Casa da Gestante da Santa Casa comemora três anos e mais de 900 pacientes atendidas
A entidade foi criada para atender pacientes que, por alguma situação de saúde e social, precisam estar perto do serviço hospitalar de referência, mas sem necessidade de internação

Quem vê Raíssa com a filha Graziela no colo não imagina que a ex-paciente precisou superar duas perdas gestacionais antes de ver a filha nascer totalmente saudável. “Na terceira gestação, que foi a da Graziela, eu iniciei o pré-natal de alto risco aqui na Santa Casa e, com 33 semanas de gestação, a bebê apresentou uma restrição de crescimento. Então, fui encaminhada para ficar aqui na Casa da Gestante, para ter acompanhamento de perto com a equipe de saúde, e aqui eu fiquei 20 dias em acompanhamento e consegui tê-la no dia 7 de abril, com 37 semanas, de parto normal. Então, eu sou grata a Deus por me encaminhar a esse lugar onde fui tão apoiada”, contou Raíssa.
Assim como Raíssa, outras centenas de gestantes de alto risco já puderam contar com o suporte de assistência da Casa da Gestante, Bebê e Puérpera da Santa Casa, criada para atender pacientes que, por alguma situação de saúde e social, precisam estar perto do serviço hospitalar de referência, mas sem necessidade de internação.
“Esse espaço é fundamental para a questão da desospitalização, pois a Santa Casa tem uma média de 12 mil entradas por mês, entre atendimentos na triagem e internações, e a casa da gestante acabou vindo como uma alternativa para a gente atender, com a humanização do cuidado, pacientes que não tem critério de internação, mas moram a muitas horas de distância da capital, onde não tem a alta complexidade, ou para um bebê que está esperando um exame, mas não tem como ir para casa e precisa fazer esse exame nos próximos dias”, explica o enfermeiro Leonardo Costa, responsável técnico da Casa da Gestante.
Inaugurada no dia 6 de setembro de 2022, a entidade garantiu até hoje atendimento a 930 pacientes, entre grávidas de alto risco, mulheres no período do pós parto (puerpério) ou mesmo recém-nascidos, cujas mães precisaram ficar internadas na Santa Casa após o parto.

O espaço conta com estrutura acolhedora, com capacidade para abrigar dez pacientes e seus acompanhantes, e uma equipe multiprofissional, treinada para garantir monitoramento, cuidado e esperança. A obstetra Aurilene Sidrim, que integra a equipe que atende às gestantes e puérperas durante o período em que ficam na Casa, emociona-se ao poder pegar no colo um bebê que, através dos cuidados que a mãe também recebeu, pode chegar ao mundo saudável.
“Receber um bebê que a gente cuidou na barriga e hoje tá aqui faz a gente se sentir muito feliz de ajudar tantas mulheres que vêm pra cá, muitas vezes sem esperanças, mas que a gente vai orientando, cuidando, com medicações, acolhimento e até a parte psicológica também. Então, assim, é uma felicidade imensa pra gente poder ter um desfecho tão bom”, afirma a médica.
Laiane Souza e Bruno Maia também tiveram perdas. Há 15 dias na casa, eles esperam confiantes a chegada de um menino, que se chamará Kaleo. “No início, a gente fica meio triste, porque está longe de casa, mas a gente vai se tornando uma família, com os dias, vai se sentindo mais seguro devido aos cuidados dos profissionais, que estão o tempo todo atentos ao que a gente tá sentindo, dando as nossas medicações, verificando nossos sinais. Então, a gente tá ainda mais seguro”, revela Laiane.