Santa Casa, Rosângela Monteiro, afirmando que esta iniciativa seria um avanço em relação a estes dois meses que a CLT não prevê.

Quando o bebê é prematuro pode demorar para que ele alcance a altura e peso ideais, mas no caso do filho de Milce, a recuperação foi rápida e logo ele estava saudável como qualquer criança da sua idade.

Rosângela Monteiro também explica que a criança não precisa de nenhum outro alimento até os seis meses de vida. “A criança não precisaria de nenhum outro tipo de alimento como chá, leite artificial, mingau ou carimã (mingau de farinha típico do interior do Pará). O leite materno possui vitaminas, proteínas, gorduras, que o tornam um alimento completo para a criança”, descreve.

Lucca já está experimentando os primeiros alimentos além do leite, como frutas e legumes, mas a preferência pelo seio ainda é grande. O reflexo desta boa alimentação é a saúde. Dificilmente ele fica doente. “Eu e meu esposo já ficamos doentes, gripados, mas ele continuou bem. É impressionante o quanto ele é forte e saudável”, destaca.

Na próxima sexta-feira, 7, a Santa Casa inaugurará a sua primeira sala de apoio a amamentação para as servidoras da instituição. Por ser uma referência na Região Norte no aleitamento materno e banco de leite, o hospital também está a disposição dos demais órgãos públicos e empresas privadas que queiram orientação para instalar a sua sala de apoio a amamentação.

As mães que precisarem fazer a ordenha para guardar o leite para os seus filhos ou que desejarem fazer uma doação de seu excedente para o banco de leite, também podem contar com o apoio da Santa Casa de Misericórdia.

Para fazer a doação de leite, as mães podem ligar para o hospital e uma equipe especializada buscará o leite na própria casa da doadora, sem custo algum: 0800 727 2057 / 4009-2311 / 4009-2212 / 2318 / 0310 (Atendimento 24 horas).

O que diz a Lei?

O que é a licença maternidade?

Licença maternidade (ou licença-gestante) é benefício de caráter previdenciário, introduzido pela CF de 1998 (art.7º, XVIII), que consiste em conceder, à mulher que deu à luz. Licença remunerada de 120 dias.

A licença maternidade é encargo direto do empregador?

Os salários (denominados salário-maternidade) da empregada afastada são pagos pelo empregador e descontados por ele dos recolhimentos habituais devidos à Previdência Social. O empregador deve permitir a ausência da empregada durante o período.

Em que consiste a estabilidade da gestante?

A CF de 1988 introduziu importante inovação, que consiste em assegurar à gestante, sem prejuízo de emprego e salário, 120 dias de licença, além de vedar sua dispensa arbitrária ou sem justa causa, a partir do momento da confirmação da gravidez e até cinco meses após o parto.

Ao retornar ao trabalho, após a licença-maternidade, que direito assiste à mulher?

Até o filho completar 6 meses de idade, assiste à mulher, durante a jornada de trabalho, o direito a descanso especiais, de meia hora cada, destinados à amamentação do filho.