Fundação Cultural do Pará (FCP) promove oficina de conservação e restauro de jornais
Oficina tem dois módulos e utiliza jornais das décadas de 80 e 90
A Fundação Cultural do Pará (FCP), iniciou nesta segunda-feira (22), uma oficina voltada à conservação e restauração de jornais históricos, em Belém. A atividade foi dividida em dois módulos e ofereceu 10 vagas para os participantes interessados em aprender técnicas especializadas de preservação e restauração de periódicos.
Neste primeiro módulo, os alunos estão trabalhando com a organização e higienização do acervo, com foco em periódicos e materiais jornalísticos. Essa primeira etapa da oficina iniciou nesta segunda-feira, 22, e vai até esta sexta-feira, 26, com aulas das 8h às 12h, de segunda a sexta-feira, na sala de restauro, no 3º andar da sede da FCP, na avenida avenida Gentil Bittencourt, nº 650, no bairro de Nazaré.
Já o segundo módulo, está previsto para acontecer entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, e será dedicado à confecção das caixas de acondicionamento que irão armazenar os jornais organizados e higienizados na etapa anterior.
“Essa oficina está mostrando aos alunos como higienizar, recuperar, e guardar os jornais de forma adequada. Os alunos vão aprender a preparação completa de conservação e restauro. A oficina é própria para mostrar a eles esse serviço e ensinar esse cuidado com o jornal” destaca Marcos Lima, Instrutor responsável pela oficina.
Sarah Nazik é estudante do 6° semestre de museologia na Universidade Federal do Pará (UFPA). Ela disse que sempre acompanhou as oficinas da FCP pelas redes sociais e aproveitou o recesso da faculdade para participar da oficina:
“No curso de museologia a gente estuda conservação preventiva, lá a gente geralmente não restaura, mas eu tenho o contato por ter feito oficinas individuais, ver vídeos na internet e cuidar do meu acervo pessoal em casa, mas eu nunca tinha feito com jornal, então é novo pra mim. O professor foi muito atencioso, explicou tudo de maneira bem detalhada e aqui temos bastante espaço para executar as funções de maneira simples e organizada. Então eu gostei bastante. também conhecemos o acervo da FCP, foi muito interessante” comenta a estudante.
Segundo a organizadora da oficina, o número limitado de vagas — apenas 10 — deve-se ao espaço físico da sala e à natureza do material a ser manuseado. “O jornal é um suporte grande, que ocupa muito espaço. Para garantir que os alunos consigam trabalhar com segurança e conforto, priorizamos turmas reduzidas”, explica Simone Moreira, responsável pelo projeto.
Simone ainda destaca a importância da oficina não apenas como uma ação formativa, mas também como uma estratégia de preservação do acervo: “Esse material é raro e precisa ser higienizado e oxigenado pelo menos duas vezes por ano. Infelizmente, a Fundação não dispõe de equipe suficiente para realizar esse trabalho sozinha, devido ao grande volume de documentos. Por isso, estabelecemos parcerias com universidades e com a comunidade. Os participantes aprendem as técnicas e, em troca, nos ajudam a conservar esse importante patrimônio”.
Durante a oficina, serão restaurados jornais como “A Província” e “O Liberal”, com edições das décadas de 1980 e 1990. O acervo da Fundação, no entanto, é muito mais antigo: o jornal mais antigo sob sua guarda é “O Paraense”, de 1822, que se encontra em bom estado de conservação graças às ações contínuas de cuidado preventivo promovidas ao longo dos anos.
Texto de Maurício Carvalho / Ascom FCP
