Pará destaca vocações econômicas na 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange
O evento reúne representantes de governos e empresas das Américas visando impulsionar o desenvolvimento econômico e identificar projetos, oportunidade de investimentos e melhores práticas
Belém sedia até a próxima sexta-feira (29) a 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange (ACE), com o tema central “Inovação para a preservação ambiental e desenvolvimento social”. Promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), o evento foi aberto oficialmente nesta segunda-feira (25), reunindo representantes de governos e empresas das Américas para impulsionar o desenvolvimento econômico, a inovação e o empreendedorismo, além de identificar projetos, oportunidade de investimentos e melhores práticas.

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), participa da programação oficial. O titular da Sedeme, Paulo Bengtson, integrou o painel de abertura “Brasil e Pará: panorama e perspectivas econômicas”, ao lado de Julia Braga, subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e de Políticas Comerciais do Ministério da Fazenda, e de Camille Bemerguy, secretária-adjunta de Bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas).
Paulo Bengtson destacou o papel estratégico do Pará na economia nacional, com forte atuação nos setores mineral, energético e industrial. Ele ressaltou que o Pará é o segundo maior produtor mineral do Brasil, com uma produção estimada de 302,9 milhões de toneladas em 2024. “Os produtos minerais representam 70,5% das exportações do Pará, com destaque para cadeias produtivas como alumínio, cobre, ferro e aço, manganês, níquel, ouro e estanho”, informou.

O secretário também enfatizou as amplas oportunidades de negócios nas áreas de agropecuária, indústria e mineração. “Somos o segundo maior produtor de ferro do País e contamos com uma infraestrutura logística estratégica, que facilita o escoamento da produção. Atualmente, a produção mineral corresponde a 31% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado”, completou.
Energia - O protagonismo do Pará como potência energética e produtiva na Amazônia foi ressaltado por Paulo Bengtson. Segundo ele, o Estado abriga as duas maiores hidrelétricas 100% brasileiras — Tucuruí e Belo Monte — que, juntas, somam 19.535 MW (megawatt) de capacidade instalada, abastecendo diversas regiões do Brasil. Outro projeto de destaque é a distribuição de gás natural, liderada pela Companhia Gás do Pará. O GNL (Gás Natural Liquefeito) é transportado por navios até o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, na Região Metropolitana de Belém.
O secretário enfatizou ainda o compromisso do Governo do Pará com um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável. Para isso, o Estado vem adotando medidas que fortalecem as cadeias produtivas da sociobiodiversidade, promovendo a geração de renda aliada à preservação ambiental.
Nesse contexto, o titular da Sedeme apresentou os incentivos fiscais concedidos pelo Estado do Pará no âmbito das políticas públicas. Segundo ele, os incentivos não apenas fortalecem a competitividade das empresas locais, como impulsionam a verticalização da produção industrial e fomentam o crescimento econômico de forma responsável e sustentável. Tudo isso em consonância com as diretrizes da agenda climática global e com o compromisso do Estado em promover um modelo de desenvolvimento equilibrado, inclusivo e ambientalmente responsável.

Conferência ambiental - O embaixador Unaldo Vieira de Souza, coordenador de Relações Internacionais do Pará em Brasília (DF), destacou a importância do momento, especialmente diante da expectativa pela realização da COP30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), que ocorrerá em Belém. em novembro próximo.
Com mais de quatro séculos de história, Belém se prepara para sediar esse marco na luta global contra a crise climática, diante de desafios ambientais são cada vez mais urgentes e visíveis.
O embaixador ressaltou o papel estratégico do evento como espaço de debate sobre o potencial econômico da região. A 21ª edição do ACE está inserida no contexto contemporâneo da economia verde e das novas perspectivas de desenvolvimento sustentável.
Segundo ele, preservação ambiental e desenvolvimento social devem caminhar juntos — separá-los é comprometer o futuro da humanidade. “A floresta amazônica é imensa, e sob suas copas ainda há muitos segredos a serem desvendados. Porém, mais do que biodiversidade, a Amazônia abriga 30 milhões de pessoas que merecem uma vida digna, com oportunidades, valorização dos recursos naturais, crescimento sustentável, inovação tecnológica e pesquisa científica”, afirmou.

Urgência - A embaixadora Daniela Arruda Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional (DIR) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, frisou na abertura oficial do ACE a urgência de enfrentar as causas e consequências das mudanças climáticas — pauta que, segundo ela, precisa estar integrada à realidade regional.
“Diante dos desafios atuais, essa discussão é imprescindível e inadiável. Belém representa uma oportunidade concreta para avançarmos nesse debate, com temas e experiências de interesse comum”, afirmou. Daniela Arruda destacou ainda a programação do evento, que inclui visitas a unidades da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na Amazônia, ao Ecoparque Benevides — referência em inovação sustentável —, universidades locais e ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá.

A cerimônia de abertura oficial contou com a participação da embaixadora Daniela Arruda Benjamin; do representante interino dos Estados Unidos, Lee Lipton; da secretária-executiva de Desenvolvimento Integral da OEA, Kim Osborne; do conselheiro econômico da Embaixada dos EUA no Brasil, Matthew Lowe; do diretor-presidente da Fundação Guamá, João Weyl; do presidente da Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará), Carlos Maneschy e de outras autoridades e representantes governamentais e de agências de atração de investimentos.
Cooperação - O Americas Competitiveness Exchange é reconhecido como a principal plataforma de promoção do desenvolvimento econômico, da inovação e do empreendedorismo nas Américas. A iniciativa, liderada pela OEA e apoiada pelos Departamentos de Comércio e de Estado dos Estados Unidos, tem como missão impulsionar a competitividade e fomentar a cooperação entre países do hemisfério.
Por meio da troca de conhecimentos, da articulação de parcerias estratégicas e do fortalecimento de projetos colaborativos, o programa busca aprimorar os ecossistemas de inovação, estimular o empreendedorismo e elevar o desempenho econômico em toda a região — com impacto também em outras partes do planeta.
Serviço: 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange. De 25 a 29 de agosto, no Grand Mercure Hotel, em Belém.