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Segup amplia qualificação de agentes de segurança e rede de proteção para atendimento a vítimas de violência de gênero

Objetivo é elevar o grau de atendimento por meio de técnicas de conscientização e humanização, abordando a atribuição de cada setor envolvido

Por Roberta Meireles (SEGUP)
10/09/2025 15h31

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), por meio da Diretoria de Políticas Públicas e Prevenção Social (DPS), iniciou na manhã desta terça-feira, 10, o ‘Curso de Atendimento Humanizado a Mulheres Vitimizadas pela Violência de Gênero’, para garantir a ampliação da qualificação aos agentes de segurança pública e rede de proteção, elevando o grau de atendimento por meio de técnicas de conscientização e humanização, abordando a atribuição de cada setor envolvido. A qualificação segue até a próxima sexta-feira (12), em Belém. 

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado, participou da abertura da qualificação e reforçou a importância da participação e disposição dos agentes em aprimorar os conhecimentos e técnicas para garantir a prevenção e também o melhor atendimento às mulheres no Estado.

Secretário Ualame Machado

“A gente não sabe o que realmente é a dor de uma mulher que sofre a violência, mas a gente imagina que é algo realmente muito difícil, que precisa ser prevenido e combatido. Então, a gente tem essa noção, e dentro da Segup várias medidas já adotadas, a exemplo do Programa Pró-Mulher Pará, que usa as viaturas rosas com equipes especializadas para fazer o atendimento às mulheres; temos o SOS Maria da Penha da PM, que atende e acompanha mulheres que já têm medida protetiva, além do Alerta Pará Mulher, que pode ser acionado via CIOp para as mulheres já cadastradas no SOS. E em breve vamos estar inaugurando um atendimento especializado dentro da Segup, para atendimento às mulheres que já possuem medida protetiva, mas que não tem um acompanhamento psicológico, porque a gente faz acompanhamento da parte policial, de prevenção, mas não tinha um acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e agora nós vamos oferecer. Temos também a Deam virtual, onde a mulher pela internet já consegue registrar a ocorrência e solicitar medida protetiva, além do mais recente, que foi a implantação dos totens de atendimento à mulher, que está instalado em locais estratégicos”, explicou o titular da Segup. 

O secretário acrescentou ainda: “com a capacitação nós vamos além dos equipamentos entregues, nós ampliamos a rede de proteção, porque esse trabalho não é só com a polícia, pois segurança pública não faz sem polícia, mas também não se faz somente com polícia. E uma rede de atendimento à mulher é fundamental, por isso que muitas de vocês que estão aqui, pertencem a essa rede, não são exatamente forças policiais no Estado, mas compõem essa rede, e é importante estarem capacitados, pois eu sempre digo que melhor que saber o que fazer, é saber também o que não fazer. O melhor é saber o que perguntar e o que não perguntar para uma mulher que já foi vítima de violência. Então essa capacitação que a gente está oferecendo é para que a gente possa, cada vez mais, melhorar o atendimento e garantir proteção às mulheres”. 

Sobre a qualificação - A qualificação é promovida a partir de recursos do Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp), vinculado à Segup, com verba destinada ao trabalho de prevenção de violência contra a mulher. O curso está dividido em 6 módulos de 4h cada, totalizando 24h/curso. Os módulos serão desenvolvidos em aulas expositivas aplicadas em formato presencial e online. As aulas serão baseadas em evidências científicas,  com aprofundamento teórico, análise de dados estatísticos de fontes oficiais, além de dinâmicas com estudos de caso, exercícios práticos, debates e simulações.

Entre as temáticas debatidas, estão: aspectos teóricos sobre a violência contra a mulher, discussão sobre a realidade social e interseccionalidades, papel dos órgãos de segurança pública e da rede de proteção, prevenção à revitimização e técnicas voltadas para o acolhimento e proteção.

Para a diretora de Políticas Públicas e Prevenção Social da Segup, delegada Ariane Melo, a qualificação no eixo específico em relação à violência de gênero, visa qualificar, ainda mais, os agentes para um atendimento humanizado no Pará.

Delegada Ariane Melo, titular da Diretoria de Políticas de Segurança Pública e Prevenção Social

“Essa formação, de maneira específica, vem de um eixo que é trabalhado desde o Governo Federal até os Governos Estaduais, portanto nós contamos com um auxílio e uma verba disponível para se trabalhar esse eixo que é a prevenção de crimes contra mulher. E esperamos, que a partir daqui o profissional de segurança esteja, cada vez mais, apto a fazer um atendimento humanizado, qualificado e que estimule a vítima de violência a registrar a ocorrência, de forma que ela se sinta realmente segura e confortável para dar esse passo importante. O que muitas vezes nós percebemos é que a violência envolve um ciclo, então nem sempre a mulher que está sofrendo a violência, ela se sente segura para ir realizar essa denúncia e em um momento que ela tenha esse 'insight', essa segurança, o profissional deve estar apto a realizar esse atendimento de uma maneira a enxergar e intensificar essa vontade da mulher, porque a realidade é que na maioria das vezes ela fica aguardando, fica esperando a melhora do autor de agressão que ela tem um vínculo forte, às vezes um vínculo financeiro ou o próprio vínculo emocional. Portanto, ter agentes e toda a rede de proteção atentos e qualificados para isso, o incentivo a essa mulher, a escuta e toda a garantia de direito que ela tem, será viabilizado de forma humanizada”, afirmou a diretora. 

Mais de 50 participantes estão presentes na qualificação, entre eles, servidores da Segup, agentes das Polícias Militar, Civil e Científica, Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito, agentes da Secretaria de Administração Penitenciária, além das Guardas Municipais de Belém, Ananindeua e Marituba, Secretarias Estadual e Municipal da Mulher e a rede de proteção com assistentes sociais, psicólogos, educadores, profissionais de saúde e atendentes. 

Presente na capacitação, a 3ª Sargento BM Cristina Silva, destacou a relevância de qualificações como essa, principalmente ocorrendo de forma integrada com outras forças de segurança e órgãos estaduais e municipais.  

3ª Sargento BM Cristina Silva

“Para mim, a capacitação relacionada à violência de gênero tem uma importância bem relevante, porque muitas vezes nós profissionais da segurança pública somos os primeiros a ter contato com essa mulher vítima de violência. Então se faz necessário ter essa capacitação possamos compreender como a violência funciona, para que a gente possa entender os direitos dessas mulheres e estar prestando um atendimento, cada vez mais humanizado, evitando revitimizar essa mulher. Então, a capacitação contínua acerca desse tema, para nós é sempre fundamental, pois aqui a gente compreende melhor como funciona todo o funcionamento dessa rede que é extremamente importante, para entendermos a melhor decisão a tomar quando atendermos alguma situação nesse âmbito e direcionar ao local certo no momento em que for necessário”, afirmou a sargento Cristina.