Rota Turística do Cacau leva desenvolvimento econômico ao Xingu
Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo e Medicilândia. Estes são os municípios que vão compor o mais novo projeto de rota turística desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), como eixo de desenvolvimento econômico e social, desta vez, na região do Xingu. O trabalho reúne parceiros como a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do governo federal, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), prefeituras locais, além de associações e cooperativas empresariais que trabalham com a produção agrícola do cacau.
“Uma rota turística é um trabalho sob o princípio da economia e da mobilidade das pessoas. Neste sentido, é fundamental a participação de empresários, em todos os seus níveis, através das associações comerciais, no fortalecimento dos negócios já existentes e naqueles que ainda possam ser criados”, explica o secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes.
No desenho da Rota do Cacau, Altamira é o município base pela sua estrutura, servindo para o acesso via aérea, hospedagem, realização de eventos e negócios, bem como a possibilidade de visitação a Usina de Belo Monte. De lá, o turista pode se deslocar para os demais municípios por meio da Transamazônica em trechos totalmente asfaltados. O deslocamento entre os 4 municípios, sem paradas, é feito em pouco mais de 2h de viagem.
Em Vitória do Xingu, a construção do porto do município permitirá o desenvolvimento do turismo náutico e de pesca, além da possibilidade de se integrar a rota de pequenos cruzeiros. Em Brasil Novo, o visitante tem a oportunidade de conhecer as fazendas de cacau e as cachoeiras, corredeiras, cavernas e grutas, enquanto que em Medicilândia o turista terá contato com a verticalização da produção cacaueira e a fabricação de chocolates.
“A Rota do Cacau é o trabalho da produção associada ao turismo. É uma rota econômica, com base na produção do cacau na Amazônia, incluindo o cacau orgânico. O Pará tem como meta se tornar o maior produtor de cacau do Brasil. A produção do Estado dobrou nos últimos anos”, destaca a diretora de Políticas em Turismo, Fátima Gonçalves. Ela conta que ainda que a partir desta segunda-feira, 17, até o dia 21 de agosto, técnicos da Setur estão em campo fazendo o levantamento do Inventário da Oferta Turística em Vitória do Xingu, bem como apresentação do Cadastur e sensibilização dos empreendimentos locais para a atividade.
“A Rota do Cacau nada mais é do que aproveitar tudo isso, uma série de vantagens comparativas da produção cacaueira para fomentar o turismo de negócios na região, bem como aliada aos inúmeros atrativos naturais promover o turismo de aventura, turismo náutico, turismo de sol e praia, turismo rural, de natureza e até o turismo científico”, afirma Fátima Gonçalves.
Regional - O cacau paraense é conhecido por sua qualidade elevada, com ótimo teor de gordura para a fabricação do chocolate. O Governo do Estado, inclusive, está prospectando mercados internacionais para a produção paraense de cacau que, este ano, deve atingir 110 mil toneladas de amêndoas. Atualmente, quase toda a produção paraense – perto de 90% - é vendida para grandes empresas de tranding da Bahia. E é por meio destas empresas que o cacau paraense chega tanto ao mercado interno quanto externo.
O objetivo do Governo do Estado é aumentar o percentual da verticalização da produção dentro do próprio Estado, atraindo indústrias dos setores alimentício e de cosmético que utilizam o cacau como insumo para se instalarem no Pará, também vender as amêndoas paraenses diretamente para um dos mercados mais apetitosos dentro do segmento de chocolate que é um dos produtos de qualidade superior.
A exportação destinada ao mercado internacional de chocolates finos pode acrescentar renda aos produtores de cacau do Pará. Hoje, o cacau considerado comum é negociado em média a R$ 130 a arroba (15 quilos). Já o produto classificado como tipo superior pode atingir o preço de R$ 350 a arroba. Ou seja, o produtor pode quase triplicar os ganhos com a venda do cacau.