Escola Estadual de Ensino Integral Bilíngue, em Icoaraci, utiliza pratos típicos para potencializar aprendizado de estudantes
Projeto pedagógico da Escola Mestra Idalina reforça compromisso com o ensino-aprendizado para o Saeb 2025

Protagonismo, aprendizado e criatividade são palavras-chaves na Escola Estadual de Ensino Integral Bilíngue Mestra Idalina Rodrigues Pereira, em Icoaraci, distrito de Belém. Para potencializar o aprendizado dos estudantes, que vão fazer a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2025, a unidade escolar criou um projeto pedagógico que envolve o paraense,em geral, adora: comidas típicas da gastronomia regional.
Maniçoba dos gêneros textuais, vatapá de descritores, açaí de numerais, feijoada das quatro operações, leitura frita, sopa de letrinhas e pizza de frações são alguns dos pratos servidos no “Restaurante do Saeb”. A iniciativa foi criada para reforçar os conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática trabalhados com os estudantes do 5º ano do ensino fundamental.
Sucesso na comunidade escolar, o Restaurante do Saeb serve saberes com sabor e estimula a participação e desenvolvimento dos estudantes, explica a professora e idealizadora do projeto, Elba Costa. “Estamos nos preparando para o Saeb e, pensando nisso, criei o ‘Restaurante do Saeb’ e trouxe a ideia para a sala de aula. Eles [estudantes] contribuíram com os assuntos que trabalhamos nas disciplinas, como gêneros textuais, matemática, os descritores do Saeb. A gente sempre ouve a opinião deles, trabalhamos muito o protagonismo na escola e assim eles ajudaram a montar tudo. Eles que escolheram os pratos: ‘ah, vamos usar as comidas típicas daqui do nosso Pará’; ‘tia, vamos ver, a maniçoba que pode ser dos gêneros textuais’; ‘não pode faltar o açaí, tia’ e assim fomos montando”, disse.

Ainda, segundo a educadora, a iniciativa tem dado frutos. “Esse tipo de atividade faz diferença no dia a dia, no aprendizado porque eles aprendem de forma lúdica. Hoje, se eu perguntar, por exemplo, o que é notícia, eles já sabem dizer, explicar qual é o gênero textual. Eu como professora fico orgulhosa de vê-los assim. Eu vejo que tem resultado. Todos saem de casa cedo e passamos o dia juntos na escola e com isso, a gente vê que compensa”, destacou a professora Elba.
Para a estudante Luize Lee, o projeto estimula o interesse pelas disciplinas. “O Restaurante do Saeb é interessante porque incentiva bastante os alunos a se interessarem mais pelos estudos, pelos conteúdos. Para mim, isso é um incentivo grande. Já aprendi coisas como os sinais de pontuação, produção textual, patrimônio material imaterial, projeto de convivência, gêneros textuais, frações, tabuada e outras coisas que englobam a matemática. Quando eu penso em restaurante, penso em algo bom e isso dá vontade de participar”, contou.
Empolgada com os resultados do projeto, a estudante Ester Lima tem altas expectativas para a prova do Saeb. “Esse projeto é bom, dá para a gente aprender várias coisas, dá pra gente utilizar essas práticas para aprender bastante. Antes eu não sabia dividir, agora eu já sei. Participar do projeto me faz querer tirar uma boa nota no Saeb”, comentou.

Saeb 2025 - Mais que uma simples prova, o Saeb mede o desempenho dos estudantes, influencia o Ideb e orienta o planejamento pedagógico das escolas públicas. Aplicado a cada dois anos, o exame representa um desafio para instituições de ensino em todo o país.
As escolas da rede estadual paraense têm se dedicado para potencializar o ensino-aprendizado com foco nos resultados do Saeb 2025. Com projetos, ações, simulados e formações, gestores, professores, estudantes estão cada vez mais focados em alcançar ótimos resultados na prova.
“Os alunos têm um grande processo pela frente, até chegar às avaliações externas e, para que isso não se torne cansativo, esse trabalho é feito de uma forma lúdica, de uma forma que seja interessante para o aluno. Então todas as estratégias pedagógicas empreendidas pela professora, estimuladas, e com o aluno sendo protagonista, dando suas sugestões, criando junto com a professora, dando suas opiniões sobre a maneira como eles acham melhor, quando estão cansados, mudar as estratégias, servem justamente para isso, para que a professora alcance os objetivos, trabalhe os descritores necessários, para que os estudantes cheguem até o dia da prova preparados e que tenham realmente aprendido”, ponderou a gestora da unidade.
Novo modelo pedagógico - A Escola Estadual Mestra Idalina é a 1ª unidade de ensino integral bilíngue português-espanhol do Pará. Entregue pelo Governo do Pará em abril deste ano, a escola segue um novo modelo pedagógico na rede estadual e atende cerca de 700 estudantes da pré-escola ao ensino médio.
Com mais de 4 mil metros quadrados, a inovadora estrutura conta com 23 salas de aula, bloco administrativo, auditório, Sala de Atendimento Educacional Especializado (SAEE), cozinha, vestiários masculinos, femininos e para Pessoas com Deficiência (PcD), quadra poliesportiva, quadra de areia, área de recreação, biblioteca, laboratório multidisciplinar, sala multiuso, sala do grêmio estudantil, entre outros espaços fundamentais para o desenvolvimento de uma educação integral de qualidade e toda a sinalizada em português e espanhol, tornando o ensino bilíngue palpável dentro e fora das salas de aula.
Além disso, a escola possui uma unidade do Centro de Inovação e Sustentabilidade da Educação Básica (Ciseb), que propõe soluções inovadoras tanto para o ensino dos estudantes quanto para o desenvolvimento profissional dos educadores. O Ciseb integra a Política Pública de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima da Seduc e proporciona um ambiente moderno, preparado para a formação contínua de professores e para o aprendizado dos estudantes.

Tempo Integral - Para 2025, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) efetivou mais 49 unidades que adotaram o Programa de Ensino Integral (PEI), totalizando 161 escolas com esse modelo pedagógico.
Além do aumento no número de escolas, o impacto positivo dessa expansão é claramente visível no crescimento das matrículas. Em 2018, as escolas na modalidade integral no Pará atendiam 6 mil alunos; em 2025 houve um salto para 48 mil matrículas, um aumento oito vezes maior na capacidade de atendimento. Um resultado que reflete o compromisso do Estado em proporcionar mais oportunidades aos estudantes, com o acesso a uma educação integral de qualidade.
Com essa expansão, o Pará consolida um modelo de educação que busca a equidade e a excelência, garantindo que mais estudantes tenham acesso a uma formação educacional integral que prioriza o conhecimento e o desenvolvimento humano