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Roda de conversa na área renal da Santa Casa reforça importância da doação de órgãos

A iniciativa reforça a importância nos cuidados com o rim, no tratamento e no pós-cirúrgico

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
19/09/2025 13h23

Com o tema "Doar é semear uma nova vida", a campanha Setembro Verde no Pará ressalta a importância da doação de órgãos e tecidos e reforça o trabalho dos profissionais que atuam no Serviço de Terapia Renal Pediátrica da Fundação Santa Casa do Pará. A programação desta semana contou com a participação de servidores, pacientes e usuários.

Fernanda Lobato, terapeuta ocupacional da área renal pediátrica, destaca que a roda de conversa é um momento educativo, "onde a gente reúne toda a equipe multiprofissional, junto com os pacientes e o acompanhante, integrando esse cuidado e repassando informações, diluindo toda e qualquer dúvida, desmistificando medo a respeito de um tema que é muito presente na vida deles, que é essa expectativa do transplante". 

“Apesar de ser um tema complexo e, às vezes, um processo que requer muitos cuidados, através da roda de conversa a gente tenta simplificar numa linguagem mais acessível, às vezes com orientações até mais lúdicas, para que a criança ainda minimamente aceite, que a família também saiba cada um dos processos, os cuidados que envolvem tanto o preparo, quanto o período do transplante e o pós-transplante também”, completa a terapeuta.

Renutimilly Braga de Oliveira, 9 anos, faz diálise na Santa Casa desde um ano de idade, e diz que vai ganhar um rim que é presente de sua mãe. “Estou muito feliz com esse presente. Vou comemorar com minha família”. A mãe Rosiane Ferreira Braga, que é de Altamira, relata que já está a 8 anos com a filha em Belém, e depois de toda uma preparação decidiu doar seu rim para ela.  Rosiane destaca emocionada a importância do ato. “Faz muita diferença na vida dos nossos filhos. Ela é a mais nova dos três filhos que tenho. Mas só ela que nasceu com esse problema renal. E durante o tempo, coloquei no meu coração, desde a primeira consulta dela do pré-transplante, o desejo de ser a doadora para minha filha”. 

“Na primeira consulta dela perguntei para a doutora se poderia ser a doadora. E ela disse que sim, então desse tempo para cá eu venho sempre fazendo esse trâmite. São muitas coisas que a gente tem que fazer, muitos exames para ver se dá certo. Principalmente porque o tipo sanguíneo dela é mais difícil. Ela é B positivo, então é um pouco mais raro de que ela receba um órgão compatível de outro doador. E o meu é B positivo. E tinha que ser porque eu sempre tive também essa vontade de ser a  doadora dela”, conta emocionada Rosiane. O transplante está marcado para a próxima semana.

O Ato de Conscientizar - Adriana Bejamim, enfermeira da área de transplante, participou da roda de conversa esclarecendo e tirando as dúvidas das pessoas. Para ela, o objetivo dessa ação é conscientizar a família, a importância do transplante, a importância de conscientizar mais doadores de órgãos. “Para falar para suas famílias sobre o transplante renal, no momento em que seus filhos estão em uma máquina de hemodiálise aguardando transplante, e principalmente explicar para eles todo o processo de transplante, desde o momento que eles são encaminhados para o ambulatório de pré-transplante, o intra-operatório, e o pós-operatório dessa criança”. 

“E esses esclarecimentos, a gente faz normalmente, todos os semestres. Normalmente nessa roda de conversa a gente esclarece aos pais, às famílias, aos profissionais. O transplante, ele é de suma importância para essa criança, para que ela tenha uma vida social, uma vida na escola, que ela volte às atividades, que tenha uma vida com mais qualidade”, esclarece a enfermeira.

Joycianne Sousa Trindade, dona de casa, moradora de Santa Izabel, na Grande Belém, é mãe de Joemilly Beatriz Trindade, de seis anos, que faz hemodiálise três vezes na semana na Santa Casa. Ela conta que sua filha está na lista de espera por um rim. “Eu creio que até o final deste ano ela vai conseguir o seu rim. Estamos na corrente por uma doação. É muito importante esse ato de doar. A família que doa sabe que essa doação é a continuação de outra vida, para outras famílias. E é sempre bom pensar desse jeito”.

“Eventos como esse são muito importantes porque muitos paizinhos não sabem da importância para nossos filhos, que prolonga a vida deles cada vez mais. Essas palestras sobre o transplante reforçam para nós uma esperança de sempre manter a fé por dias melhores para nossos filhos que são atendidos na área de hemodiálise”, pontua Joycianne.

A médica nefrologista Ana Carolina Abraão, destaca que esses eventos servem principalmente para conscientizar e esclarecer dúvidas. “Mesmo a gente tendo um contato praticamente diário com mães e os responsáveis pelas crianças que vêm para consulta ou vêm para a hemodiálise, mesmo assim, sempre tem alguma dúvida. Às vezes alguma dúvida que parece simples para alguns, muda destinos para outros”, relata.

“Fazendo periodicamente essas rodas de conversa, a gente consegue esclarecer pontos e questionamentos que para os responsáveis são questionamentos importantes e ao mesmo tempo a gente consegue conscientizar sobre ações como a doação de órgãos. E quanto mais transplantes acontecem, mais vidas se renovam, mais vagas são liberadas para tratamento na Santa Casa do Pará, que oferta esse tipo de tratamento na área renal infantil”, completa.

A médica reforça que quanto mais transplantes acontecerem, mais crianças tendem a voltar a uma vida mais inclusiva na sociedade e mais vagas para tratamento consequentemente são liberadas. “Então a nossa meta é sempre que quanto mais transplantes acontecerem melhor o futuro das nossas crianças”, diz a médica.

Atualmente 23 crianças fazem hemodiálise no Serviço de Terapia Renal Pediátrico da Fundação Santa Casa do Pará, que funciona na instituição desde outubro de 2011. Durante esse período a Santa Casa já realizou 41 transplantes renais.

Qualquer pessoa pode ser potencial doador de órgãos e tecidos. Não é necessário registro em cartório ou em documentos oficiais. Basta informar à família o desejo de doar, já que a autorização depende exclusivamente dos familiares.

Programação - Como parte da programação referente ao Setembro Verde, a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa) em parceria com a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA) realizam a live “Doar é Semear uma nova vida”, que vai esclarecer sobre a importância da doação de órgãos e tecidos, e reforçar as verdades sobre o ato de solidariedade, além de esclarecer dúvidas que atrapalham a decisão de doar.

Participam da live o médico Alfredo Abud, coordenador da Central Estadual de Transplante  (CET) da Sespa; o cirurgião do aparelho digestivo Rafael Garcia, responsável técnico do Transplante Hepático da Santa Casa; a nefrologista pediátrica Monick Calandrini, coordenadora do Serviço de Nefrologia pediátrica (CNEP) e do Programa de Transplante Renal Pediátrico da Santa Casa; e a assistente social Ana Gabriela Mesquita, paciente transplantada. A live será mediada pela psicóloga Klaudia Sadala e poderá ser acessada no canal da Sespa neste link.

No dia 25 será realizado na Santa Casa, o Fórum Interdisciplinar sobre a Manutenção do Potencial Doador e o lançamento do Manual de Manutenção do Potencial Doador; e no dia 28, Sespa, Sesma, Santa Casa e Hemopa realizam o encerramento da Campanha Setembro Verde com atividades culturais e de lazer na Praça Batista Campos.