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Hospital da Transamazônica alerta sobre problemas de garganta e nariz

HRPT é referência na região em tratamentos pediátricos. 98% de todos os pacientes que passaram pela Otorrinolaringologia da unidade este ano são faixa de 1 a 14 anos

Por Ascom (Governo do Pará)
06/08/2025 16h32

Com a inquietação característica de uma criança de 4 anos, Weverton Miguel só pensava em uma coisa: voltar para casa. Nem parece que há menos de 24 horas ele tinha passado por uma cirurgia na garganta, no Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira. “Ele sentia muita febre, muita dor de garganta. Em quatro anos de vida, ele tomou 4 injeções de Benzetacil”, conta a mãe, Sarah Mota Ferreira, sobre a rotina do filho, que começou a apresentar sintomas desde os primeiros meses de vida.

Weverton é uma das crianças de 1 a 14 anos que precisaram ser submetidas a cirurgias, no HRPT, devido a problemas de garganta, nariz e ouvido. O grupo corresponde a 98% de todos os pacientes que passaram pela Otorrinolaringologia da unidade este ano, segundo balanço do Núcleo Operacional, responsável por compilar os dados. Mariana Sophya, 6 anos, também está na lista. Ela recebeu alta em 1º de agosto, um dia depois de ser operada.

A mãe de Mariana, Samira Soares, explica que desde 2022 percebeu que algo não estava bem com a filha. Foi depois de uma prática ainda comum na região: “a gente mora na roça, ela inalou fumaça de queimada e teve falta de ar”. No início, a mãe pensou que seria passageiro, mas a tosse e a falta de ar não cessavam, até que um exame mais detalhado apontou hipertrofia adenoideana (aumento anormal do tecido atrás do nariz e acima do céu da boca) como causa dos problemas respiratórios. Desde então, Sophya passou a ser acompanhada por médicos e teve no Hospital Regional da Transamazônica o tratamento adequado e a cirurgia.

Ao darem entrada no HRPT, os pacientes da pediatria são acompanhados, desde a chegada, por uma equipe multiprofissional, formada por técnicos, enfermeiros, médicos, psicólogos e serviço social. O objetivo é que o paciente, acostumado com a rotina de casa, consiga se adaptar ao novo ambiente enquanto durar o tratamento. Emilly Aguiar faz parte da equipe. “Quando elas chegam à unidade, juntamente com os seus responsáveis, são orientadas sobre as rotinas e acolhidas, tirando dúvidas sobre os procedimentos a serem realizados e tornando o período de internação o mais leve e agradável possível”, detalha a enfermeira.

Dependendo da gravidade do quadro, a cirurgia pode durar de 30 minutos a horas. A médica Yasmim Gonçalves avalia que esses problemas afetam diretamente a qualidade de vida. “Em geral, está relacionado a uma obstrução nasal persistente, roncos, apneia do sono, respiração oral e alterações no desenvolvimento facial da criança”.

O tratamento pode ser realizado de duas formas. “Com medicamentos e, quando nós vemos que não temos resultados no tratamento clínico, fazemos uma abordagem cirúrgica que realizamos no Hospital Regional”, explica Yasmim, que foi quem operou Weverton e Mariana.

Tratamento reconhecido - Referência em atendimentos de média e alta complexidade, o Hospital Regional Público da Transamazônica, administrado desde 2022 pelo Instituto Acqua, em parceria com o Governo do Pará, já realizou mais de 4 milhões de procedimentos (17.500 por mês). Entre as mais de 20 especialidades disponibilizadas por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), a Pediatria é reconhecida com selo de excelência e tem a aprovação de quem precisa do serviço.

 “Confesso que fiquei com um pouco de medo no começo por ser uma cirurgia, mas a equipe está de parabéns, desde a portaria, os enfermeiros, as atendentes, têm uma atenção muito grande, um carinho com a gente. Estou indo feliz porque meu filho vai pra casa recuperado”, comemora a mãe de Weverton.

Doenças de nariz e garganta em crianças - De acordo com a Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia, cerca de 60% das crianças entre 3 e 7 anos desenvolvem algum tipo de patologia de nariz e garganta, com destaque para a hipertrofia adenoideana, o que pode causar, entre outras coisas, obstrução nasal, problemas respiratórios e distúrbios do sono.

A médica Yasmim Gonçalves alerta que ao perceberem os sinais e sintomas, os pais ou responsáveis devem buscar ajuda profissional para evitar agravamento. “A nossa atuação como otorrinolaringologista é essencial para a gente tentar prevenir esses casos, identificando os que precisam fazer cirurgia e iniciando o tratamento o mais rápido possível”.

Texto: Rômulo D’Castro (HRPT)