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Santa Casa será ponto estratégico para ações de redução da mortalidade materna do Ministério da Saúde

Instituição será uma das maternidades do país que vão contribuir com a implementação das ações voltadas a garantir que as gestantes recebam cuidados adequados e oportunos

Por Etiene Andrade (SANTA CASA)
12/08/2025 15h20

A maternidade da Santa Casa do Pará foi apresentada, na manhã desta terça, 12, como um dos dez serviços matriciais no Brasil que vão contribuir com a implementação das ações propostas pela Rede Alyne, voltadas a garantir que as gestantes recebam cuidados adequados e oportunos, desde o acompanhamento pré-natal até o parto e puerpério, contribuindo para a redução de complicações e mortes maternas. 

A apresentação em Belém foi realizada pela coordenadora nacional da Rede Alyne, Tatiane Torres, que falou da importância do trabalho do Ministério da Saúde na atenção especializada às mulheres. 

“O Ministério da Saúde vem adotando várias estratégias para a qualificação da atenção materna e infantil no país. A Rede Alyne tem foco na redução da mortalidade materna a partir da redução das desigualdades e das iniquidades étnico-raciais, com um olhar especial para as desigualdades regionais. Não é à toa que o Ministério da Saúde está fazendo uma ação de qualificação das maternidades, e esse é o primeiro Estado em que a gente colocou esse bloco na rua”, afirmou a coordenadora.

Além do Ministério da Saúde, a abertura do evento contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), da Secretaria Municipal de Saúde de Belém e outros municípios, além de representantes dos Conselhos Estadual e Municipal de Saúde, além da presença de gestores e profissionais de áreas estratégicas da assistência à gestantes e aos recém-nascidos na Santa Casa.

Rita Viana, do Conselho Estadual e Municipal de Saúde (Consems), destacou em sua fala a importância da rede Alyne, e a Rede Cegonha por terem uma história na vida dos profissionais que atuam na Sespa, secretarias municipais de saúde e na Santa Casa. 

“O trabalho nesse programa é parte da história da Santa Casa, desde 2010, no plano de qualificação das maternidades, eu tive a oportunidade de ser apoiadora dessa instituição, onde fui bem recebida, com muito carinho pelos profissionais e ao longo dessa trajetória, só reafirma o que a gente já conhece como um hospital estratégico e necessário para a nossa formação, para a nossa assistência no Estado do Pará”.

A experiência e o compromisso dos profissionais da Santa Casa no atendimentos aos pacientes de todos os municípios do Estado e também a cultura de já participar de qualificações e ações integradas com outras instituições são atributos que fazem com que a maternidade se enquadre no perfil de instituição para o desenvolvimento das ações da rede, destacou o presidente da Santa Casa, Bruno Carmona.

“Saber que a gente vai ser o primeiro Estado a implementar essa tarefa é uma notícia boa e um grande desafio. Mas temos uma equipe totalmente comprometida e com expertise para essa ação trabalhada com muitas mãos entre Ministério da Saúde, Secretaria de Estado, Secretaria de Saúde dos municípios e todos os órgãos envolvidos para o bem comum”, afirmou. 

A médica Ana Cristina Guzzo, que representou a Secretaria de Saúde do Pará no evento, concorda que a Santa Casa é a instituição do Estado com o perfil para realizar ações propostas pela rede e dar apoio para que outras instituições também tenham profissionais qualificados.

“A gente vai conseguir fazer esse diálogo com essas áreas todas, desde o pré-natal na unidade básica de saúde, o pré-natal de risco habitual, o pré-natal de alto risco, o referenciamento em tempo hábil, a estratificação de risco acontecendo desde o pré-natal, o que é fundamental”, disse.

Rede Alyne - O programa Rede Alyne foi lançada em 2024 pelo Governo Federal em substituição à Rede Cegonha e tem como objetivos garantir novo modelo de atenção à saúde da mulher e da criança, reduzir em 25% a mortalidade materna até 2027 e reduzir em 50% a mortalidade para mulheres pretas até 2027, assim como atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU em 2030.

O nome do programa é uma homenagem a Alyne da Silva Pimentel Teixeira, mulher negra que foi vítima de negligência médica em 2002 no Rio de Janeiro, e que faleceu em função da omissão, tendo seu caso reconhecido como uma violação dos direitos humanos.

“É importante que a gente esteja na região Norte, que tem mais vazios assistenciais e que precisa de mais equidade na atenção do financiamento desses serviços. Então começar aqui na Santa Casa de Misericórdia do Pará para a gente é muito importante, porque representa um enfrentamento dessas iniquidades, um respeito às especificidades das mulheres e seus determinantes de morte e mortalidade”, destacou a coordenadora da Rede Alyne, que também ressaltou que no panorama da mortalidade materna no Brasil morrem hoje mais mulheres pretas e indígenas em relação a mulheres brancas e pardas.

“A gente não tem justificativa biológica para justificar esse número aumentado em mulheres pretas e indígenas e a gente precisa enfrentar isso. Então, trazer qualificação, dar atenção, gestão e ensino de serviço de atenção materna e infantil para o norte é estratégico e o Ministério assume esse compromisso com a Rede Alyne, para o enfrentamento dessa mortalidade”.